Vou ser sincero, nunca fui um cara com sorte nas relações. Sendo elas paternas, maternas, parentais ou amizades. O amor era de fato uma obsessão desde tão novo; é como a maioria me julgava. "Obsessão".
De todas as confusões sobre meu eu, dessa única coisa eu tenho uma grande certeza, não sou nada disso que dizem. Possessivo, eu com toda verdade odeio esse adjetivo; para mim todos deveriam se doar em um relacionamento, se entregar com tudo, se não o que é um casamento? As coisas estão perdendo sentidos.Quando digo "maioria", no caso, é uma única pessoa. Ele era para mim um grande amigo de infância, jogávamos juntos na escola e nossas mães tinham o mesmo emprego. - qual, não por religião ou merdas relacionadas, era uma tamanha falta de noção e respeito. - Sempre saíam juntas e nos deixavam em casa, um dia na dele e um dia na minha. Mas essa história não tem nenhuma importância, ele morreu para mim.
- Jeon, pegue as caixas, precisamos empilhar essas coisas antes que abra. - A rotina se inicia em uma cafeteria. Ajudando a carregar os alimentos para o armazém, já que sou o primeiro funcionário a chegar.
Minha vida é perfeita, magnífica, não trocaria por nada. Ao menos, um pouco da relação familiar, menas crises existenciais, chorar por se sentir estupidamente sozinho e beber vinho sozinho em todos os tipos de comemorações.
Tenho até pessoas que me convidam, como Made; uma parisiense que mora ao lado de meu apartamento, vive escutando músicas em discos com seu marido liberal Marco. Comum achar pessoas assim em New York City. Só espero que não tenham nenhum menage comigo em mente. Ainda sou recluso a isso.Sou um sul coreano perdido nessa cidade grande e sombria, não ganha de seus estereótipos. Na primeira vez era um grande sonho, mas agora, isso parece mais um pesadelo que me perturba. Talvez pelo o clima gélido existe esse aroma solitário, ou como as pessoas vivem e são jogadas em NYC faz com que essa cidade não seja nem um pouco familiar.
Mas enfim, falar sobre o desagrado de minha vida não é bem o que quero fazer agora. Quero deixar mais abrangente como foi que tudo, completamente, tudo começou.
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07 de Março.- Pronto, senhor. Quer ajuda para levar isso? Parece bem pesado.
- Agradeço a gentileza, mas pode deixar isso comigo.Nota meu perfeccionismo quando consegui começar minha nova vida no terceiro primeiro mês deste ano. Até então estava em Seoul, com um emprego que me quebrava as costas, e era de fato uma vergonha para o garotinho Jeon de 12 anos que sonhava em ser cientista. Acredito que aquele lugar não vai me fazer falta tão cedo.
Foi o apartamento mais barato que meu bolso conseguiu pagar, nada luxuoso, e pelo visto nada moderno. Julgo pelas estampas do carpete que uma viúva em seu leito acabou tendo que sair dessa casa para se hospedar no céu. Meus pêsames, senhora. Mas bem que nada aqui me é estranho e faz com que me sinta desconfortável, gosto desse lugar.
- Cobro o aluguel todo início de mês, caso atrasar, terá os cortes após três dias. Então, me avise se não tiver condições. - "Mesmo eu não fazendo nada por isso, e muito menos ligando".
- Claro, assim farei.Nenhum "tchau", ou, "seja bem vindo"; apenas fechou a porta em minha face com a chave posicionada na maçaneta. Vou amar minha vizinhança.
Assim que o velho - se não me erro o nome - Oliver saiu, pude dar início às básicas preparações no meu mais novo lar. Movendo a cama, pegando alguns lençóis, tirando a poeira e ajeitando as poltronas. Realmente todos os móveis estavam ali, então minha teoria pode estar bastante certa. Confesso que por agora eu preferia estar deitado nos lençóis bem limpos do hotel que praticamente morei esses meses, mas uma sensação de ter algo meu estava me animando.[NOTIFICAÇÃO DO CELULAR]
winter bear. ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀
• Sentiremos sua falta. 😞 ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ yooni.
⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ Poderia ter ficado. •
⠀Agora sobra pra mim o aluguel. •winter bear. ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀
• Ps, ainda tem a mim. ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ yooni.
⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ Você é golpe. ••••
Sentei na poltrona verde floresta, desci a conversa entre meus amigos e sorri com as mensagens. Ter pessoas, de alguma forma, me fazia muito bem. Eu apenas convivia com os dois, vou ser extremamente sincero. Sempre estavam em festas, passeios, cursos e eu apenas estudando a maior parte do meu tempo.
Passei um bom tempo ali, com aquele celular em mãos esperando responderem. Mas não, acho que demorei. Suspirei, desligando a tela.❦
21 de Março.Consegui um emprego na cafeteria, bem melhor do que a fábrica que antes trabalhava; sei de todos os segredos que te escondem e sei bem o motivo de esconderem agora. Faz exatamente três dias que estou aqui, e desde o primeiro dia, um rapaz estranho de aparência melancólica sempre aparece.
Seu cabelo é curto e acastanhado, usa um óculos fino e nada chamativo em seu rosto para enxergar bem o que ele tanto vê naquele iPad. Com os fones muito bem encaixados nos ouvidos, suspeito que seja fã de música clássica; vi quando entreguei seu cappuccino sem açúcar. Ele também gosta bastante de livros, acho que ele sempre carrega uns três diferentes em sua bolsa lateral jeans.Sabe, ele tem um jeito que me faz querer estar perto, uma aura neutra e misteriosa que qualquer solitário se interessaria. E sem nenhuma surpresa, lá estava você mais uma vez.
Mas, ajeitando meu avental marrom, o sino da porta fez seu trabalho de avisar a entrada de mais um cliente. Levantei meu olhar e corri para a bancada, no caixa, e esperei vir até mim. Mas não veio. Estava chateado? Se sentando sozinho em uma cafeteria qualquer para suprir seus sentimentos; ou posso julgar que se sente bem nesse lugar. O observei.
Por céus, o que aconteceu com você? Seria estranho perguntar? Eu posso ajudar. Fechei os punhos por cima da mesa e me mantive apreensivo, ansioso, queria que voltasse a ter a mesma aura, não aquela. Queria o ver sendo você. Quem o machucou?- Ei, perdão? Quero fazer um pedido.
- Ah, claro, o que precisa?
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MISS [ 𝐉K + NAM ]
Fanfiction[ Quando me deu liberdade de pisar os pés em teu mundo? Onde na porta da frente, por cima de um tapete acolchoado, meus pés deitados esperam movimentos. Você me daria ótimos livros, pena que não sou um bom escritor como o ótimo leitor que me ga...