DOIS

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Uma coisa era certa, eu não queria existir mais, nunca mais.
Mas meu medo era a morte
Não tenho mais nada, não tenho irmão, mãe, pai, namorado...todos mortos.
Dessa vez eu choro, mas pouco, tão pouco que o desconforto era visível
Já era noite, eu não tinha fome então me deitei no sofá, abraçando o ursinho de pelúcia que ganhei de Evan e uma faca que ganhei de Ryu, era tudo que eu tinha. As roupas deles foram jogadas fora por meu pai, idiota.

6 da manhã:

Acordo, me levanto do sofá que estava encharcado de sangue, a faca
Ela estava afiada e cortou meu antebraço, nada demais.
Limpo aquilo e me arrumo, dessa vez uso roupas diferentes das normais que eu usava.
Coloco uma calça colada preta, uma bota, uma blusa de cola alta e de manga preta. Me olho no espelho antes de sair...acabada. Meus cabelos que um dia tinha volume com ondas perfeitas agora estava triste, estava enorme. O como? Eu não sei, mal me alimento e meu cabelo apenas cresce
Vejo uma tesoura e o corto, na metade da nuca. O cabelo não pesa, minha cabeça fica mais leve e consigo respirar melhor.

[...]
Lá estava eu, andando na rua sem olhar para ninguém, mas atenta com tudo.
Eu não sabia aonde era o local, então decido perguntar para um grupo de homens da Divisão de Guarnição

Ei –os chamo recebo atenção de um homem loiro com um bigodinho estranho

?—Ah, o que foi? –ele pergunta me olhando da cabeça aos pés

—Sabe aonde eu consigo me inscrever para cadete?

?—Hum, então a mocinha quer entrar para alguma Divisão...–diz outro homem, todos eles estavam bêbados mas não me olhavam com a malícia deste homem

Não respondo.

?—Hm, bom no centro da cidade está acontecendo inscrições para a corporação de cadetes. –diz o homem loiro—Afinal, qual seu nome?

—Aiko, Aiko Scarlet.

?—Scarlet...houve um acidente num galpão à uns meses atrás com alguém chamado Scarlet.

??—Teve dois acidentes, um aconteceu ontem –outro homem diz

Hannes—Enfim, sou Hannes, soldado da Guarnição

—É. E aquilo não foi um acidente, não o de 3 meses atrás.

Hannes–Era sua família?

—Era. –minha frase sai desleixada mas não perco a postura—Obrigada, senhor Hannes.

Hannes—Não à de quê, e sinto muito garota.

—Não sinta. E outra coisa –digo de costas para o mesmo— Não beba tanto.

Hannes—Claro que não! –ele e os parceiros começam a rir

Sigo meu caminho até o centro da cidade

?—VENHA PARA SE CANDIDATAR À CADETE E ENTRAR PARA ALGUM ESQUADRÃO

Vou em direção do garoto

?—Veio se candidatar? –pergunta o mesmo

—Sim

?—Certo, preencha a ficha, por favor. –ele diz entregando uma papelada— Namora?

—Sim.

?—Oh, desculpe.

Não respondo. Preencho a inscrição e saio do local que estava lotado de pessoas, feirantes, comerciantes, jovens se candidatando...era uma bagunça

Maldição Onde histórias criam vida. Descubra agora