Nosso Amor é Puro.

Pasquale se encanta por Aline.

Aline era uma viajante nata, desde bambina ela viaja pelo mundo. Na adolescência, viveu um período no Canadá fazendo intercâmbio e adulta trabalhou na Inglaterra, por quatro anos, numa multinacional de prestígio. Todos os amigos próximos, sabem o quanto ela é encantada pela Europa, e no momento, seu interesse se mantém nessa parte da Itália, a Lombardia,  por conta de uma certa morena, nascida no sul brasileiro.
Juliano ligava de quinze em quinze minutos, para saber se Aline ficou bem instalada, ele a havia deixado no saguão do belíssimo hotel e, seguiu para encontrar a irmã e sobrinha, mal conseguindo disfarçar a ansiedade de vê- las, de pronto. O combinado era que Aline ia ao encontro deles a noite, no restaurante dos Sala. Na prática, os irmãos Mello estavam preocupados e monitorando a hóspede, que era viajante descolada, porém fazia a primeira estadia em Como. Passada a parte burocrática, na imponente recepção do Tremezzo, um homem simpático, aparentando  boa saúde, charmoso e de meia idade, de repente se aproximou dela, com os olhos de encantamento, diante de uma bella donna.Ele logo indicou o caminho, para o acesso a um dos elevadores, enquanto carregava, sem cerimônia, a mala vinho de rodinhas da hóspede.
- Parla inglese signore?- Aline perguntou simpática pensando se tratar de algum funcionário da recepção( na realidade, era o proprietário do hotel, em pessoa, mas ele não revelou nada )
-Yes, e falo também o português, linda senhorita !! Eu vivi cinco anos no Rio de Janeiro, capisce?E jamais esqueci de como as mulheres naquele país são tão lindas, com o máximo respeito!
Agora sim, Aline sorriu lindamente, para o homem que parecia vidrado com a figura dela dirigindo- lhe um olhar de curiosidade.
- Io sono Pasquale Tremezzo, a seu dispor. E tenho a honra de ser muito amigo da Família Sala - Mello, também. E agora, saber que vocês são amigos, me deixa muito feliz!
Aline começou a se situar melhor, naquele instante, porque não estava entendendo muito o jeito "afetado" daquele homem.
- Ah, então, o senhor conhece a Dayane? Agora entendi...
- Day é um dos amores da minha vida, senhorita Mineiro! Todos aqui nessa região a amamos , e ela é uma top model internacional Stupenda! E também a Sophia e a família de Stefano. Você conhece todos, non, Aline?
Aline gostou de ouvir o seu nome, na voz daquele homem cavalheiro, e com o acento forte da província local.
- Na verdade, senhor Pasquale, eu vim justamente para conhece- los, só conheço a Dayane...
Quando o elevador deles chegou, Pasquale confirmou a simpatia com que recebia a brasileira, fazendo mais um par de elogios, assim surgiu o andar mais alto e a ala das suítes maravilhosas, ele e a deixou em frente ao número 1313 e entregou o card dourado da porta, avisando que havia uma cortesia, para degustação em nome do hotel, desejou os votos de ótima estadia e se dispôs a ajuda- la, no precisasse. Aline ficou encantada, e quase nem lembrava que a viagem fora  puxada, e o quanto ansiava por um banho revigorante. A visão da banheira de mármore carrara, no centro daquele amplo banheiro cinematográfico, a fez suspirar satisfeita . Tudo ali tinha muito bom gosto, pensou. Pegou o pacote com o roupão de braseiro gravado no lado esquerdo, as pantufas rosadas combinando com as toalhas , todos da mesma cor bem embrulhados , e foi ao banho.
No andar debaixo, onde ficava o seu escritório, Pasquale ligou para Simona, contando da chegada de Aline e garantindo que tudo ia muito bem . Ele falava de suas impressões sobre a moça com entusiasmo. Quando terminou a ligação, Simona falou para os irmãos Mello.
- Pasquale já está apaixonado pela moça, eu aposto !Ela é tão magnífica!!!
Dayane deu um salto da cadeira do computador
- Como assim? Que parvo! Ela está...comprometida...eu acho...
Todos a olharam divertidos. Sabiam da situação pendente das duas, pois acompanharam o reality durante aqueles meses.
- Eu...daqui a pouco , vou busca- la! - Dayane disse subitamente mexendo  nas chaves do carro, dentro da bolsa.
- Vai ser ótimo! Fica mais gentil alguém buscar a hóspede, não é mesmo? - Atílio disse a frase piscando para a esposa Simona, que sorria de volta, concordando.
Meia hora depois, Dayane estacionou o carro próximo a uma lateral do prédio que ocupava praticamente todo o quarteirão . Pediu para ser anunciada e assim que Aline autorizou ela subiu.
