E dizer sim a ele não era o meu desejo

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Taehyung tinha de admitir que aquele ômega era como um anjo, sua leveza, seu sorriso tímido que lhe foi dado depois que o beta beijou sua testa, a maneira como sua mão pequena tremia por causa do nervosismo, sua gentileza em meio a mil e uma perguntas desnecessárias feitas pelos convidados de seus pais— na opinião do beta —, sua maneira de comer de forma fofa e adorável, o jeito simples e educado com que tratava sua família, seus olhos surpresos diante de todas as coisas que haviam ali e até mesmo seus suspiros quando tomava alguma bebida gostosa. Era como uma criança que via as coisas pela primeira vez e não parecia um aproveitador como muitos andavam sussurrando por aí. 

 Sim, ele era um anjo, puro demais para aquelas pessoas. 

 Parecia ter saído de algum livro de contos de fada ou algo do gênero e o Kim tinha consciência disso. Pior que ele tinha mesmo e por mais que quisesse dizer que não, Jung Hoseok, esse que manteve o seu sobrenome a pedido do mesmo, era quase irreal. Tudo isso ficava indo e vindo dentro de sua mente lhe dando a sensação de que aquele homem não merecia estar casado consigo. Ele era exatamente o que seus pais ou qualquer outro genro quisesse, mas não era o que ele queria. Perfeito demais, lúpus, céus, ele tinha se casado com o melhor da linhagem ômega. Sabia que aquele rapaz era quase um diamante no meio de uma pilha de vidro quebrado. Via nos olhos dos ômegas que lhe rodeavam a inveja destacada e mais uma vez achou ridículo, muito. Por onde passava com o Jung podia notar tanto os ômegas quanto os alfas virando o pescoço para olhar para ele e isso lhe dava a sensação de que tinha um troféu em suas mãos. 

Seus pais haviam lhe dado o melhor dos melhores, mas não era isso que ele queria. 

No fundo Taehyung não queria aquele casamento, nunca quis se prender a alguém, mas o sorriso dos seus pais era tão lindo e radiante que ele não resistiu, tinha de ver mais e mais. 

Heechul quase chorou quando lhe abraçou e disse que estava feliz demais por si, Taehyung se prendeu naquele abraço e não quis mais sair, mas tinha de ser cumprimentado e parabenizado pelos seu irmão e cunhado e cunhada. Seokjin era o início que não parecia feliz e isso, mais uma vez, foi ignorado por Taehyung. 

 Suho brilhava no meio do salão enquanto confirmava que sim, seu filho havia se casado com um ômega lúpus, um trunfo. O beta chegava a sorrir quando seu pai dizia isso e ainda brincava dizendo que teve sorte e que Hoseok era um anjo por ter lhe aceitado. Aceitado o seu "amor". 

Contar mentiras não era um problema. Nunca foi.  

Os sócios de seus pais invejavam isso, mesmo estando casados e ao lado de seus ômegas desejavam aquele ser maravilhoso que desfilava pelo salão de braços dados com algum Kim, já que Taehyung as vezes o deixava com um de seus irmãos alfas ou com seus amigos enquanto ia cumprimentar os "amigos" de seus pais e parentes. Uma vergonha, Taehyung repudiava aquela classe de interesseiros. 

Alfas eram ridículos diante do seu ponto de vista, bem como os ômegas também, todos, sem exceção, todos eram ridículos para si. Chegava a cerrar os dentes quando via isso, quando notava que eles eram um bando de abutres. 

Até seu esposo estava incomodado. Hoseok não parecia muito feliz com aquela chuva de atenção e chegava a se encolher ao seu lado segurando firme seu braço e tampar o nariz quando alguém passava por si. O beta não sentia os cheiros de alfas e ômegas, mas sabia exatamente como eles funcionavam. Não seria mistério para alguém que esse comportamento de Hoseok se devesse ao fato de que algum daqueles homens ou mulheres estivesse se impondo para cima do seu esposo. Querendo chamar sua atenção ou até mesmo subjugá-lo. 

Ridículos. 

Briga de poder, cheiros, classe e posse. Ridículo demais. Nojo. Taehyung sentia repulsa. 

O nome dele é HoseokOnde histórias criam vida. Descubra agora