Parte Quatro

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Aqui vai a parte quatro, galera!


É a última parte dessa historinha, mas é a primeira vez de IlCey! Woohoo!

Muito obrigada a todos pelo apoio, pelo carinho, pelas palavras de encorajamento e por dividir comigo o amor por esse ship lindo e essa série maravilhosa!

Nos vemos no ano que vem, na próxima fic #IlCey que vocês escolherem 


Um fim de semana qualquer - Parte Quatro

Sentindo um acréscimo de desprezo por si mesma e por sua imaturidade emocional, Ceylin olhou para Ilgaz com olhos cheios de lágrimas que ela orgulhosamente se recusava a derramar.

— Eu sei — ele leu o pedido de desculpas no rosto dela ao mesmo tempo que a tomou novamente em seus braços — eu sei...

Seu gesto foi o suficiente para que a última fibra de resistência de Ceylin se partisse e a advogada sucumbisse às lágrimas.

Ilgaz não precisava ser um gênio para entender a dinâmica de como Ceylin funcionava. Nunca ninguém a ensinara a amar, ou a lidar com perdas... A família dela era um caso perdido. Eles sempre haviam deixado claro que tinham muitas expectativas e cobranças em relação a ela, mas jamais haviam lhe dado acolhimento, apoio ou compreensão.

Era bastante óbvio para Ilgaz que, por mais que Ceylin tivesse um coração enorme e uma luz brilhante dentro de si, suas cicatrizes emocionais a impediam de entregar-se totalmente ao amor que sentia por ele por medo de se machucar. Lidar com a intensidade daqueles sentimentos e a vulnerabilidade que um compromisso sério traziam ainda eram território desconhecido para ela.

Ele a abraçou mais forte quando Ceylin o segurou com força e molhou sua camisa com as lágrimas que ela tentava ocultar enterrando o rosto no seu peito como uma criança envergonhada.

Ceylin sentiu seu corpo sendo gentilmente conduzido do lugar que estavam e só então se deu conta que Ilgaz os havia levado para um canto remoto fora da pista de dança, onde tinham mais privacidade cercados por arbustos e arranjos de flores.

Como ele conseguia ser assim? Como conseguia compreendê-la sem Ceylin precisar ao menos dizer uma palavra? E ele não só a entendia, mas também a aceitava sem fazer julgamentos, sem acusações. Como uma pessoa tão maravilhosa quanto Ilgaz podia existir e ainda por cima ser tão leal a ela?

— Você não faz ideia de como eu o respeito por dizer sempre a verdade — Ceylin afastou um pouco a cabeça para olhar no rosto dele. Ilgaz reparou que havia um esboço de sorriso nos lábios dela — mas você não precisa ser tão sincero o tempo todo — ela fungou após uma risadinha. Parecia que Ilgaz havia rompido um muro invisível que ela construíra ao redor de seu coração, e agora que ele se instalara lá, não havia mais como esconder nada dele ou recorrer aos seus mecanismos de defesa que a faziam fugir na direção oposta — eu não quero mais deixar o medo me paralisar — a voz de Ceylin era quase um sussurro — porque a ideia de perder você me assusta muito mais que um coração partido, Ilgaz. Você nunca desistiu de mim antes. Por favor, não desista agora — ela pediu, levando uma das mãos ao rosto dele.

Ilgaz sentiu um aperto em seu coração.

Seu instinto dizia para se preservar, pois as chances de Ceylin o machucar e deixá-lo arrasado eram altíssimas.

Mas se ele se rendesse ao medo, isso não o tornaria um grande hipócrita? Afinal, não poderia condenar Ceylin por se afastar devido ao medo de se machucar e acabar por agir da mesma forma.

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