The Crow

Capítulo Oito

- O que é que... - Pego minha arma e saio do carro inspecionando o local antes de chegar até ele e tirar sua venda. Yoonmin me olha com tédio por alguns segundos.

- Bom trabalho... - Resmunga com desdém.

O encaro com raiva antes de dar um soco em seu rosto. - Mal agradecido!! - Falo o puxando até ele se levantar.

Ele contrai a parte do rosto que havia sido golpeada. - Isso doeu... - Yoonmin soa irônico.

- Não brinca? - Respondo o empurrando para o banco de trás do carro. - Vamos ter uma conversinha... só eu e você! - Eu entro no carro e dou partida em direção à força tarefa.

- Uma conversinha? A sós? - Ele me encara maliciosamente. Eu o encaro de volta pelo retrovisor e dou um leve sorriso.

- Pode fazer gracinha o quanto quiser. - Falo arrumando meu vestido e pisando no acelerador. Ao longo do caminho, eu consigo sentir os olhares de Yoonmin para mim e meu vestido, mordendo os lábios algumas vezes.

💭 Era só o que faltava 💭

Ao chegamos no esconderijo da força tarefa, eu o arrasto para uma sala que estaria vazia se não fosse a única cadeira que estava perfeitamente alinhada ao centro do cômodo, onde ele se senta, e uma mesa logo ao lado. Entrando na sala, na parede esquerda, havia uma janela de vidro. Desses que usam em salas de interrogatório e todo mundo sabe que tem alguém do outro lado te observando, mesmo que você não possa ver. Porém, dessa vez realmente não tinha, estava de madrugada e eu estava sozinha num prédio abandonado com um criminoso. Não que isso fosse grande coisa pra mim.

- Senhor... Jung. Ou eu deveria te chamar de Yoonmin? - Falo com desdém, trancando a porta atrás de mim.

- Pode me chamar do que quiser agente Nayeon... - Yoonmin responde em um tom mais baixo, parecia estar se divertindo, e sorri de canto cruzando os braços, me olhando fixamente.

- Ok... - O encaro.

💭 Que porra é essa Nayeon? 💭

- Parece que você... foi traído... - Falo me aproximando dele com um sorriso fino e apoio minhas mãos em seus joelhos. - Vai me contar quem foi?

- Acha mesmo que eu sei? - Ele responde, se aproximando de mim, deixando nossos rostos próximos um do outro, em seguida, sem aviso, ele se inclina levemente na direção do meu pescoço, respirando fundo. - Hm... Que perfume gostoso... - Yoonmin fecha os olhos dando um sorriso de quem sabia o que viria a seguir. Cruzo a direita em seu rosto. No mesmo lugar que antes.

- Chega de gracinha! - Me afasto e puxo a mesa para a sua frente me sentando em cima dela. - Então... como é que vai ser?

Yoonmin vira o rosto lentamente e volta a me encarar. - Acho que eu não posso falar o que estou pensando agente Nayeon... - Sinto o olhar dele percorrer minhas penas, fazendo eu me lembrar que estava de vestido.

- Já chega! - O levanto da cadeira com certa brutalidade, o atirando contra a parede, e acerto outro soco. Ele consegue soltar as cordas que estavam amarrando seus pulsos e me puxa pelo braço invertendo a situação. Agora eu estou contra a parede, e ele tem as mãos em meu pescoço. Seguro os braços de Yoonmin, impulsionando meu corpo para frente o jogando no chão. Eu caio junto com ele, mas aproveito que estava por cima para disferir outros golpes na altura do maxilar. Em um movimento rápido, ele segura minhas mãos e toma impulso, girando o corpo para o lado, de forma que ele ficassem por cima de mim. Yoonmin me encara, segurando minhas mãos no chão, na altura da minha cabeça, e permanece quieto nos primeiros segundos, e o único barulho que se pode é o da minha respiração ofegante, um tanto ansiosa. Por mais raiva que fizesse, eu vim para a AIJ porque aqui nós podemos tratar o interrogatório como se deve. Eu estava prestes a me soltar quando algo que eu não imaginava aconteceu. Eu fiquei sem reação. Apenas fiquei ali sentindo o calor dos lábios dele contra os meus. O movimento intenso da língua em minha boca. Eu caio em mim e tento me soltar, mas algo queria que aquilo continuasse. Algo em mim que nem eu mesma tinha acesso, algo que parecia mais forte que um crush por um cara que eu conheci num catcafé. Lentamente, Yoonmin vai soltando meus braços. Finalmente eu tomo postura e o empurro para o lado, voltando a o golpear.