Capítulo 14

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Abracei Diego fortemente, ele estava tão frágil, nem parecia aquele garoto forte e dependente, mas ele tinha perdido o próprio pai, e eu não imagino como seria a minha vida sem meu pai, é muito ruim, agora seria pior quando eu tiver que chamar Gelvana, consigo até imaginar como ela há de ficar.

“Quer que eu chame ela?” Perguntei e ele assentiu sentando novamente na cama de Talhia.

Corri até o banheiro e abri a porta, Gelvana desligou o chuveiro e veio até mim.

“Ele já foi embora?” Ela falava baixinho.

“Não, ele precisa te dizer uma coisa.”

“O que? Você esqueceu que eu estou com o rosto roxo?” Ela abaixou um pouco mais o tom de voz apontando o dedo indicador para a sua cara.

“Não vai perceber, a maquiagem disfarçou.” Ela me olhou desconfiada e foi até o espelho.

“É, você tem razão, mas o que ele quer?”

“É melhor ele te contar.” Falei com o olhar triste e ela logo percebeu, abriu a porta do banheiro e encontramos Diego sentado no chão com o rosto escondido entre os joelhos.

“O que aconteceu? Porque está chorando?” Ela se ajoelhou e ficou a fazer carícias no braço dele.

“Se lembra do dia que o nosso pai iria ser julgado?” Diego estava com o rosto vermelho, ele já tinha parado de chorar.

“Sim, era hoje.” Falou Gelvana.

“Aconteceu que ele não será mais julgado.”

“Ele está livre?” Ela ficou feliz, sorria muito.

Diego suspirou e me olhou triste.

“Mataram ele.” Ele falou tudo tão rápido que fez a Gelvana congelar.

“Que?” Ela caiu se sentando no chão.

“Mataram ele.” Repetiu a mesma coisa, Gelvana estava estática no chão olhando fixamente para a macha preta que parecia uma pequena pedra.

Ela não estava chorando, mas dava pra imaginar o que estava acontecendo com ela, e no que pensava. Uma pequena lágrima escorreu pelo seu rosto e ela olhou fixamente para mim, fui até ela e me abaixei abraçando-a.

Diego olhou para mim e sorriu, eu tinha conseguido a amizade da irmã dele e isso era tudo o que ele queria, o mesmo me abraçou e assim ficamos, abraçados ouvindo as lágrimas de Gelvana.

A Geo e o Diego já tinha ido para a casa deles, iam ficar lá para o funeral do pai, as meninas quando souberam ficaram super abaladas, logo hoje que tínhamos um plano de sair escondido novamente, mas ninguém estava com clima para isso, nem Talhia que é apaixonada por festas.

“Hey Cassidy, porque Gelvana estava com o rosto inchado?” Camila apareceu depois que as meninas foram para a piscina.

“Hã... não sei... é, eu não sei.” Eu tinha oficialmente me entregado, eu não pensei que poderiam notar.

“Você não sabe ou não quer me contar?” Camila sentou-se ao meu lado e ficou me encarando.

“É, eu não sei, se eu disse que não sei é porque certamente não sei, então para de me pressionar.” Ela me olhou desconfiada e eu me bati mentalmente, preciso aprender a mentir.

“Ok, vou para a piscina, hoje o dia está lindo, não quer ir ficar com a gente?” Ela levantou, olhou para a porta e depois para mim.

“Não, valeu Cami, quero ficar por aqui mesmo.” Falei e ela assentiu saindo do quarto.

B. F. F ⭐Amigas⭐1 Onde histórias criam vida. Descubra agora