Segredos e mais segredos

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Eu acordei na manha seguinte, fiz as coisa de sempre e fui pra escola. Foi tudo normal, a mesma coisa de sempre.

Eu chego em casa na hora de hora de sempre e encontro John na porta do meu quarto.

-Pois nao?- eu digo em tom insolente.
-Precisamos conversar- ele abre a porta com força, agarra em meu braço e me empurra para dentro.
-Nao quero falar com voce.-digo quase que gritando. Ele fecha a porta com mais força do que quando a abriu
-Calada sua cachorra imunda. Mais uma palavra e eu vou fazer voce se calar a força- ele grita comigo. Eu sei do que ele é capaz, eu sei que ele me mataria se eu deixasse.- escute bem, se voce conta a alguem sobre oque vamos fazer eu mato voce e a vaca que voce chama de mae.- ele tira uma faca do bolso de traz o que me fez ir pra traz ate me encolher na cama.- estique o braço- eu recusei. Ele corta minha perna que esta a mostra por causa da saia. Eu choro e me seguro pra nao gritar. Estico o braço. Ele me puxa e me faz levantar.- voce sabe que eu gosto de bater nao sabe?- eu respirei fundo ainda chorando. Ele tirou seu cinto e me bateu, me bateu muito. É eu sei que ele gosta de bater, de me bater.
-Por favor pare, por favor- eu reuni todas as minhas forças apenas para falar essa frase. Meu corpo inteiro doia e eu sentia cada parte formando manchas roxas. Eu sentia o quanto estava ardendo e o quanto eu desejava que ele parece.

Depois de ele estravazar toda sua raiva em mim, ele me jogou para o lado e saiu do quarto. Como eu nao tinha mais forças ali mesmo fiquei.
...
O dia amanhece e o despertador toca, todas as partes do meu corpo doem muito, muito mesmo. Eu luto para me levantar, para tomar banho e mais ainda pra descer. O corte fundo da minha perna nao era nada comparada as marcas roxas em mim. Coloquei calças e moletom da escola. Nao se viam mais nenhuma marca. A pior marca que fez foi em meu coraçao. Por que estas coisas estao acontecendo de novo comigo? Eu ja nao aguento mais sofrer.

Eu desço, tomo cafe e vou para o carro, tudo sem dar uma palavra. Minha mae nao faz ideia do esforço que fasso pra ve-la viva.

Chego na escola, saio do carro e ando em direçao aos armarios, nao tenho força pra correr. Cadu chega.
-Oque aconteceu com voce?
-Nada, nao esquenta, so cai da escada. Ja ta tudo bem.
-Tem certeza?- ele realmente parece preocupado, mas eu nao sei, nao sei se posso confiar em alguem.
-Pode ficar tranquilo, eu estou bem.- digo mentindo. Por que eu minto tanto? Só queria poder contar a alguem.
-Hey, vamos pra sala?- o sinal ja tocou. Cadu e puxa e vamos pra sala.

