38

393 39 13
                                    

Mᴀᴅʀɪᴅ, Esᴘᴀɴʜᴀ

 A dor que eu sentia naquele momento ganhava de todas as lesões que eu já havia sofrido e as pancadas que já tinha levado em todas as partes possíveis do meu corpo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A dor que eu sentia naquele momento ganhava de todas as lesões que eu já havia sofrido e as pancadas que já tinha levado em todas as partes possíveis do meu corpo.

Para elas eu podia tomar um remédio e repousar que, pronto, estava curada. Porém, não conhecia nenhum remédio capaz de diminuir a dor de um coração partido por ter perdido o grande amor da minha vida.

Como eu fazia aquilo parar de doer tanto?

Minha única alternativa era chorar, coisa que eu fazia como uma criança naquele momento.

O travesseiro do quarto de hóspedes já estava completamente encharcado, pois o meu quarto inteiro ainda estava com o cheiro de Luke e ficar dentro dele só me faria chorar mais.

Foram 5 meses. Será que ele não tinha criado um sentimento igual ao que criei por ele? Porque tudo parecia real entre nós dois.

Se eu não tivesse aceitado assinar uma merda de contrato, eu não estaria daquele jeito agora. Provavelmente também não teria conhecido Luke Beauchamp mais a fundo e me apaixonado pela primeira vez, mas com certeza teria sido melhor do que estar sentindo aquela dor.

*
ᴛʀᴇ̂s ᴅɪᴀs ᴅᴇᴘᴏɪs

Bufo e estico o braço, passando a mão pela cama e encontrando o meu celular, que não parava de tocar.

━ Alô? ━ Digo sonolenta.

Oliveira, nós temos uma reunião marcada. ━ Ouço a voz de Harry e escondo o meu rosto no travesseiro. ━ E você já está atrasada.

━ Eu me esqueci, desculpa. ━ Peço baixo. ━ Podemos remarcar?

É importante.

Respiro fundo, virando na cama e encarando o teto do quarto de hóspedes.

Estava praticamente morando naquele cômodo. Saía dali apenas para ir ao banheiro e à cozinha, mas logo voltava e me enfiava embaixo dos lençóis, aproveitando a péssima companhia que eu era para mim mesma.

Ficar sozinha e deitada o dia inteiro fazia eu pensar demais nas coisas. Melhor, em alguém.

Agora eu entendia minhas amigas por chorarem após um término, mesmo que eu achasse uma idiotice ao vê-las se derramando em lágrimas por alguém.

Não era do meu feitio chorar, ainda mais por homem.

Incrível que o Luke conseguiu mudar até aquilo na minha vida.

━ Está bem, Harry. ━ Falo. ━ Daqui a pouco eu chego aí.

[...]

Solto o meu corpo na cadeira e olho para o meu empresário, que me encarava com as sobrancelhas levantadas.

━ Isso é um pijama? ━ Perguntou.

━ O importante é que estou aqui. ━ Digo e tiro o óculos escuro do meu rosto, o jogando na cadeira do lado.

━ Que horror, você está péssima. ━ Falou.

━ Obrigada, Harry, isso com certeza me ajuda muito. ━ Ironizo e ele faz careta. ━ Não estou dormindo muito bem esses dias, só isso. Fala logo o que você quer, por favor.

━ Ahn... tá bom. ━ Disse e se ajeitou na poltrona dele. ━ O que você acha de Paris?

━ É uma cidade bonita. ━ Dou de ombros e e ele sorri. ━ Por que?

━ Porque... ━ Pausou, fazendo um suspense e me deixando curiosa no mesmo segundo. ━ O Paris Saint-Germain está bastante interessado em você!

*

Escuto um barulho de chaves e logo vejo a porta da frente da minha casa abrir, revelando o meu pai, que segurava algumas sacolas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Escuto um barulho de chaves e logo vejo a porta da frente da minha casa abrir, revelando o meu pai, que segurava algumas sacolas.

━ Luke! ━ Gritou e eu fiz careta.

Não o respondo, vendo ele fechar a porta e se virar para o sofá, pulando de susto ao me ver.

━ Que susto, muleque! ━ Disse, colocando a mão no peito. ━ Não tenho mais idade pra isso.

━ Foi mal. ━ Murmuro.

━ Que horror, você está péssimo! ━ Falou.

Bufo e volto a encarar o teto da sala da minha casa, ignorando o que o meu pai falava e o que ele estava fazendo andando para lá e para cá.

Eu parecia estar vivendo em modo automático. Acordava, comia qualquer besteira, me jogava no sofá e ficava ali o dia todo, até levantar, tomar um banho, comer, voltar para o sofá, dormir e ao acordar fazer tudo de novo.

E pensar na Maya, o tempo inteiro, todos os dias.

Fazia três dias que tínhamos "terminado", mas parecia que eu estava anos sem ela, e aquilo era horrível.

━ Chega, Luke, levanta desse sofá. ━ Meu pai falou e se aproximou, me olhando sério.

━ Eu não quero.

━ Desde quando você tem querer? ━ Perguntou. ━ Sou seu pai, mando em você até hoje. Levanta, vamos!

━ Pai. ━ Choramingo e coloco as mãos no rosto.

━ Luke, eu não criei um frouxo. ━ Disse. ━ Se você brigou com a sua namorada, você vai atrás dela e tenta se resolver, como um adulto.

━ Não brigamos. ━ Digo abafado. ━ Nós terminamos.

Um silêncio tomou o ambiente e eu senti vontade de chorar mais uma vez por causa daquele assunto.

━ Ah. ━ Senhor Beauchamp disse. ━ Agora faz um pouco mais de sentido essa fossa toda.

Tiro as mãos do rosto e olho para ele, mostrando que estava com os olhos cheios de lágrimas.

Meu pai suspirou e empurrou as minhas pernas do sofá, se sentando no lugar e batendo no colo dele. Eu me ajeitei, deitando minha cabeça ali e recebendo o carinho dele em seguida, como quando eu tinha 5 anos e perdia uma partida de futebol.

A diferença era que eu havia perdido o amor da minha vida, daquela vez.

***

𝑵𝒐𝒘 𝑰𝒏 𝑴𝒂𝒅𝒓𝒊𝒅 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora