Capítulo Três

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O dia havia amanhecido mais frio que o normal, também pudera, estavam no inverno e não podiam se dar ao luxo de esperar dias amenos. Por conta disso, na noite anterior Yoongi escolheu seus melhores edredons para Jimin e Bogum — presentes que Jin havia lhe dado — e preferiu ficar com o seu velho, que ainda era extremamente aconchegante.

Park Jimin sabia exatamente quantas noites bem dormidas havia tido desde que se casou, e elas eram apenas as das primeiras semanas, porque depois, ele não confiava ficar de olhos fechados ao lado da esposa.

Só que nem tudo são flores, e coitado de Jimin, acordou desesperado olhando para todos os lados a procura da única pessoa que o entendia, mesmo que este alguém não falasse nada mais do que coisas desconexas e exibisse um sorriso banguela que fazia seu coração ficar quentinho de amor, bom, pelo menos era isso que pensava né? Ainda.

É, em breve Park irá descobrir que tudo à sua volta tinha mudado, não somente a cidade.

Mas enfim, o pobre saiu da cama mais rápido do que conseguiu, o corredor da casa de Yoongi estava iluminado apenas pela luz do sol, que atingia as paredes brancas indiretamente, conseguia ouvir também o falatório, que provavelmente vinha da tv, seus passos se tornaram mais lentos a partir do momento que ouviu a risada gostosa de Bogum e seu peito apertou um pouquinho, não de um jeito ruim, longe disso! 

Foi impossível para Jimin não criar lágrimas no canto de seus olhos com o que via. É, nosso guerreiro é um chorão de primeira, a verdadeira manteiga derretida quando se tratava de Park Bogum. E agora, vendo ele ser jogado pra cima por Yoongi, não conseguiu controlar seus lábios, e um sorriso grande se fez presente neles, seus olhos haviam se transformados em duas meia luas, suas mãos não tremiam mais de medo, tá, um pouquinho só, mas nem um medo que estamos acostumados, era algo mais parecido com preocupação, afinal, seu filho estava sendo jogado pra cima por um desconhecido, e mesmo que o pequeno Bogum parecesse adorar aquela brincadeira, ainda sim era perigoso, né?

— Se continuar a fazer isso, ele vai se acostumar e eu não tenho coordenação motora pra jogar meu filho pro alto e agarrar ele. — Jimin disse cruzando seus braços quando encostou seu corpo na parede para admirar a brincadeira dos dois.

— Ei, você acordou! E sobre isso, é bem fácil de resolver, é só trazer esse mochi pra brincar com o tio Guinho né, Bogumie? — E como se o pequeno tivesse entendido, ele olhou para seu pai e sorriu, mostrando aquelas gengivas rosadas e extremamente fofas. — Bom dia Jimin.

— Bom dia hyung, por que não me acordou?  — perguntou ao se desencostar da parede e caminhar até os dois no sofá.

— Você precisava de um descanso, como a porta tava um pouco aberta, deu pra ouvir seus resmungos a noite toda. — Yoongi sorriu ao notar que Bogum encarava o pai. — Quer o papai, mochi?

— Claro que ele quer o papai, né? E porque tá chamando ele de mochi? E sobre os resmungos, desculpe por isso, não queria atrapalhar seu sono, hyung.

— Acho que você pede desculpas demais, Jiminie, e sim, me diga se ele não parece um mochi de baunilha? — Jimin riu da comparação. — Viu, de baunilha, agora vai com seu pai que o tio Guinho vai preparar nosso café!

— Não precisa, hyung, quer que eu prepare? — Jimin perguntou logo depois de receber Bogum de Yoongi.

— Claro que não, você é a visita aqui, criatura! Ah e o Mochi já mamou, tomei a liberdade de fazer a mamadeira dele. — Yoongi deu de ombros e sorriu.

— Hyung! Eu sou o pai dele. 

E foi ali, com as bochechas inchadas por ter acordado a pouco tempo, que Jimin percebeu que ainda estava com o pijama que Yoongi havia lhe emprestado na noite anterior.

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