Capítulo 2 - A chegada à delegacia

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   Novamente meu relógio apita e então eu o olho, 5:27 h, após olhar o relógio olho para fora e vejo que o dia está prestes a amanhecer.
   -Foi uma noite agitada não é mesmo ? - Diz-me Mark.
   -Realmente foi - Respondo-lhe rindo.
   -Está bem então... Venha, o Capitão Stroon mandou eu lhe levar para sua casa.
   -Só tem um problema... - Digo-lhe dando uma risadinha sem graça - Não me recordo onde moro, minha idade, nem quem sou, Só me lembro de meu nome e de acordar na grama às 3:45h.
   Mark já estava de costas para que pudessemos sair, porém ele se vira lentamente tentando entender com exatidão o que estava havendo naquele momento. Ele me olha, para, e sai andando em direção á uma porta, a porta do escritório do Sr.Stroon. Vou até a janela e vejo que o dia ainda não clareou por completo, ainda está frio e com a neblina da madrugada. Resolvo me sentar e tomar um copo de café, tenho a leve impressão de que Mark demorará à voltar. Alguns - longos - minutos depois Mark volta acompanhado de Stroon.
   -Bom dia Srt.Katherine - Diz sério o capitão Stroon - Sou o Capitão Geovald Stroon, e preciso que me acompanhe.
   Levanto-me assustada com a situação e o acompanho.
   - Sente-se por favor - Ele pede com muita educação.
   Ainda em choque pela situação e "correndo" pelo sonho, me sento em uma cadeira de espuma com o forro preto. Digo :
   -Pois não senhor.
   -Soube que não se recorda de quem é, de onde mora nem de sua idade, estou certo senhorita?
   -Exatamente, senhor.
   -Srt.Katherine precisaremos fazer alguns exames para saber sua idade e saber seu DNA para identificar de onde você é. Então peço que fique conosco até que o resultado dos exames saia.
  -Está bem mas... Onde ficarei?
   -Não se preocupe com isto, lhe acomodaremos bem em uma de nossas casas.

                     **

   Saindo da delegacia vou até um hospital próximo e faço todos os exames pedidos. Depois sou acomodada em um hotel ali da região.
   Assim que eu entro em meu dormitório a primeira coisa que faço é me jogar na cama. E domada pelo cansaço durmo.
   "Estou em um lugar pequeno, sozinha. A floresta à minha volta. Está tudo escuro, mas tenho uma tocha em minha mão direita.
   De pernas cruzadas no chão, estou faminta e está frio e úmido. Minhas pernas estão rígidas e não há espaço para alongá-las, mas eu não me importo.
   Primeiro foi um som.
   Arrasta, bate; arrasta, bate. Como algo metálico se arrastando por uma superfície áspera, ou uma pá empurrando a areia, levantando e jogando, vez após outra.
   Abri os olhos.
   Não é uma pá, mas uma colher de pedreiro: se enterrando na grossa argamassa e derrubado-a no topo da fileira de tijolos bem acima de mim.
   Arrasta, bate; arrasta, bate.
   Os tijolos formam um padrão circular ao redor. Se eu estico minhas mãos alguns centímetros, de lado a lado, na frente ou atrás, tudo que alcanço são paredes áspera e arredondadas. E está ficando mais alto, fileira à fileira. A única luz é um círculo difuso bem acima, que se torna cada vez mais difuso.
   Estou em uma torre, sem janelas ou portas. O topo das paredes está muito acima de mim e - arrasta, bate; arrasta, bate - se afasta um pouco mais a cada segundo.
   O círculo de luz desaparece abruptamente. O som cessa.
   O pânico se agita por dentro e se torna raiva. Me jogo contra as paredes, chutando e socando várias vezes, até me recostar exausta, incapaz de me sentar novamente em um espaço tão confinado. Estou descalça, mãos e joelhos feridos e ensanguentados.
   Me deixe sair! Eu grito".
   Quando meus olhos se abrem de repente, não consigo ver nada. Eu os abro um pouco, depois mais um pouco, me levanto e vou tateando pela parede até a janela, puxo ás cortinas para o lado e olho para fora. O sol já nascera.
   O horror do pesadelo está se apagando, os detalhes começando a se despertar como fumaça flutuando no ar. E naquele dia, soube "Preciso me lembrar de quem sou, ou melhor, preciso reescrever minha história do meu geito".

Gente só tenho 13 anos então não tenho muitas ideias e por isto pesso perdão :'(

Aquela menina...Onde histórias criam vida. Descubra agora