A depressão me fez começar a fumar. me fez sentir algum prazer naquele gosto amargo e naquela fumaça subindo. a depressão me fez apreciar bebidas mais amargas, aquele gosto forte descendo na minha garganta me fazia sentir algo intenso, tanto quanto explícito. a depressão me fez amar loucamente coisas intensas, pois o êxtase que existia naquela intensidade toda, me fazia sentir algum resquício de vida. a depressão me fez gostar de coisas mórbidas, porque, de alguma forma se enquadrava na minha realidade. a depressão me fez criar vícios, certas coisas que eu precisava para me manter fora da realidade, na qual eu não suportava mais. a depressão fez com que eu me acostumasse com a solidão, fez com que eu criasse apego por ela, criasse uma sensação amiga.
As vezes penso se a morte é o caminho? Será que realmente é?
Talvez eu sentiria falta.
Da água tocando a minha pele, de ver um dia ensolarado, de beijar alguém, dos meus vícios por livros e o cheiro das flores, ou da terra molhada.
Ou talvez, a morte não seja nada, poderá ser o fim, o fim das sensações e também da dor, da dor insuportável que a depressão apresenta, a dor de não sentir, nada.
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Poesias mórbidas e insalubres
PoetryPoesias para quem sente demais, e quem se identifica e se apoia nas palavras, todas as poesias vão fazer com que sintam um pedaço de vocês em cada parágrafo. O poesias mórbidas e insalubres serve para amparar as pessoas desse mundo cruel demais para...