Era para ser só uma amizade. Era só uma vez. Mas fazer o quê? Viciaram um no outro. Hoje um não consegue mais viver sem fantasiar a história de ambos como um casal, não conseguem mais se ver sem o outro. A amizade e amor os enchem de vida. O que pod...
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𝐀𝐍𝐘 𝐆𝐀𝐁𝐑𝐈𝐄𝐋𝐋𝐘
Abri os meus olhos, ouvindo sussurros ecoando do lado de fora do meu quarto. Um sorriso bobo tomou conta dos meus lábios imediatamente.
As estrelas coladas no teto do cômodo iluminam o ambiente, que logo, logo será tomado por um coro de "parabéns" dos meus pais. É sempre assim, meus pais sempre fazem do meu aniversário o melhor dia do ano inteirinho.
— Espera, Bernardo!
Soltei um riso baixo, ouvindo minha mãe repreender meu pai, como de costume. Esses dois...
Abracei o travesseiro, fechando os meus olhos novamente. Hora de colocar a minha atuação em prática.
— Ai, amor. Você está pegando na minha bunda!
Abri os meus olhos imediatamente e fiz uma careta, ouvindo o sussurro do meu pai. Eu só tenho dez anos, não preciso ficar ouvindo isso!
— Foi o balão amor. — Minha mãe sussurrou, mas um riso ecoou em seguida.
Mamãe safada, fica pegando na bunda do papai!
Voltei para o meu fingimento imediatamente, já que ouvi a maçaneta girar... meu Deus, não posso sorrir antes da hora ou até mesmo, me mover demais. Meus pais me conhecem direitinho, qualquer movimento em falso e eles descobrem que não, não estou dormindo.
Um suspiro alto saiu dos meus lábios no instante em que a porta se abriu. Eu pude sentir os meus olhinhos castanhos brilharem, quando a voz grossa do meu pai se juntou com a voz angelical da minha mãe.
Parabéns pra você...
Sentei imediatamente na cama quando meu pai me "acordou" com cócegas. Isso não se faz! Soltei gargalhadas, enquanto minha mãe nos olhava com amor e carinho. Nas suas mãos há uma bandeja repleta de frutas e guloseimas.
Oh... eu amo!
— Papai, chega! — Mais risos altos ecoaram e meu corpo se mexe sem parar, meus cachinhos já estão espalhados por todo o meu rosto!
Ele continuou nessa por mais alguns segundos, mas logo as cócegas deram lugar para os beijinhos carinhosos nas minhas bochechas. Own...
Meu papai!
Abracei o grandão, soltando um grito fino quando ele me pegou no colo, se aproximando da mamãe.
— Eu não acredito que a minha princesa está completando dez aninhos. — Vi os olhinhos da minha mãe ficarem cheios d'água.
— Mãe, não chora. — Fiz um biquinho choroso, inclinando o meu pequeno corpo com cuidado.
Ainda no colo do papai, abracei a mamãe.
Nós ficamos um longo tempo juntos, recebi carinho de ambos o tempo todo. E eu comi tudinho que trouxeram para mim, principalmente os morangos.