Aulas normais, mesma coisa monótona. Ja ta virando rotina. O sinal do intervalo bate, eu vejo Cadu falando com Ana, eu saio andando sem dar muita atençao. Vou para o refeitorio, la nunca há problemas. Pelo menos nunca havia. Hoje tinha tudo pra dar errado. Uma garota alta, um pouco gorda, de cabelos ridiculamente escorridos, saltos altos, é meio feia.
-O novata, quem te deu o direito de mecher comigo? Ninguem te avisou que EU mando nessa escola?- diz a garota com ar de superior.
-Desculpe mas nao sei quem voce é. Quando voce for mais educada converso contigo, moro?- ei digo em tom tao ridiculo quanto o dela. Me viro para minha comida e sinto algo me puxando pelo ombro e me ergo instantaneamente. Sao dois armarios. Literalmente, os caras tem quase dois metros de altura e eles sim me metem medo.
-Eu sou Ellen, filha do diretor e imperatriz desse colegio.- agora me lembro. Cadu falou dela, falou de como todos a obedeciam só porque ela é filha do diretor.
-Okay, mas sera que esses armarios poderiam me soltar?- eu digo, afinal oque ela pode me fazer? Me expulsar? Eu odeio essa escola e John e minha mae me odeiam entao dane-se. Me bater? John ja faz isso, estou ate acostumada. Me fazerem pagar vergonha? Idai, eu nao conheço ninguem e nao dou a minima pro que aqueles ipocritas pensao de mim.
-Cale a boca sua piranha.-ela diz, nao na verdade ela grita. Todos os olhares estao em nós.
-Ei, estou na sua frente, nao precisa gritar nao. Hellou cara se toca, voce nao me mete medo, entendeu?- digo bem devagar, estou muito calma, mais do que deveria.
-Oque foi que voce disse? Ei Erik vem aqui- aquele rosto familiar de Erik se aproxima de mim- va em frente, SOCA ELA!- ela grita.

Erik me soca. Nao foi tao forte, mas eu nao pensei que ele fosse capaz disso.
-Mais forte... QUERO OUVIR ESSA F-D-P GRITAR DE DOR- ela continua gritando.

Erik me soca, eu sinto minha barriga dor tanto, que ate paro de pensar por um segundo. Eu olho pra ela, a mais vaga expressao é a que esta visivel em meus olhos, suspiro mas nao deixo uma lagrima cair. Ela nao merece minhas lagrimas. Nao merece ver todo o sofrimento que estou carregando a anos.

-Nao foi tao forte. Soca o nariz dela.- foi quase que instantaneo. A dor se apodera de toda a minha cabeça. Eu sinto o sangue escorrendo ao meu rosto, olho pra baixo e vejo ele pingando no chao- limpo e branco- do refeitorio.

O sinal toca, finalmente. Como pode ter demorado tanto. Os armarios me soltam com força e eu por pouco nao caio de cara no chao. No chao, pingando de sangue, eu estou.
Alguem me levanta, nao tao delicadamente como eu desejava, mas pelo menos alguem me tirou dali. Esse ser, que eu ainda nao sei que cara tem, me ajeitou em seus braço e me levou para algum lugar que eu aimda nao sei qual é.

-Por favor me ajude,- ele implora quase chorando. É Erik.- Sam, me desculpe, voce nao sabe como ela é, voce nao sabe as chantagens que ela fez comigo.- ele diz desesperado ao ver meu estado, estado esse que eu nao sei qual é.
-Pelo jeito, nao sei nem como voce é- eu reuni forças e disse essa frase. Tao simples frase, que em outros momentos eu falaria com muita facilidade.

Alguem chega eu só escuto os passos. Passos de sapatos de mulher.

-Ooh meu Deus, oque foi que aconteceu?- ela parece em choque. Sera que eu estou tao ruim assim.
-Mae, por favor apenas me ajuda, em casa te conto tudo.

Ata agora entendi, sua mae é enfermeira na escola. Ele delicadamente me colocou na cama, e ajudou sua mae a limpar o sangue em mim, eles tiraram minha blusa de frio. Eu nao tinha como protestar. Eles olharam todas aquelas marcas com cara de espanto.

-Meu Jesus, oque aconteceu?- a enfermeira diz em tom calmo mas muito preocupado.
-E..u cai, eu.. cai- eu digo fraca e sem palavras. Eu nunca conversei esse assunto com ninguem, nao vai ser daquela forma que vou começar. Nao hoje, nao daquele jeito.

Eles continuaram cuidando de mim. Agora eu ja consego me sentar e ate consego tomar um remedio, que me faz dormir.

Depois disso so me lembro de alguem me ajudando entrar em casa, depois no quarto e me por na cama. Eu apaguei.
...
Desculpe os erros de portugues e a falta de acentos

Talvez tudo de certo...Onde histórias criam vida. Descubra agora