✨
Onde está? Onde está!?
Andei de um lado para o outro em meu quarto, meus passos ecoando pelo piso de madeira. Me abaixei e olhei debaixo da cama pelo que parecia ser a décima vez em cinco minutos. Aquilo tem que estar por aqui!
-Emily! Já está pronta!?
-Quase! - respondi meu pai que estava no andar debaixo. Bufei de frustração quando, mais uma vez, não encontrei nada.
Onde raios eu estava com a cabeça da última vez que guardei aquela foto!?
Guarda-roupa? Nem sinal. Cômoda? Quase arranquei as gavetas e nada. Prateleiras? Já tinha tirado e recolocado os poucos livros que restavam em cima delas e não encontrei uma pista de onde poderia estar!
A menos que...
Pisquei com a ideia que me veio em mente. Mas... Eu não teria feito isso!
...Ou teria?
Caminhei até a mala preta que eu tinha deixado aberta e encostada na parede. Ela já estava pronta para ser fechada, exceto pelo fato de que um único item estava faltando - se é que realmente faltava. Então, me ajoelhei logo à sua frente e comecei a procurar por um dos livros que eu estava lendo e que levaria para a fazenda dos meus avós comigo. Não demorei para encontrá-lo e, assim que o encontrei, o agarrei e abri na página marcada, descobrindo que....
Eu tinha usado a bendita foto como marcador de página.
A vontade de bater minha cabeça na parede por tamanha idiotice foi grande, mas o alívio por encontrá-la antes de sairmos era ainda maior.
E que conclusão eu posso tirar disso? Que eu sou uma grande idiota por deixar para procurar esse tipo de coisa nos últimos minutos!
Rocei o polegar no papel fotográfico, deixando para terminar de me martirizar mais tarde e abrindo um leve sorriso diante da imagem estampada ali.
Eu, com pelo menos uns nove anos de idade, meus pais e... Minha irmã.
Três anos antes de seu desaparecimento.
Engoli em seco, colocando a foto no livro novamente e o guardando na mala. Rapidamente, fechei o zíper como se, quanto mais rápido o fizesse, mais longe eu estaria daquelas memórias.
Grande piada! Aqueles cabelos castanhos como os da mãe e os olhos verdes como os do pai já me perseguiam antes mesmo de eu ter encontrado a recordação.
Respirei fundo, erguendo a mala e a arrastando para fora do quarto. Nem mesmo olhei para trás uma última vez para checar se eu tinha ou não esquecido algo. Se eu não poderia fugir, pelo menos manteria a cabeça ocupada.
Já no final do corredor do segundo andar, ergui a mala para carregá-la escada abaixo. Desci, ou melhor dizendo, me arrastei por cada degrau graças ao peso que carregava, isso que eu nem estava levando tanta coisa!
Eu acho...
Quando faltavam só dois degraus para declarar vitória, somente aí meu pai resolveu dar as caras.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Wild Horse
AdventureAinda com dezessete anos, Emily Miller, uma canadense natural de Vancouver, se vê fadada a passar nove meses na fazenda dos avós graças a uma viagem a trabalho de seus pais. Quando se vê fazendo sua primeira viagem sozinha, retornando ao local que n...