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Alec respira fundo, refletindo por alguns segundos.
— Já sei que a nossa festa de noivado terá mais gente além das nossas famílias, e sei que é verdade porque meu pai me contou que convidou vários amigos importantes aqui hoje — diz.
— Imagine o meu pai, talvez venha o Congresso Nacional inteiro — faço piada.
— Vamos pegá-los de surpresa, então. Vamos aproveitar a festa em que todos estarão reunidos e anunciar publicamente que... — vacila, passando a mão no queixo — somos apenas amigos e decidimos que seguiremos as nossas vidas separados. Que não iremos nos casar simplesmente porque não queremos, porque não há amor, mas apenas uma boa e velha amizade. Respeito — discursa, enquanto assinto.
— Você é bom, hein — gargalho. — A justificativa é ótima e se for à público não tem mais como voltar atrás. A notícia se espalhará como fogo em pólvora e nossos pais não terão como tentar impedir — empolgo-me ao imaginar.
— A maior arma deles sempre foi o nosso silêncio, que será quebrado a partir de hoje.
Zeus relincha, chamando a nossa atenção.
— Uau, que fenômeno é aquele? — Fica maravilhado com a visão do corcel branco que até então havia passado despercebido. — É o Zeus?
— Siiim!! — Fico contente por ter lembrado. Puxo-o pela mão até o animal. — Venha ver como está enorme, lembra quando te enviei aquela foto? Ele era apenas um garotinho.
— Puro sangue inglês, não é? — quer confirmar, tenta acariciá-lo, mas não consegue, o cavalo trota para trás, recusando. — Mas olhe só! — Fica chocado com a recusa, fazendo-me rir.
— Sim, é inglês e muito ciumento, fique sabendo — aviso-o, abraçando o meu filho com amor.
— Não se preocupe, Zeus. Ela não será minha de verdade — tenta convencê-lo, as suas palavras me tocam, não sei porquê. "Minha", é uma afirmação tão forte. Não, não serei sua, concluo mentalmente. — Os meus cavalos são todos árabes, você sabe — comenta.
— Sim, são melhores para o salto. Comprei Zeus porque gosto mesmo é de correr.
— É uma amazona indomada — brinca.
— Admito que não é fácil me subjugar — o provoco, com a voz sensual. Sua sobrancelha se ergue.
— Alguém já conseguiu? — Está interessado.
— Ninguém — afirmo, vitoriosa. Trocamos um olhar indescritível, um tentando ler o outro. Pisco, fugindo do seu feitiço natural. — Quer montá-lo? — Mudo de assunto, tomando as rédeas de Zeus.