Na porta tinha uma placa de "não perturbe", Dayane riu, pensando que na certa, Aline calculou uma soneca, antes do jantar. Elas se olharam felizes, tão logo a porta foi aberta, o olhar era longo e pesquisador, até que Day falou já dentro da suite.
- Benvenuti a Como! - exclamou e abraçou- a forte e tímida. Aline a acolheu com os olhos fechados, sorvendo o perfume agradável dela. Teve muitas saudades, mas isso guardaria para si.
- Obrigada! - Aline vestia o roupão e os seus cabelos ainda estavam molhados. Dayane elogiou os cabelos dela . A morena parecia com uma deusa, e sabia muito bem, a sensação que provocava, nos olhos verdes à sua frente, fixos de admiração nela, pois nem piscava.
- Hum... temos um balde gelado com o melhor champanhe aqui?- a modelo disse notando de pronto, a cortesia de Pasquale.
Aline foi pegar uma taça para servi- la e outra para si. Queria disfarçar a emoção que sentiu ao revê- la, mas as pernas pareciam desobedecer . Não podia estar mais linda !! - pensou alto - e também no quanto valeu a pena a viagem longa e a correria, porque Dayane era bárbara!
- É... Eles me ofereceram esta cortesia. É encantador, não é mesmo? - Aline  falou.
Dayane assentiu com o gesto de cabeça, e tocou as taças depois de cheias, na intenção de um brinde.
- Oh, sim, e você deve ter conhecido o don juan do Pasquale, né?
- Aquele senhor? Don Juan? Ele foi muito simpático! Aliás; e ele fez questão de dizer que gosta muito de você!
- Gosta sim... Mas  ele tá interessado em pegar você! - Day disse com a voz quase rouca.
Aline terminou o gole,  e não resistiu à uma gargalhada gostosa.
- Ah, tá bom, Dayane, só porque você disse, eu vou acreditar, viu? - e deu as costas para Dayane, que a fuzilava com  os olhos de quem queria um embate, e não sabia o por quê. Aline mexia muito com ela.
- É isso aí... Você é meio irresistível, senhorita Mineiro!!
- Isso é um elogio? Parece conter um pouco de raiva, senhorita Mello...- Aline perguntou.
- Naturalmente, que sim! Os homens não tem chance alguma com você, eles caem aos seus pés, feito folhas.
- Olha quem fala... A mais bela top model do pedaço...-  Aline foi irônica, contudo, falava a verdade.
- Não seja tola... É só uma constatação! Day mexeu nos cabelos, andando até a sacada, e se dando conta do papel estranho que estava fazendo, sob o olhar divertido de Aline. pensou - Precisava ser tão linda?! - Day perguntava dentro de si.
- Bom...eu vim aqui busca- la para jantar conosco! Estamos felizes de ter você aqui conosco, Aline!
O olhar da morena, de repente, se derreteu com que Day disse:
- Okay, eu ... vou apenas colocar o vestido. Tá tudo preparado já em cima da cama... Já volto...fique à vontade.
Ela deu meia volta e ia para o banheiro , mas, então, Dayane pegou- lhe pelo braço levemente e disse:
- Ele vai dar em cima de você lá no jantar, só quis avisar...
- Ele já flertou comigo aqui, Dayane e eu fui educada, não dei qualquer brecha e, não tenho interesse! Mas agradeço pela informação!
- Não...tudo bem, eu apenas falei porque eu fiquei preo...
Aline perdeu a paciência e depois de um suspiro alto a puxou com força, trazendo- a para si, frente a frente. Ela retirou a taça que estava com um pouco de líquido ainda de suas mãos, repousando no aparador e disse antes de beija- la.
- Você é muito lenta, Dayane Mello!!
O que se viu em seguida foi um beijo intenso. Uma combinação de línguas se comunicando, e mãos que se tateavam com pressa de carícias.
Quando o ar faltou para ambas , elas interromperam o beijo, encostando as testas uma da outra.
- Você tem um beijo delicioso, senhorita Mineiro, não dá para esquecer...
- E você fala muito, senhorita Mello!
Desta feita, Dayane a pegou pelo queixo, fazendo carinho e buscando um outro beijo daquele. Elas estavam ali absortas, e as bocas se comendo cada vez mais exigentes, enquanto o celular de Day tocou. Era Juliano.
- Droga! - Day disse ofegante, com a boca soltando pequenos beijos pelo pescoço da hóspede que se deliciava a cada toque.
- Atende...Eu vou me vestir, já, já volto ...
- Tá... eu fico aqui esperando.- Day respondeu antes de atender o fratello.
Eram duas pazzas, que visivelmente se provocavam feito adolescentes quando eram tomadas pelo impacto do primeiro amor .

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Aí sim...elas se viram, né? Vamos vê no que isso vai dar..rs...

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