I - Desobedecendo ordens

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País de Gales. Reino Unido - Moonlight Falls 2006

"Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo" - Friedrich Nietzche

Chego durante a tarde ao dormitório número 266, minhas malas estão pesadas e eu não posso usar meus poderes para ajudar a carregar. Isso é frustrante, depois de anos exercendo livremente os meus dons, agora eu estou confinado dentro uma cidade de gente comum e restrito a usar magia.

O quarto é bem simples; dividido no meio por uma pequena parede que separa duas camas, duas escrivaninhas e dois guarda-roupas.

Meu colega de quarto já é residente do local, dá para notar pelas roupas sujas que estão fedendo a suor dentro de um cesto. Espero que hoje seja o dia de lavar roupas.

Como ele ainda não deu as caras, uso telecinese para retirar e guardar as minhas roupas. Estou morrendo de medo de ser pego no ato, mas a preguiça fala mais forte.

Não por coincidência, quando a última roupa entra na cômoda a porta do quarto se abre. Encaro meu futuro vizinho que entrou, parece que ele saiu de um grupo neo nazi, a pele é clara como um papel e o cabelo loiro está quase que totalmente raspado.

— Então você já se acomodou, sou Terekhov — Ele se apresenta — Que nome estranho, penso.

— Sou Thomas.

Terekhov me ignora pelo resto do fim da tarde, aproveito para arrumar minha escrivaninha e guardar meus outros pertences.

Perto das nove, desço para o refeitório

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Perto das nove, desço para o refeitório. Está lotado, me sirvo com feijão e bacon e me sento em uma mesa vazia, a única em todo o local.

Terekhov está sentando com outros dois meninos alguns metros de mim, um tem pele preta, cabelos crespos escuros e é muito magro, o outro é branco, mas não tanto quanto o amigo, os cabelos são escuros e formam um topete.

Perto de terminar meu jantar, uma garota se aproxima e me encara segurando uma bandeja, ela é linda, os cabelos são bem lisos e a pele é preta, mas não retinta como a do amigo de Terekhov. Em seguida ela puxa uma conversa:

— Posso me sentar com você? — ela questiona.

— Claro, estou sozinho mesmo — respondo sem arrodeios.

— Qual o seu nome? Eu me chamo Emilly, Emilly Müller — Ela se senta e começa a comer um pouco do jantar.

— Sou Thomas Viana.

— Qual o seu curso, Thomas?

— Eu estou no programa de medicina, e você?

— Que coincidência, eu também estou! Já sabe que área médica você quer seguir? — Ela pergunta após dar uma garfada em um ovo mexido.

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