Os dias, os poucos que passaram, transcorreram agitados. Muita coisa precisava ser feita e arrumada na casa nova de Paolla. Infelizmente parte dos seus gatinhos seguiam sumidos, o que só a entristecia mais, mas estava tentando colocar sua vida em ordem.
Não havia tido mais contato com seu ex desde aquela mensagem mal criada, ao contrário de Diogo, que vinha se fazendo mais e mais presente todos os dias, fosse por ligação ou mensagem. Isso vinha tendo um efeito grandioso naquela ariana de sangue quente, que parecia mais feliz a cada nova troca com ele. A tal ponto de, ainda que ninguém mais soubesse, colocar em uma legenda no Instagram as palavras dele naquele cartão recebido com as flores.
"Sacode as cinzas e dá a volta por cima."
Só eles sabiam daquilo e para ambos estava bom assim.
Talvez nenhum deles soubesse explicar de fato o que estaria acontecendo, mas sentiam uma conexão tão grande que não era necessário nenhum tipo de esforço para que se dessem extremamente bem. As conversas entre eles eram leves e intermináveis, pareciam não ficar sem assunto nunca. Diogo se mostrava muito interessado em tudo o que dizia respeito a ela e Paolla, não por menos, ficava mais impressionada com aquele homem a cada nova troca. Como poderia alguém ter tanto a ver com ela assim? Como era possível terem uma energia tão parecida? Conversar com ele era como se sentir em casa, à vontade, confortável.Mariana: Tá falando com ele? — notando como Paolla sorria igual boba, ao lado dela no banco de trás do táxi a caminho do aeroporto de Congonhas.
Paolla sequer ouviu a pergunta, absorta na conversa com ele, totalmente focada na tela do celular.
Haviam viajado para São Paulo, a cargo de uma ação publicitária, mas era apenas uma diária e voltariam no mesmo dia.Mariana: Agora entendi a pressa em voltar pro Rio... — rindo e recebendo uma careta da amiga de volta — Vão se ver de novo?
Paolla: Ele... — se concentrando pra terminar a mensagem de texto, enviando em seguida e agora sim olhando para ela — Ele me chamou pra jantar na casa dele.
Mariana: Só vocês dois? — adorando o avançar das coisas, afinal eles só haviam se visto duas vezes em sociais, apesar de se falarem todos os dias, já era hora de um encontro assim, pra valer.
Paolla: Aham. — agora diminuindo o tom de voz, em busca de privacidade já que estavam no carro de um "estranho" — Disse que vai cozinhar pra mim.
Mariana: Já falei que sou fã dele? — se divertindo e achando tudo o máximo — Esse sabe das coisas!
Paolla: Boba! — rindo com a empolgação dela — Perguntou se eu posso amanhã.
Mariana: Claro que pode. E se não pudesse, eu faria poder.Era mais que óbvio o quanto a assessora, e amiga, torcia para que desse certo. Aliás, qualquer pessoa que estava ao redor deles notava como tinha tudo para nascer algo lindo entre os dois. Juntamente com Mariana, Abgail e Clarisse faziam parte da torcida pelo possível novo casal. A vontade delas só não era maior que a deles próprios, que pareciam dois adolescentes indo para o primeiro encontro.
O dia seguinte chegou em um pulo, trazendo consigo nervosismo e ansiedade. Paolla, sempre muito prática e sem frescuras, já havia trocado de roupa pelo menos três vezes, insatisfeita com todas as combinações feitas sem se dar conta de que estava linda em todas elas. Queria impressiona-lo a todo custo, ainda que apenas ser quem era já o impressionava e muito. Diogo também estava inquieto em casa, agora vazia para recebe-la mais a vontade, andando de um lado para o outro, conferindo a cada dez minutos se não faltava nenhum ingrediente para a receita que faria naquela noite. Gostava de cozinhar, era realmente bom em alguns pratos específicos, então não perderia a oportunidade de expor seus dotes."Boa noite..." se anunciou na portaria do condomínio dele, alguns longos minutos atrasada. Dirigindo seu Volvo, Paolla aguardava para ser liberada pela segurança, que conferiu pelo interfone se ela estaria autorizada a entrar.
Assim que a cancela foi aberta, ela avançou com o carro e podia jurar sentir o volante deslizar por suas mãos suadas. Por que diabos estava tão nervosa assim?
Puxou o freio de mão logo que estacionou e se conferiu uma última vez no retrovisor. Não estava com uma grande produção, afinal havia se arrumado sozinha, mas já tinha muita prática no assunto então o resultado havia sido pra lá de positivo.
Sua maquiagem estava simples, apenas com rímel, blush e um corretivo nos lugares certos. Isso evidenciava algumas de suas sardas e só a deixava ainda mais linda. No cabelo, alguns cachos castanhos claros do babyliss mal feito seguiam intactos, fazendo uma bela harmonia com o vestido longo branco que usava. As costas nuas da peça lhe permitia um look elegante e sensual ao mesmo tempo, bem como ela queria. Nos pés uma rasteirinha caramelo caía muito bem e assim, simples e linda, desceu do carro com o coração à mil por hora.