capítulo 3

10 1 0
                                    

Essa ordinária deve ter ouvido tudo. Já percebi os olhares que direciona a Rodrigo.
Ela deve ser algum tipo de affair ou, simplesmente, é psicótica mesmo.

Eu sabia que era mais uma piranha desde quando a vi- diz mordaz, em seu rosto posso ver traços de raiva e até mesmo de mágoa. Mas não posso fazer nada. Ele até onde pude perceber é solteiro e não o obriguei a transar comigo.

Ela que lute.

Poxa, Amandinha. Não pode me julgar. - digo irônica. Caminho até estar perto de seu ouvido e digo baixo: - Ele é uma delícia. Já provou?

Amanda se prepara pra me desferir um tapa mas seguro seu braço no ar e puxo seu rosto em minha direção para que entenda bem o que vou dizer.

Não sei qual é a sua, mas escute bem o que eu tenho pra te falar: eu vim à trabalho, transar com Rodrigo foi um acaso. Não brigo por causa de macho, então ele é todo seu.

A solto e vou caminho pelo corredor até meu quarto.
Se essa garota acha mesmo que ficarei como uma mocinha indefesa aceitando todas suas ofensas, ela está muito enganada. Eu sou de Bangu, querida!
tomo uma ducha rápida para tirar os vestígios do que fizemos e não posso evitar um sorriso. Nada melhor do que a sensação de ser bem comida. Nesse ultimo mês mal tive tempo graças ao trabalho e agora meu digníssimo chefe que acaba com esse meu probleminha. Ironico não é mesmo?
Me visto de forma simples novamente. Apesar de serem visitas profissionais, Acredito que o ambiente não peça saltos e saia lapís. Então, pego somente uma calça jeans de lavagem clara e uma camisa branca simples. calço as mesmas botas de antes. Estou surpresa de como todas as roupas me vestem bem. Realmente Clara nasceu para isso.

No espelho, paro abrindo a única nécessaire que avistei na mala, tenho mais uma surpresa ao me deparar com várias maquiagens ainda embaladas. Isso é mais do que eu tenho em casa, e olhe que as minhas são compras em lojinhas de tudo por 10 reais. aqui tem somente maquiagens de qualidade. Grupam batons MAC, paletas da Fenty e muitas outras marcas que conheço por assistir vídeos no Instagram de famosas. No momento, opto por usar somente um batom rosa claro, máscara nos cílios e um pouco de blush ficando com o aspecto de "saúde" e nos cabelos passo somente a escova.
Me olhando no espelho por completo, verifico se estou pronta e pra mim tudo bem. Graças a deus puxei uma boa genética da minha família italiana. Nasci com a pele morena bronzeada avermelhada, cabelos longos e escuros - que sempre me rendem perguntas do tipo: é aplique? Qual a marca da tinta que você usa?

Não, querida, é natural mesmo. 

Na bolsa, ponho o tablet da empresa e a folha com o nome das fazendas que preciso ir. 

Desço as escadas me deparando com Rodrigo, devidamente arrumado.

-Rodrigo, você pode me emprestar um carro? - Digo tentando disfarçar meu olhar de admiração naquele Deus grego. Seu nome poderia ser Apolo. Seria um bom nome nosso para o nosso filho.

Que filho, Scar?

- Vou com você. - diz me surpreendendo - O velho Maurício não costuma ser uma boa pessoa.

Digo um breve "okay" e passo pelo mesmo rebolando o máximo que consigo essa minha bunda maravilhosa.

Se ele pensa que vou me fazer de rogada agora que dei pra ele, está muito enganado.
Não sou como as outras mulheres por aí que sofrem após não receberem uma ligação. 
Sou prática: se eu quero, eu pego.
Descemos a escadaria do casarão e o homem que presumo ser um empregado já com idade mais avançada entrega a chave de uma picape que mais parece um caminhão monstro para meu chefe.
"Como que vou subir nisso?" penso.
Rodrigo, deixa o brucutu de lado e se transforma em um lorde ao abrir a porta pra mim.

