Capítulo 05

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.............Os dedos que me acusam...........

Os dias eram cada vez mais demasiados lentos, cada respiração, cada passo, cada suspiro, eu podia contar as batidas do meu coração, eu podia jurar que em algum momento ele parou de bater por sete segundos consecutivos, estava pálida novamente, Jhoen sempre vinha me ver quando estávamos em folga, ela têm sido boa, pois ela não exige nem uma resposta ou se quer fala algo, só fica ali, do meu lado e é por isso que a respeito muito. Eu já podia ver o verão, que ameaçava com seu sol de queimar o crânio, ás vezes eu tinha que reservar um tempo para ir no rio tomar banho, nem sempre era o suficiente, Tamlin ficava cada vez mais ausente da casa, eu mal o via, nem mesmo aos jantares, pois ele passava tempo demais nas florestas ou sei lá por onde ele anda, mesmo que quisesse, ele não me diria se pudesse, mas não importa. As pessoas andavam sem olhar para o lado, eram somente corpos, vazios, totalmente vazios.

Depois das festas de fim de ano, depois que meu senhor me proibiu de ver Emett, já fazia dois meses que não via ele, ele tentou me visitar, mas pedi para Jhoen despistar ele, eu não sei o que ela disse, mas ele nunca mais veio me ver, sinto muita saudade dele, agora eu tinha que ser atendida pelo pai dele, melhor do que ter que inventar mais mentiras.

Marco agora dava em cima de mim de novo, não me deixava em paz nem um momento, isso me deixava irritada, pois eu não conseguia me controlar, a vontade de matar ele a cada segundo, isso é tão sufocante, sempre tinha que estar na presença de Jhoen ou do meu senhor, eu foquei mais no trabalho, mas não tinha vontade de comer, era eu novamente, a velha Kendra bastarda e sem vida.

- Eles vão vir para trocar essas cortinas e mudar as janelas, batem muito sol.... Kendra? ... Kendra?... - meu senhor falava - *Kendra?*

- *Ah!* - dei um pulo sobressaltado quando me assustei. Olhei para ele com os olhos arregalados.

- Estou falando. - ele estava furioso, suas veias da testa estavam saltando com freqüência frenética.

- Sim, sim.. Eu ouvi senhor..- respondi mentindo, talvez ele soubesse. Talvez meu rosto tivesse me denunciado.

- E o que eu disse? - impaciência acusava no rosto do meu senhor.

- Vamos trocar a... Tapeçaria? - eu não estava ouvindo.

- Fica atenta, não estou aqui para falar com as paredes. - ele saiu antes que eu pudesse dizer algo.

Meu senhor era frio e distante, eu não sabia como fazer para mudar, acho que ninguém poderia, se ele quisesse morrer assim, sozinho, então sozinho ele morreria.

- Candy...- aquela voz melosa e ardente me perseguia para todos os lados.

- Meu nome é Kendra seu verme escroto..- avancei até ele com meus punhos cerrados ao lado do corpo.

- Adoro quando vira uma selvagem! - ele me deu um sorriso malicioso.

- Essa selvagem, pode arrancar seus dentes se ao menos quiser tocar em mim.- rosnei na cara dele.

- Eu ia amar ver você tentar!? - ele se aproximou - se bem que eu gostaria que essa mão fizesse outra coisa. - Ele me olhou dos pés a cabeça.

Não tive tempo para pensar em alguma coisa, eu já estava socando o estômago dele, ele grunhia de dor, então dei um chute tão forte que ele bateu a cabeça na cristaleira, fazendo assim cair tudo em cima dele, sangue escorria da boca e nariz dele, ele estava todo cortado, sangrando totalmente, uma beleza desperdiçada.

- Você vai me pagar! - ele grunhia de costas no chão, mas pude sentir seus dentes bater.

Gargalhei o mais alto que pude, quando percebi dei um chute no pau dele.

A dama das chamasOnde histórias criam vida. Descubra agora