Quinta-feira
2:02
Pov Luana
Ouvi a porta ser aberta e enxuguei as lágrimas me virando rápido na direção da porta
Dudu- Sou eu_ Ele sussurrou
Luana- Não sou cega
Dudu- Tão delicada quanto o coice de uma mula
Luana- O que você tá fazendo aqui?
Dudu- Não vou te deixar sozinha na primeira noite
Ele sentou na cama
Luana- Eu tô bem!
Dudu- Sei, já conseguiu assimilar tudo?
Luana- Já, tá tudo bem
Dudu- Não tá não
Revirei os olhos, ele deitou do meu lado
Luana- Você é insuportável
Dudu- Deve tá no sangue
Luana- Não tem o que fazer?
Dudu- Eu?
Luana- Você pede
Dudu- Que?
Luana- Cala boca Eduardo!
O silêncio reinou por um tempo, mas me incomodou
Luana- Veio aqui pra ficar calado?
Dudu- Você que mandou, bipolar
Luana- Vai ser pior do que eu imaginava morar com você!
Dudu- Em que nível tá a saudade?
Luana- 0
Dudu- Acha que tem chance de você voltar pra la? Em algum momento?
Luana- Não, a Mirella não consegue perceber que é controlada, ela não se impõe, e isso não vai mudar
Dudu- Vai sim
Luana- Eu confiei, e não deu muito certo
Dudu- Você não confia mais nela?
Luana- Acho que não
Dudu- Não é tão ruim aqui!
Luana- É ruim estar em um lugar desconhecido, e cercado de pessoas que desconhecidas, e pra piorar você tá aqui! Sem contar que seus pais são insuportáveis
Dudu- Vamos olhar pelo lado bom, podemos jogar, amanhã
Luana- Que horas é sua aula?
Dudu- De manhã, e a sua?
Luana- Também, mas não sei como vai ficar
Dudu- Você deve ir pra minha escola
Luana- Provavelmente
Ficamos em silêncio encarando o teto
Um silêncio nada constrangedor, o oposto, é importante a presença do Dudu, mas eu não tô pronta pra falar sobre tudo que aconteceu e nem como eu tô com tudo isso, já que eu ainda não sei como eu tô com tudo isso