Olho para o carro e depois para o Rodrigo que sorri com escárnio.
Não sou baixa, estou na média das brasileiras com 1,61 metros.

Entretanto, este carro estava fora dos padrões da cidade, estava até mesmo fora dos padrões de outras picapes.
Isso é um monstro de 4 rodas.

Ignoro quando Rodrigo estende a mão para me ajudar e seguro na porta me impulsionando para o banco.

Dou meu maior sorriso cínico quando o cowboy sorri para mim, e bate a porta.

O carro monstruoso é puro conforto. O painel ostentava uma madeira envernizada equipada com um multimídia de última geração o qual assim que o motor deu seu ronco potente, começou a tocar uma música sertaneja desconhecida por mim, mas agradável.

O trajeto foi muito agradável apesar de observar Rodrigo me olhar de soslaio a cada curva. Típico homem do mato: muito músculo, pouco cérebro e atitude.

-Preciso que fique atenta à nossa negociação de hoje - Rodrigo quebra o silêncio quando passamos pela cerca da fazenda Novo horizonte. - O velho Alberto não é muito fã da nossa família e mantemos negociações cautelosas por anos. Pedir toda sua produção de café parecerá que estamos desesperados.

-Mas.... - digo hesitante - .... não estamos desesperados?

ele me olha antes de saltar do carro após parar em frente a uma casa digna das novelas de época da TV e abrir a porta para mim novamente.

Ele não precisa saber disso, não mesmo? - diz e me pega pela cintura, deixando meus pés a poucos centímetros do chão, exercendo uma pressão gostosa na minha cintura, que me faz lembrar da pegada que me mostrou ter há poucas horas.

Sinto sua respiração no meu rosto, com hálito de café, que apesar de detestar, o tornava no mínimo exótico. Levanto a sobrancelha em desafio, mas somos interrompidos pelo som do trote de algum cavalo se aproximando.

-Pela aba do chapéu de rodrigo, posso ver que outro agroboy se aproxima, e a cada metro, posso confirmar o quão gostoso é. 

Minha Nossa Senhora das Fazenda, que tanto de homem gostoso e esse?

A que devemos a honra de ter Rodrigo Prado nas nossas terras? - Diz o desconhecido após descer do animal.

Posso estar enganada, mas posso sentir a tensão entre os dois.

Preciso falar com seu pai. - Rodrigo responde somente.

Meu pai está na Itália com minha mãe. - Estremeço ao ouvir o nome do país e sou finalmente notada pelo peão - Essa é sua nova brincadeira?

O corpo do Rodrigo fica mais tenso que antes ao ouvir a piadinha de mal gosto do outro. Mas antes que eu pudesse responder, Rodrigo diz:

Diga a seu pai que preciso falar com o mesmo. 

Ele me empurra para o carro novamente e me põe no banco sem a mesma delicadeza que teve ao tirar. Bate a porta com força e entra no banco do motorista dando a partida.

Pode falar comigo também. - diz o outro se debruçando na minha janela e me encara minuciosamente.

-São negócios, João Paulo. Não é assunto para moleque.

Rodrigo arranca com a picape e pelo retrovisor posso ver o tal de João Paulo com cara de tacho.

-Acho que se quiséssemos um acordo, não conseguiríamos mais- Digo vendo todos os músculos de Rodrigo tensos ao segurar o volante com uma força que considero desnecessária - Já aconteceu algo entre vocês dois? - Ele manteve silêncio. - Okay, não precisa me dizer nada, mas eu acho que se.....

O carro parou num solavanco que me fez tombar.

-Você consegue ficar calada, Scarllet? 

-------------
Oi, meninas!!!
Sumi, mas 2022 chegou e me trouxe junto.
Vamos com tudo.
Deixem a estrelinha.
Nos próximos capítulos vou trazer à tona o mistério da nossa Índianinha. Coloqurm nos comentários o que vocês acham que é.

Feliz 2022!!!!

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 26, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Uma dose de caféOnde histórias criam vida. Descubra agora