Capítulo 43

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Anely James Barkoff
Casa 21, Condomínio Richards (LA)
16 de abril de 2009, 11:31

  — Vamos morar em Neverland? — Michael pergunta enquanto anota algumas coisas em sua agenda. Seu olhar brilha com a ideia de planejar cada detalhe do nosso casamento. Ele está completamente envolvido, e isso me faz sentir especial.

  — É uma ideia maravilhosa, Michael. Mas, e quanto à logística? E minha vida aqui em Los Angeles? — questiono, pensando nas minhas responsabilidades como chef em um dos restaurantes mais renomados. Não posso simplesmente deixar tudo para trás.

  — Não quero que sinta que está abrindo mão de tudo por mim. Talvez possamos encontrar um meio-termo, um arranjo que nos permita viver em Neverland sem que você precise abandonar sua carreira. O que acha? — ele propõe, com sua característica gentileza que tanto me encanta.

  — Gosto da ideia — sussurro, sentindo um calor reconfortante pela compreensão dele — O que tem em mente? — ergo uma sobrancelha, curiosa com suas sugestões.

  — Vamos ter um motorista para te levar todo santo dia para o trabalho. Vai ser como aquelas pessoas que escolhem viver no campo e ficam horas no carro para chegar ao trabalho, mas, eles vão felizes — Michael tenta me convencer com um sorriso cativante.

  — Pode dar certo — digo baixinho, concordando com a ideia — Sim, vamos fazer assim — levanto-me da cadeira e dirijo-me à pia para começar a preparar o almoço.

  — Você ainda não me disse onde quer se casar — Michael murmura enquanto se levanta e se aproxima, abandonando suas canetas coloridas que o auxiliavam na organização.

  Com um empurrão leve, ele me faz ceder meu lugar. Rimos juntos enquanto trocamos de posição, e eu vou buscar uma faca para cortar os vegetais.

  — Então, eu sonhava em me casar no meu país, seguindo nossas tradições. Mas, isso foi antes de ficar noiva de um estadunidense com suas próprias tradições! — entrego a faca para que Michael comece a cortar os ingredientes.

  — Podemos fazer uma combinação de tradições. E eu não acho que tenhamos mais tradições que vocês da Rússia. Acho que nossas tradições são poucas — ele fala enquanto corta algumas cenouras.

  — Bem, as tradições que eu adoraria ter no meu casamento são o brinde com vodka e algumas danças tradicionais. De resto, pode ser tudo "americanizado" — digo enquanto organizo as panelas sobre a mesa.

  — Gostei, mas, tem algo que eu não quero em nosso casamento — ele coloca os legumes cortados em uma vasilha separada — Chá de panela ou chá de casamento. Isso causou uma discussão enorme no casamento da minha irmã mais velha — Michael ri ao lembrar.

  — O mais importante é estarmos juntos e celebrarmos nosso amor — ele suspira profundamente — Mal posso esperar para nos casarmos logo, para poder dizer a todos que tenho uma esposa.

  — Você poderia ter dito que tinha uma noiva, mas preferiu deixar todas as mulheres que te querem com esperança de que você ainda estava solteiro — falo de forma divertida, e ele ri junto comigo.

  — Ah, claro, jovens senhoras agora estão muito empolgadas ao saber que não estou casado — ele gargalha. Franzo o cenho e me aproximo dele.

  — Michael, não sei se você sabe, mas, você tem um monte de fãs adolescentes, adultas, jovens adultas e assim por diante. Não são apenas senhoras. Meu filho, se toca. você é o Michael Jackson, todas querem te dar! — ele parece surpreso com minha afirmação — Michael, música é atemporal, lembra que você mesmo me disse isso? Claro que novas pessoas te descobrem todo santo dia e também te acham perfeito!

  — Você acha mesmo? — ele pergunta baixinho. Assinto com a cabeça, e ele, pensativo, olha pela janela da cozinha — Você acha que se eu lançasse um álbum, as pessoas ouviriam? — ele me encara.

  — Claro que sim, você é Michael Jackson — digo entre risos, enquanto começamos a separar os temperos para a refeição que faremos juntos. Adoro tê-lo como parceiro na cozinha.

16:02

  Abraçadinhos no sofá, recebo um carinho no meu couro cabeludo. Cada toque dele é como uma carícia suave na minha alma, e eu poderia ficar assim para sempre. Mas, infelizmente, ele para e se senta ao meu lado, pegando sua agenda para revisar algumas anotações. A empolgação dele com os preparativos do casamento é muito fofo, e eu não consigo deixar de sorrir ao ver seu entusiasmo.

  — Ainda temos algumas decisões a tomar sobre o casamento... — murmuro, apoiando minha cabeça em seu ombro.

  — Sim, ainda há muitos detalhes para resolver. Mas estou feliz por estarmos fazendo isso juntos — ele responde, acariciando suavemente minha mão.

  — Eu também estou feliz, Michael. É tão bom compartilhar esses momentos com você — digo o mais sincera possível.

  — Eu estava pensando sobre a cerimônia em si. Talvez pudéssemos fazer algo intimista, apenas com nossos amigos mais próximos e familiares. O que acha? — ele sugere, olhando-me nos olhos em busca de minha opinião. Por mim nem tinha casamento com convidados.

  — Acho uma ideia maravilhosa. Assim poderemos desfrutar tudo com tranquilidade — talvez a ideia de me casar em uma cerimônia íntima e calorosa não é ruim.

  — E quanto à lua de mel? Você tem algum lugar em mente? — ele pergunta, anotando algumas coisinhas da recepção.

  — Na verdade, tenho sim. Sempre sonhei em visitar a França, especialmente Paris, sem dúvida seus filhos vão amar. Seria incrível passar nossa lua de mel na cidade do amor, não acha? — sugiro, imaginando os momentos românticos que poderíamos compartilhar nas ruas de Paris, e claro, quantas coisas vamos poder fazer por lá com as crianças. Tem alguns pontos turísticos que eles vão amar.

  — Paris... É uma ideia encantadora. Podemos passear pelas margens do Sena, visitar o Louvre, a Torre Eiffel... Seria uma experiência inesquecível — ele concorda, com um sorriso radiante no rosto — Eu mal posso esperar para chamar você de minha esposa, Anely. Você é a mulher dos meus sonhos — ele murmura, antes de me beijar suavemente nos lábios. Estou feliz que tudo isso seja com ele.

AnelyOnde histórias criam vida. Descubra agora