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Mᴀᴅʀɪᴅ, Esᴘᴀɴʜᴀ
ᴅɪᴀs ᴅᴇᴘᴏɪs

Respiro fundo pela terceira vez e ajeito a minha postura, esticando o braço e finalmente tocando a campainha do apartamento de Maya

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Respiro fundo pela terceira vez e ajeito a minha postura, esticando o braço e finalmente tocando a campainha do apartamento de Maya.

Minhas mãos voltaram a suar em sinal de nervosismo e eu fui obrigado a secar as mesmas em minha calça. Arrumo a postura outra vez, segurando firmemente o buquê das flores que um dia ela me disse ser as suas favoritas.

Pude ouvir passos se aproximarem da porta e respirei fundo pela quarta vez.

Se eu estivesse no Santiago Bernabéu em uma final de uma competição importante, com o estádio lotado e vários olhares ansiosos sobre mim, enquanto eu ajeitava a bola para bater o último pênalti e decidir a partida ali mesmo, eu com certeza não estaria tão nervoso como estava naquele momento.

Não parava um segundo se quer de sentir borboletas em minha barriga, causando um friozinho ali, como sempre acontecia quando eu estava perto de vê-la, mas agora era mais intenso que os outros.

Estava prestes a ver o rosto de Maya outra vez, desde que Harry rasgou o contrato e acabamos por nos afastar.

Prestes a encontrar o meu olhar com os castanhos escuros dela que me causavam uma paz inimaginável quase que imediatamente e prestes a dizer que eu sou apaixonado por ela.

Era o que eu deveria ter feito na última vez que nos vimos. Me declarado dentro daquele carro antes que ela tivesse saído dele.

O mover da maçaneta me deixou mais nervoso ainda e eu encarei a porta ansioso, até Maya a abrir.

Seus olhos não demoraram para encontrar os meus e ficamos nos encarando por alguns segundos, até eu quebrar o contato para analisar todo o rosto dela, tentando matar a saudade que eu estava.

Ela continuava perfeita. Usava uma camisa grande, a qual reconheci rapidamente, já que era uma das minhas, e um short curto.

Os cachos estavam presos em um coque no topo da cabeça e eu senti saudades de quando ficava brincando com alguns deles de vez em quando, os enrolando e desenrolando em meus dedos.

━ Oi. ━ Sussurro, voltando o meu olhar para o dela.

Oliveira continuou me encarando, provavelmente me analisando da mesma maneira que eu havia feito com ela.

━ Oi. ━ Respondeu por fim, no mesmo tom de voz que o meu.

Voltamos ao silêncio, sem desviar o olhar um do outro.

Queria a beijar. A prender em meus braços e pedir para que ela não saísse dali nunca mais, pedir para que ficasse comigo, sendo a minha namorada de verdade, depois noiva, depois esposa e que se tornasse a mãe dos filhos que eu nem tinha certeza ainda se queria ter, mas se fosse com ela eu toparia.

Queria gritar para o mundo inteiro o quanto eu amava aquela mulher e que eu faria de tudo por ela.

Ao invés disso, estendi o buquê na sua frente, chamando a atenção dela para as flores.

━ As suas favoritas. ━ Digo.

Oliveira sorriu e eu mordi o lábio com força, enquanto ela pegava o buquê das minhas mãos.

━ As minhas favoritas. ━ Repetiu e me olhou. ━ Obrigada.

━ Podemos conversar? ━ Peço.

Ela confirmou com a cabeça e abriu um pouco mais a porta, me dando espaço para entrar no apartamento.

O faço, olhando para todos os lados da sala de estar que eu já conhecia muito bem e parando em um dos cantos, vendo algumas malas.

Uma expressão confusa tomou conta do meu rosto, enquanto eu ouvia Maya fechar a porta.

━ Vai viajar? ━ Pergunto direto e ela me olha com os olhos um pouco arregalados.

━ Vou procurar um vaso para as flores. ━ Mudou de assunto e saiu da sala, indo até a cozinha.

A sigo com o olhar, vendo ela revirar o armário. Volto a encarar as malas.

━ Elas são lindas. ━ Disse, se aproximando e agachando próxima à mesa de centro. ━ Eu adorei.

Cariño... ━ Chamo e ela me olha imediatamente. ━ Para onde você está indo?

Maya suspirou e se levantou, deixando o vaso de flores de lado.

━ Gosto quando me chama de cariño. ━ Falou.

━ Não gosto quando você muda de assunto. ━ Falo.

Ela encarou as malas e brincou com as próprias mãos, parecendo estar nervosa. Mantenho meu olhar sobre ela, até a mesma voltar a atenção para mim.

━ Vou morar em Paris. ━ Contou.

━ C-como é? ━ Gaguejo e me sinto um idiota.

━ É, o Paris Saint-Germain fez uma bela de uma oferta ao Real Madrid e... bom... ━ Disse e levantou os ombros.

━ Quando? ━ Pergunto. ━ Quando você vai?

━ Amanhã.

Aquilo não podia estar acontecendo. Talvez eu estivesse dormindo, jogado no meu sofá, como vinha fazendo nos últimos dias.

Era um pesadelo e logo eu acordaria com o toque do meu celular, mostrando mais uma ligação da minha mãe para perguntar se eu estava bem e se precisava de alguma coisa.

━ Você não ia me contar? ━ Sussurro. ━ Ia embora sem falar comigo?

━ Não, não, eu não ia. ━ Disse rápido. ━ Eu iria passar na sua casa amanhã, antes de ir para o aeroporto e...

━ Você só pode estar brincando comigo. ━ A interrompo, negando com a cabeça. ━ Mereço só isso? Um tchau minutos antes de você ir para o aeroporto e meter o pé daqui?

━ Claro que não, Luke. ━ Respondeu e se aproximou, mas eu me afastei, dando um passo grande para trás. ━ Mi amor... ━ Ela fechou os olhos por alguns segundos. ━ Luke. ━ Corrigiu.

Abro a boca algumas vezes, tentando falar algo, mas o bolo em minha garganta impedia que eu dissesse qualquer coisa.

Meus olhos encheram de lágrimas e eu me xinguei por estar me saindo um grande chorão ultimamente.

━ Luke... — Maya tentou se aproximar novamente e eu voltei a me afastar, caminhando até a porta do apartamento e saindo rápido dali.

***
Tadinho do meu neném 🥺

𝑵𝒐𝒘 𝑰𝒏 𝑴𝒂𝒅𝒓𝒊𝒅 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora