08. Fato ocasional

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Atualizei depois de muito tempo, quem amou?
Dei uma revisada rápida mas talvez eu tenha deixado algo escapar, vou revisar de novo depois

Boa leitura <3

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O motorista de Cassie nos deixa na porta da empresa onde foi organizado o baile, os pais da garota já estavam ali há quase uma hora. 

— Duvido Jules não te notar. — Cassie me olha por alguns segundos com mais afinco que antes de sair da minha casa, ela procura algo de errado em mim. — Está perfeita! 

— Eu to quase vomitando. — Admito, meu estômago está uma bagunça, acho que é o reflexo do meu cérebro com certeza. — E se eu fizer alguma coisa errada? 

— Não vai fazer nada errado. 

Howard está usando um vestido preto e uma máscara num tom prateado, ela está incrível em seus saltos enquanto calço um all-star. 

Maldita hora que tenho de ser horrível em ficar de pé em calçados com saltos! 

— E se me barrarem na entrada e chamarem a polícia?! 

Cassie acaba rindo um pouco e mexe a cabeça em negação. 

— Acho que nunca vi tanta autossabotagem em alguém como vejo em você! 

To nervosa, caramba! 

— Jules pessoalmente me passou o convite, então pode confiar! — Howard usou a desculpa de que seu namorado viria consigo para ganhar o convite extra. — Ok? Vamos? 

— Sim, vamos! 

Ela ajeita a alça do meu vestido e sorri orgulhosa, como se eu fosse sua conquista. Acho que ela sentia como se fosse minha fada madrinha mesmo. 

Não vou mentir que não fiquei com medo de passar pelos seguranças, vai saber que logo o meu convite veio com um chip ruim ou o que quer que fosse aquilo que os seguranças usavam para validar o convite. 

Cassie segurou minha mão dentro do elevador até o penúltimo andar da empresa, ainda bem! Estava até meio claustrofóbica naquele momento. As portas do elevador se abriram e respirei fundo. 

— Estou bem, certo?! — perguntei olhando no espelho rapidamente, antes de sair. 

— Está linda! — Cassie respondeu mesmo que minha fala nem tenha sido para ela. 

Tocava uma música clássica e alguns dançavam, apenas poucos casais, as outras pessoas estavam em grupinhos conversando, todos muito bem caracterizados com suas máscaras e roupas caras. 

Algumas mesas dispostas com cadeiras perto das janelas no final da enorme sala caso alguém quisesse sentar e conversar, na lateral esquerda algumas bebidas para quem quisesse se servir e na outra extremidade uma mesa enorme de doces. Os garçons passavam constantemente com bandejas de bebidas e salgadinhos. 

— Vamos andar um pouco e depois procuramos a Jules. 

Cassie me puxa para onde estão os doces, andamos devagar apreciando toda a áurea tranquila do local, me sinto quase uma princesa em um baile. Acho tudo tão lindo, a decoração faz esquecer que ali é um andar de escritórios, mesmo que dê para ver a cidade toda das grandes janelas. 

Esqueço um pouco do meu nervosismo por conta da empolgação em olhar todas as máscaras e roupas incrível, ser rico deve ser incrível mesmo! Cassie come demais para uma pessoa chic, eu não estou longe, mas não sou chic mesmo. 

— Caramba, eu quero beber! 

Cassie comenta e eu apesar de escutar não dou bola. Estou vendo Kat sem máscara em uma mesa, ela está com um bico irritado nos lábios, as pessoas envolta rindo dela. 

Identifico Maddy, o garoto que sempre anda com elas e Jules na mesa, tem mais uma garota e garoto que não conheço junto com eles. Eu não sei dizer qual das garotas é mais bonita, mas vou dizer que é a Jules só para não ficar feio pra mim... Acreditem no que digo! 

Estou há algum tempo olhando-os e me assusto quando vejo um par de olhos verdes, debaixo de uma máscara escura, me olhando. Viro rapidamente para a mesa de doces, meu coração quase na boca e ainda procuro por Cassie e não acho. 

— Ai merda... — respiro fundo e tomo coragem para virar novamente para olhar a mesa de Jules e acabo topando de cara com a própria. 

— Ei! — Jules segura meus braços e sorri. 

— Uh! Foi mal!  Olho rapidamente em seu rosto, seus olhos verdes me avaliam rapidamente e fico vermelha facilmente. 

Jules solta meus braços, ainda me olhando. 

— Gostou dos doces? 

— Sim! São ótimos! — respondo animada demais. 

— Meus irmãos e eu escolhemos... — ela revira os olhos e ri sem graça. — Uh, quer dançar? 

— Tenho dois pés esquerdos só para te avisar. — Não perderia a oportunidade que estava caindo em minhas mãos, mas tinha que avisar a garota antes sobre os riscos. 

— Então terei dois pés direitos. — Jules brinca e me estende sua mão esquerda, vamos para o outro lado do local. Logo a música muda de clássica para algo mais atual, desconfio que tem algo a ver com os amigos de Jules. — Posso saber seu nome?  — Podemos falar disso depois? 

— Claro. — Jules sorri e me avalia. — Eu amo um mistério, mesmo que você me pareça bastante familiar. 

Quase engasgo com o ar apenas com a menção de talvez me conhecer. 

— Acredite, você nunca me viu! 

Jules não parece convencida com minha resposta, se aproxima mais e toca minha cintura para iniciar a dança. 

Com previsto no começo eu erro, mas Jules apenas ri e insiste comigo. 

— Eu sou horrorosa nisso! 

— Se tem algo que você não é e horrorosa. — Ela está flertando comigo? Puta merda! — Já está pegando o jeito. 

Consigo dar mais alguns passos, sem movimentos bruscos para ser algo perto de dança, Jules apenas ri de forma contida quando erro e posso garantir que a cada momento ela está mais próxima. 

Jules aproxima muito seu rosto do meu, ela me olha ainda mais e posso jurar que pode me beijar a qualquer momento, pelo menos quando olho em seus olhos posso sentir que ela ao menos me quer nem que seja um pouco. 

— Eu não acredito que nunca te vi, tenho essa sensação de déjà vu e não acredito que seja apenas um fato ocasional. — Jules passa seus dedos no meu maxilar e para de dançar. 

Sei que as pessoas estão olhando para nós vez ou outra desde que ela me tirou para dançar, mas só naquele momento desejo que não tenha ninguém por perto e posso jurar que Jules quer o mesmo. 

Jules se perde um pouco olhando para um casal em específico, mas ganho sua atenção quando respondo: 

— Talvez não seja um fato ocasional. 

Jules sorri e pega mão, fico um pouco estática, porém rapidamente volto a realidade. Não é a primeira vez que ela me toca, não sei porque meu corpo dá tanta importância assim... 

— Vamos para outro lugar?

(Des)encanto. - Cinderela Moderna Onde histórias criam vida. Descubra agora