Capítulo 12

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19 de agosto 2007
sms • 23:13

Dr Black
Anely!
Posso saber onde você está?
Não tenho notícias suas há dias!
Quem está com você???

20 de agosto de 2007
03:19

Rosquinha
Na puta que me pariu

Dr Black
Anely não estou para
gracinhas! Onde você está?

Rosquinha
Que mal humor todo é esse?
Chupou limão? Por que se tivesse me
chupado estaria de bom humor

Dr Black
Acabo de receber uma
foto muito íntima sua!
Não faça joguinhos
comigo Anely!

Rosquinha
Não faço jogos, pra ser bem
sincera não entendo muito
de programação!

Dr Black
ANELY!
NÃO ACABE COM O RESTO
DE PACIÊNCIA QUE AINDA
ME RESTA!

05:27

Dr Black
ANELY!

Rosquinha
Oi machão!

Dr Black
O que realmente você
pensa que esta fazendo?

Rosquinha
Isso não é bem algo pra
resolvermos por aqui,
aliás, sobre a foto, foi
tirada pela minha mãe!

Moscou, Rússia
08:52

— O que eu estou fazendo da minha vida? — balbucio enquanto choro feito uma adolescente que acabou de brigar com o namoradinho — E que briguinha mais boba por sms foi essa? Gente... o que esta acontecendo comigo? Por que eu estou tomando decisões precipitadas? Porque eu não estou sendo eu? POR QUE? — enfio minha cara no travesseiro e grito o mais alto que consigo.

12:44

 Em passos preguiçosos ando até a cozinha. Entro e me dirijo até as cadeiras altas da bancada. A essa hora minha mãe esta trabalhando. Tenho a cara toda pra mim, posso chorar alto a vontade!

— O que você tem? Que carinha é essa? — minha mãe pergunta enquanto entra com algumas flores na mão

— Pensei que você estivesse trabalhando — digo antes de deitar minha cabeça sobre a bancada em minha frente

— Anely! Você tem trilhões na conta, vai chorar em Paris! — ela faz uma careta e vai até o vaso com água que está em cima da pia

— Eu me arrependi de ter mandado a foto pra ele — solto o ar pela boca e a encaro em busca de respostas

— Anely, você sempre foi muito boa em contar verdades, conta a verdade pra ele. Conta que você fez isso pra chamar a atenção dele, nenhuma das bolas dele é de cristal! Você sempre foi clara com absolutamente tudo! Seja clara com ele! Cobre! Seja a chata! Se você não for, não vai ter nada dele! Cobre pela posição que você merece na vida dele! — suspiro

— Você esta certa — balbucio. Me endireito na cadeira alta — Vou mandar uma mensagem pra ele avisando que quero me encontrar com ele, e aí eu falo tudo o que eu tenho pra falar!

— Assim que se fala! — ela se aproxima, me dá um beijinho na cabeça e volta para o jardim. Espero que isso dê certo.

Condomínio Richards, Los Angeles
21 de agosto de 2007, 08:19

 Ando de um lado a outro da sala completamente apreensiva. Eu nunca fiquei tão ansiosa para ver Michael, mesmo que a nossa última conversa não tenha sido das melhores, eu quero ver ele, e quero muito! Isso não é normal, não é. Essa inconstância não é normal! E o que mais me desespera é que eu não consigo entender o que esta acontecendo comigo mesma!

 As batidas nervosas e bem conhecidas a porta faz meu coração pular. Descalça. Um coque alto e usando meu vestido longo ombro a ombro amarelo, vou até à porta. Abro quase me escondendo atrás da porta, ele entra

 Esta usando um terno preto. Seus cabelos estão cacheados e soltos. O perfume dele. Ele se vira para me encarar. Fecho a porta. O olhar dele se fixa nos meus olhos

  Ele parece não ter dormido nada. Esta um pouquinho cansado. Dou um passo. Paro a um braço de distância dele

 Ficamos aqui, encarando um ao outro por vários minutos que parecem apenas segundos. Os traços desse homem são tão lindos. A boca dele. A maneira como ele enxerga o mundo mesmo magoado com o mundo, ainda querendo ajudar

— Te chamei aqui porque, você esta estranho. Não fala para os seus filhos sobre nós e, nós estamos namorando há meses. Não me trata como sua prioridade como antes, colocou seguranças atrás de mim e me pediu para sair do meu emprego para trabalhar para você! Isso não se faz, não se faz — tento manter a calma — Eu que mandei a foto! Minha mãe a tirou, eu queria chamar a sua atenção! — abro um sorriso e olho para cima — Olha a que ponto cheguei! Essa não sou eu! Ou você me deixa ser eu, ou sai da minha vida! — digo com os olhos lacrimejados

 Michael um pouco chocado apenas me encara com uma feição neutra. Se aproxima lentamente. Encosta seu corpo ao meu, aproxima seu rosto... sua boca. Sinto sua língua. Ele me beija com tanta intensidade que me falta o ar quando ele separa bruscamente nossos lábios

— Adeus Anely! — ele diz rispidamente. Dai da minha frente. Abre a porta e se vai... mas... QUE PORRA ACABOU DE ACONTECER AQUI?

AnelyOnde histórias criam vida. Descubra agora