𝐜𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐭𝐰𝐨

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╭──────•◈•──────╮MAIS UM PERDIDO ╰──────•◈•──────╯

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MAIS UM PERDIDO
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O trio suspirou pesadamente,estavam cansados de tanto caminhar.A noite já havia caído e eles caminharam apenas para lugar nenhum e para piorar tudo,estavam passando fome e frio.

Samuel se sentou no chão,encolhido e com o coração pesado.Havia sido muito idiota de supor que poderia voltar para Camila e então todos eles iriam sair dali...como ele havia sido capaz de ter deixado ela sozinha no meio do nada e ela não sobreviveria muito tempo,disso Samuel tinha certeza.

Ele não acreditava que havia sido medroso o suficiente para sair do lado de sua namorada,só para se sentir mais seguro com Bruna e Mariano.O garoto se sentia patético,completamente patético.

—Você tá pensativo e quieto de mais,que merda tá pensando?

Bruna foi direto ao ponto,conhecia o garoto bem o suficiente para saber que quando estava daquele jeito era por que muito provavelmente estava refletindo sobre algo e isso era extremamente ruim.De todas as vezes que a garota esportista o o viu daquele jeito,sempre acontecia alguma merda porque ele nunca refletia 100% de forma racional.

—Que nós somos medrosos por termos deixado a Camila pra trás!Eu vou voltar lá e ver se ela está bem.

Se levantou bruscamente o garoto,com a pouca força que tinha e a respiração ofegante de tanto andar em direção ao nada.Os dois irmãos se entreolharam,cabisbaixos após se lembrarem da amiga.

Eles estavam com a cabeça muito quente quando saíram de lá mas agora não havia mais volta e nem sequer sabiam o caminho e tampouco aonde Camila estava naquele momento.Bruna e Mariano sabiam que seria idiotice voltar e mesmo com ambos estando com os corações pesados e mentes acabadas,nenhum dos dois queria voltar.

—Vocês...vocês não vem comigo?

Os irmãos se entreolharam e em seguida olharam para baixo,Bruna soltou suspiro e Mariano apenas ficou calado.O terceiro integrante do grupo olhou assustado para os dois,porque ambos simplesmente estavam aceitando uma amiga estar em perigo enquanto todos estavam ali uns com os outros.

—Escuta Samuel,a gente quer muito ir mas...

—Se querem tanto ir não teria nenhum "mas" aí!Qual é gente a Camila é nossa AMIGA. Mariano,ela te impediu de sofrer bullying e você agradasse assim?

Rebateu o rapaz,com o tom de voz extremamente indignado.O cacheado se levantou bruscamente também por odiar quando usavam aquele argumento para sempre ressaltar que Camila foi a sua super heroína no colégio por ter ficado ao lado dele e como uma garota popular,ninguém ousou tocar no novo amigo dela.

Mas antes dela fazer tal bondade,os dois brasileiros não haviam sido muito bem recebidos na escola.A popular havia mudado tudo aquilo,foi um ato de gentileza que permitiu que a amizade entre todos eles surgisse.

—Vai usar isso pra me subornar?!CARA,QUAL O SEU PROBLEMA?Quer ir atrás dela,vai então porque eu estou pouco me importando.Eu quero ficar vivo e quero que minha irmã fica viva também.

—Então é isso,você vai tacar o foda-se pra Camila?Vocês não eram amigos?Trai ela assim desse jeito com tanta facilidade?

—Trair?Eu gosto bastante da Camila e eu também estou sofrendo com toda essa merda e a decisão de deixar ela pra trás mas eu quero sobreviver.Minha irmã é bem mais importante que ela.

Os dois se calaram,as respirações ofegantes e as gargantas secas por falta de água e tamanha gritaria.Nenhum dos dois estava pensando claramente nas palavras que despejaram,mas havia uma certa pontada de sinceridade em cada palavra que sairiam dos lábios de cada um.

Mariano realmente amava Camila,eram amigos a bastante tempo desde de que ele chegará na Colômbia.Mas ele realmente não poderia deixar a sua irmã de lado por causa de uma amiga,doía ao extremo e ele se segurava para não chorar como uma criança naquele momento.

—ENTÃO EU VOU SOZINHO.

—VAI SOZINHO ENTÃO,EU TÔ POUCO ME IMPORTANDO.

Samuel soltou um suspiro,dando uma última olhada para os irmãos e voltando do caminho de onde vieram.Os xingou de todos os nomes possíveis(e até repetidos)que vieram em sua mente porque a dor que sentia naquele momento era extrema.

Nem podia acreditar que foi traído daquele jeito,que pessoas na qual ele disse confiar e que passou tantos momentos juntos estavam deixando ele ir sozinho e ainda deixaram sua namorada sozinha também.Claro,ele foi ridículo por fazer isso também mas estava voltando enquanto aqueles dois nem se importaram.

Samuel duvidava muito que aqueles dois idiotas estivessem sofrendo alguma coisa,provavelmente eram amigos de Camila só por interesse e nunca sequer gostaram dela de verdade.

O garoto parou de repente,olhando para cima e encarando um tucano.Poderia ser idiota de se falar entretanto o garoto achou que aquele animal o olhava com uma segunda intenção tenebrosa.

Samuel ignorou aquilo e continuou andando pela selva mas coisas estranhas sempre aconteciam no caminho,pássaros picavam sua cabeça,os galhos de repente pareciam aparecer para lhe machucar,ele jurava ouvir algumas risadas distantes em meio a escuridão e alguns animais o pareciam encarar como se estivessem lendo a sua alma.Para piorar a situação,ele viu um rabo de onça pintada atrás de um arbusto.

O estudante ficou estático,respirando fundo.Se fosse realmente uma onça pintada ele deveria ter que ficar quieto e pensar em um plano de fuga mas o garoto não teve tempo de pensar porque o animal avançou nele sem mais nem menos.

Para sorte de Samuel ele era forte o suficiente para conseguir resistir durante algum tempo e de maneira estranha,ele poderia dizer que o animal estava pegando leve.Seu pai estudava animais selvagens,então ele sabia que aquela onça pintada poderia te-ló matado a vários minutos.

Deu um grito agonizante ao sentir uma mordida em seu ombro e o cheiro metálico de sangue invadiu as suas narinas.Foi a pior dor que ele sentiu em toda a sua vida e lágrimas escaparam de seus olhos por conta disso.

Em seguida algo mais estranho ainda aconteceu,a onça simplesmente saiu de cima de si e começou a caminhar em uma direção entre a escuridão da floresta.Samuel tentou respirar fundo e se tranquilizar entretanto risadas histéricas de uma voz feminina chegaram aos seus ouvidos.

Era a mesma que ele jurou ouvir bem baixinha e aos sussurros,em meio a floresta.

—Como a Dolores e o tio Bruno falaram,temos intrusos na nossa floresta.É bem triste não é mesmo Antônio?Nossa família não gosta nenhum pouco de convidados surpresas.

𝐕𝐈𝐋𝐋𝐀𝐍'𝐒  𝐌𝐀𝐃𝐑𝐈𝐆𝐀𝐋 |✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora