‡ Mama, i just killed a man ‡

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Nota da autora: Os comentários do último capítulo me fizeram escrever mais 3 em sequência. Então, como presente de réveillon para vocês, trouxe o último capítulo do ano!

Espero que conquistem tudo aquilo que não conseguiram em 2022! E eu, consiga finalmente transformar alguma das minhas histórias em livro físico ou digital! Não quero fazer nada de qualquer jeito então será um projeto para o ano que vem! Conto com o suporte de vocês!

Enfim, boa leitura!!

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"Devemos temer unicamente o que pode, de fato, nos causar dano, e o simples temor não pode fazer mal."
Dante Alighieri

A brisa do entardecer nos rodeava, carregando algumas folhas das árvores junto consigo

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A brisa do entardecer nos rodeava, carregando algumas folhas das árvores junto consigo. A mulher que me deu a vida observava o vento com um entusiasmo enorme, e seus lábios entre-abertos tomados por admiração. Provavelmente estava dopada, devido a alta quantidde de remédios que vi prescrita em sua ficha.

Eu suspirei, e tomei alguns goles da minha xícara, tentando controlar minhas próprias emoções, afogando-as no amargo da cafeína. A clínica carecia de mão de obra e mobília, todavia o café servido junto a uma fatia de bolo, demonstrava certo carinho. Parecia uma visita inesperada a casa de minha falecida avó.

— Mãe... Eu preciso te contar uma coisa. — comecei, e mesmo assim ela se manteve entretida pela paisagem da área de recreação. Alguns enfermeiros, permaneciam como estátuas gregas, observando cada um de seus movimentos, colados as paredes de tijolos.

— Eu amo o cheiro do fim do outono. — respondeu girando suas orbes castanhas para o encontro das minhas. — Ele me preenche de ansiedade para o Natal. Você se lembra? Todo ano gastamos dinheiro com aquele peru assado horroroso que vendem naquele açougue russo. Aquilo tem gosto de trezentas ervas diferentes...

— Menos de peru. — complementei sentindo a nostalgia natalina que ela queria trazer à tona. O feriado preferido de minha mãe era o nascimento do menino Jesus. Não que fôssemos cristãos convictos, mas o Natal carregava consigo, uma união universal que nenhum outro feriado fazia. — O Natal é só em Dezembro, mãe.

— E em que mês estamos?

— Outubro.

Minha resposta a fez se dar conta, de sua atual situação.

— Eu estou presa aqui há dois meses. — murmurou, deslizando seu corpo pela cadeira e se aproximando, por cima do tampo de madeira. Tomei meu último gole de café e deixei a xícara na mesa. — Eu preciso sair. Já me sinto melhor.

— Eu só posso levá-la quando o médico autorizar. — tentei mantê-la despreocupada, similar há alguns minutos. — Eu vou lhe dar uma casa grande, com enormes janelas e um jardim, com a grama tão verde quanto aquele vestido que você gosta de usar. Você lembra dele?

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