annabeth chase

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Annabeth estava exausta, passara a noite em claro estudando pré-cálculo pois o professor Bruner havia dito que teriam uma surpresinha no dia seguinte.

A mente dela funciona basicamente desta forma:
Professor + "surpresinha" = Prova surpresa.

Além de exausta, Annabeth estava indignada.

Acabou que a "surpresinha" do Sr.Bruner foi uma pequena excursão ao museu de artes da cidade.

"A droga de uma excursão, era só a droga de uma excursão."

Annabeth pensava. A garota sempre gostou e viu necessidade em estudar, mas agora, estudar para algo que não lhe acresentaria em nada e ainda descobrir que não precisava ter se dedicado a essa matéria a deixava furiosa.

Tinha de pensar em outra coisa, não precisava alimentar um ódio gratuito pelo professor apenas porque ela entendeu o recado de forma equivocada.

O grupo entrou na segunda sala do museu enquanto Bruner explicava como a arte é uma forma de se expressar assim como é também uma fonte de terapia gratuita.

As obras nesta sala eram todas em cores vivas, tudo muito bonito e animador, mas Annabeth ainda se sentia cansada. Seus olhos percorreram o local, até que, inconscientemente o encontraram.

Percy estava rindo de algo que Leo dissera sobre um dos quadros. Annabeth achava o sorriso dele mais animador do que as obras em cores vivas, mas não admitiria o fato.

Sabe quando você estuda com a pessoa, conhece a pessoa e já trocou algumas palavras idiotas com ela mas nunca chegaram a ser amigas? A situação dos dois era exatamente assim, mas isso não significa que não queiram se conhecer melhor.

Annabeth nunca soube o que é estar apaixonada, mas se tivesse algo a ver com sentir a frequência cardiaca subir, ficar contente apenas com a felicidade de alguém e prestar atenção nas coisas que ela diz em situações aleatórias sem esquece-las depois. Então ela seria supostamente apaixonada por Percy Jackson desde o oitavo ano.

A garota prestou atenção nos olhos verdes de Percy. Ela os achava parecidos com o alto mar, a casa de Poseidon, que nós dizemos ser azul mas se olharmos bem saberemos que é verde.

De repente ela se viu apaixonada pelos olhos dele. Mas quando Percy sorriu por uma segunda vez - aaaah - ela achou que seu coração iria explodir.

Ele olhou para ela. Ambos desviaram o olhar.

Annabeth sentiu seu rosto corar, se sentiu idiota. Idiota de um jeito bom.

A garota voltou a prestar atenção na explicação de Brunner, sobre um quadro em que estavam pintadas várias bailarinas em um camarim, e uma frase estúpida se passou pela mente dela:

"E se toda vez que você não está olhando para ele, ele olha para você?"

Ela se deixou acreditar que talvez, apenas talvez, a frase estúpida poderia estar certa.

Annabeth era teimosa, se quisesse algo iria até o fim com a ideia até conseguir o que quer. Um dia Piper disse para ela:

- Annie, se quiser conquistar um garoto, seja difícil.

Tudo bem, mas por quê?

Como dito, Annie era teimosa, olhou para ele mais uma vez. Não via a necessidade de se esconder. E quando seus olhos se encontraram seu sangue se encheu de adrenalina.

Annabeth não desviou o olhar.

Ela sorriu.

Percy não desviou o olhar.

Ele sorriu.

Annabeth o viu passar a mão pelos fios de cabelo escuro, ela adorava quando ele fazia isso. Pensou em ir falar com Percy, mas Hazel diria que os homens deveriam tomar a iniciativa, pois, caso contrário seria antiquado. Ela nunca entendeu isso muito bem.

Flertar também não era uma coisa que sabia fazer, e seu maldito cérebro pensou em diversas formas onde tudo poderia dar errado.

Percy falava demais, porém era tímido perto de garotas e ela não achava isso estranho, achava normal.

Por um momento, ela imaginou como seria ser a garota favorita dele, e se lembrou da letra de uma música.

"You're a beautiful thing.
We're a beautiful thing together."

Ela achava Percy extraordináriamente bonito. Um dia poderiam ser algo extraordináriamente bonito juntos.

Ficou tão submersa em suas próprias fantasias que se assustou quando ouviu o professor dizer:

- Podem se dividir agora que a matéria já foi dada. Aproveitem o resto do dia no Museu, sem muita bagunça pois pagamos caro nessas entradas.- Brunner olhou especificamente para Leo e Jason, que puseram as mãos ao alto como rendição. - A cafeteria está aberta para as turmas do segundo ano, pesso mais uma vez para ficarem atentos a não perder o dinheiro de vocês.

E assim, todos se juntaram com seus amigos próximos.

Annabeth queria falar com Percy, era uma hora boa. Hazel e Frank começaram um relacionamento algumas semanas atrás e ela não queria atrapalhar os dois.

Mas o que diria?

A sala se tornou uma pequena bagunça; fotos sendo tiradas, pessoas conversando aqui e ali e outras indo em direção a cafeteria. Nenhum sinal de Percy.

A garota pensou em ir procurar por Will. Já que eles tinham um trabalho de artes em dupla para entregar na segunda, poderiam fazer algumas pesquisas no museu.

Quando se virou para ir por outro caminho, deu de cara com um certo alguém cujo o sobrenome era Jackson.

Annabeth prendeu a respiração com o encontro repentido, sentiu suas bochechas ruborizarem e pensou em como parecia tosca toda aquela situação.

Percy estava com os ombros encolhidos e igualmente corado, seus grandes olhos verde fixos na garota em sua frente.

Ela não disse nada, apenas olhou para ele de cima a baixo.

"Porra, Annabeth! Tinha como você ser um pouco mais discreta que isso?"

Se contasse a Rachel que a turma foi em um passeio da escola para um museu de artes e ela não tirou os olhos de Percy Jackson a garota atiria uma escova de plástico azul na mesma.

Annie relaxou quando viu a expressão do garoto mudar de constrangimento para uma risada bonitinha. Sim, Annabeth era boa em escrita mas só conseguia descrever a risada dele como bonitinha.

Foi naquela hora que a garota pensou:

[Estou entregue]

Não sou fácil de me entregar.
Mas há algo em você
que me permite.

Simples assim.

- Oi, Percy!

masterpiece - percabethOnde histórias criam vida. Descubra agora