01.

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𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝚞𝚖- 𝙾𝚗𝚍𝚎 𝚝𝚞𝚍𝚘 𝚌𝚘𝚖𝚎ç𝚘𝚞.


   Seus olhos só focam na pista. Numa situação que costumava ser do cotidiano se torna a chance de um último suspiro. Correndo em alta velocidade, Suna, um moreno com olhar amarelo penetrante, começa a se desesperar ao não conseguir carregar a arma, não era seu trabalho atirar mas como ultimamente tem perdido muitos companheiros não tinha o que fazer.      
Ao seu lado, dirigido o veículo, Osamu Miya, que tinha olhos castanhos e um cabelo originalmente também castanho porém, fora descolorido e platinado, usava toda sua habilidade para chegar o mais longe possível de seu alvo. Estavam irritados, tinham caído, novamente, em uma armadilha, metade dos agentes selecionados para essa missão já não estavam vivos, e os que estavam, encontravam-se feridos.
   
Alguém de detro havia passado as informações do plano, em todos os pontos de encontro tinha um grupo para os atrapalhar, não conseguiram transportar a maior parte da carga de motores de caminhões, podia até não ser grande coisa, mas em uma das cargas os motores eram na verdade barras de ouro e pequenos pacotes de uma nova droga que seus aliados distantes conseguiram. Aumentaria ainda mais seu preciso império de riquezas e fama.
  
Por sorte, Suna e Miya estavam com a carga preciosa, perderiam uma boa grana com as peças que foram roubadas, mas o principal estava com eles, que na mais alta velocidade chegavam em um atalho que tinham certeza que o inimigo não sabia. Nesse tempo durante o percurso, Suna conseguiu carregar a arma de pequeno porte, abriu a janela e se pôs pra fora do caminhão, atirando nos veículos que certamente não faziam parte do seu grupo, mesmo que atirar não fosse seu departamento, ele era surpreendentemente bom nisso. Como em tudo que fazia, seria um dom dos Sunas serem bons em tudo?
  
Finalmente conseguiram despistalos, chegaram no próprio depósito que deveriam deixar o carregamento, assim que abriram o caminhão  tiveram uma surpresa não tão agradável.

— Tem um buraco.— disse o platinado num suspiro— Eles abriram o caminhão e pegaram uma parte.
O outro garoto ouviu surpreso, não tinha visto, nem sentindo alguém sequer encostar no veículo.

— Nós falhamos então? De novo? Eu disse que não era hora pra isso! Temos que achar o infiltrado, se não, essa merda vai continuar. — Suna estava exausto, esse tipo de coisa vinha acontecendo a semanas, eles sabiam que tinha um impostor, alguém que passava suas informações para outros, ele queria se livrar disso o quanto antes.

— Osamu—disse o moreno na intenção de chamar a atenção do outro que aparentemente estava descarregando as cargas, em tom baixo ele assentiu, mostrando que estava atento— Reúna todos, pegue todas as informações e ajude os próximos que chegarem, eu vou dar uma volta. Não dá pra continuar se não conseguimos concluir porra nenhuma.
  
Osamu sabia que seu amigo estava chateado, mas também sabia que para Suna, conversar não iria ajudar, não naquele momento, o melhor era esperar que ele quisesse falar, se é que em algum momento ele iria querer.

   Suna então saiu, pegou um dos carros que estavam no deposito e se foi rapidamente, não conhecia bem a cidade em que estava, sua intenção era encontrar um bar não muito cheio, após rodar um pouco a cidade, encontrou uma parte escura onde tinha um hotel abandonado e vários aposentos que pareciam não ser habitados à no mínimo um ano, descendo mais um pouco, pôde ver uma luz, se aproximando, viu que era uma bar, no estilo rústico? Talvez anos 60? Era uma mistura, tinha coisas vintajes, coisas antigas de antes da década de 50, parecia que algum colecionador decidiu abrir um bar e ficou confuso no tema, porém, por algum motivo, essa mistura de temas se encaixava incrivelmente bem, era um lugar com um clima bom, músicas atuais tocando, só que numa versão clássica. O lugar tirava o fôlego de qualquer um.
   
    Rintarou avistou um balcão no fundo do bar, ficava na parte escura do estabelecimento, sentou lá e pediu uma gin tônica com cereja, era uma bebida interessante em sua opinião. Assim como tudo naquele lugar a bebida, mesmo simples e conhecida, também o impressionou, só pelo ambiente a bebida se tornava mais confortável, por assim dizer, se perguntava se tudo era tão espetacular no lugar.
   
    Pediu um cigarro e a conta para um atendente, um senhorzinho na casa dos 80, que tinha uma feição satisfeita e alegre. Não pretendia beber muito, só queria aproveitar o ambiente e depois voltar ao trabalho, ele precisava voltar e terminar. Abriu o maço de cigarro e colocou um na boca, guardou e resto no bolso, e tirou um esqueiro, acendeu o cigarro, deu uma tragada e pegou a carteira para pagar, viu a conta e pôde ver o nome do bar, "Angel's place", achou genérico, nada especial, sinceramente, estava meio decepcionado.

Pagou a conta e se virou para sair, assim que pegou na maçaneta, pode ouvirum anúncio, que o fez levar um pequeno susto.

— E agora, a tão esperada [Nome], nosso anjo deslumbrante!— Anúnciou o senhorzunho que trabalhava lá.
Olhou pra trás por curiosidade, as pequenas conversas dos que estavam presentes cessaram, toda luminosidade se arrastou ao centro do pequeno palco junto com todos os olhares, todos que estavam no lugar pareciam estar aguardando por essa tal [Nome].
   
  Com toda luz somente em direção ao palco, se via que contia apenas um microfone, poderia até caber um piano de calda, porém não daria para por um pé lá, havia uma cortina atrás, da onde saiu uma mulher incrivelmente linda. Suna perdeu o fôlego.

Com uma maquiagem leve mas com um batom vinho, quase preto, um vestido de seda vermelho, que ia até o pé, mas com uma fenda na perna direita que começava na coxa, não calçava nada, só uma jóia no tornozelo que era prata com um pingente de estrela. Cada leve movimento que fazia destruía as palpitadas antes constantes de Rintarou, chegava a ser inacreditável, o tempo parou, o ar se foi, o silêncio veio e o foco atraiu-se, parecia a mais bela pintura ganhando e roubando toda vida do mundo.

   Assim que a viu, entendeu não só o porquê era um momento esperado, mas também o nome do lugar, ela realmente parecia um anjo.

𝐑𝐞𝐚𝐥 𝐌𝐞𝐧- 𝐒𝐮𝐧𝐚 𝐑𝐢𝐧𝐭𝐚𝐫𝐨𝐮Onde histórias criam vida. Descubra agora