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Marília Mendonça

- Te desafio a virar três copos de vodka. - Maiara disse sorridente para Murilo e eu revirei os olhos. Aquilo era um puta desafio fácil para quem já estava bebendo há umas duas horas e por isso eu achava aquilo tudo muito tedioso. Eu queria mais emoções e desafios diferentes. Murilo pegou o pequeno copo como se aquilo fosse a coisa mais simples do mundo e rapidamente os virou enquanto Maiara aplaudia animada e ele continuava se gabando por ter cumprido um desafio, grande merda.

- Gira a garrafa, Lila. - Gustavo disse sorrindo enquanto acariciava a coxa de sua namorada.

Fiz o que havia sido pedido pelo idiota e a garrafa começou a girar diversas vezes, aos poucos ela perdeu o ritmo e começou a girar muito lentamente enquanto todos os adolescentes ali mantinham seus olhos fixos na garrafa que havia parado em mim e Henrique.

- Verdade ou desafio, Mendonça? - Ele sorriu malicioso, eu já sabia que vir alguma merda.

- Desafio.

- Te desafio a beijar a primeira pessoa que bater na porta.

Revirei os olhos enquanto escutava a gargalhada dos garotos.

-Porque o pior sempre sobra pra mim? Eu não posso beber igual o Murilo? - Reclamei enquanto Henrique ainda ria.

- Aposto cem dólares que você não tem coragem.
- Henrique me encarou desafiador e então um silêncio se instalou na roda.

Eu não gostava de ser desafiada e quando se tratava de dinheiro, eu nem se quer pensava duas vezes. Eu gostava que as pessoas pensassem que eu faria qualquer coisa no mundo e que  eu não era uma medrosa. Puxei o dinheiro da mão do Henrique e o guardei no bolso da jaqueta enquanto eles aplaudiam animados. Todos olhavam ansiosos para a porta da sala e eu confesso que estava sentindo um certo frio na barriga, qualquer pessoa poderia aparecer lá naquele momento isso era preocupante. Respirei profundamente enquanto todos estávamos vidrados na porta e então a campainha tocou, Gustavo gargalhou e eu revirei os olhos enquanto caminhava até lá. Abri a grande porta escura e então dei de cara com uma garota baixa. Ela usava um capacete e uma jaqueta bem grossa, percebi a moto atrás de si e na sua mão havia três caixas de pizza, que  ótimo, ela era a entregadora.

- Boa noite. - Ela sorriu, okay, pelo menos ela era bonitinha. - Entrega em nome de Paula Bernades

Encarei os garotos atrás de mim e então Paula se levantou.  Bernades pegou as caixas e passou por mim com um olhar debochado enquanto eu sentia que todos eles ainda estavam me encarando e rindo da minha cara.

Okay Marília, é só um beijo.

- Eu não sou traficante, mas eu quero a sua boca. Escutei risadas atrás de mim e então a entregadora me encarou com uma sobrancelha arqueada.

- Como é? - Sorri sem graça e ela continuou me encarando como se eu fosse uma estranha. - São quarenta dólares. - Ela sorriu tímida e então eu respirei profundamente.

A garota era mais baixa do que eu e então eu precisei chegar um pouco mais perto dela, e me abaixei enquanto tentava tocar seus lábios mas tudo que senti foi seu braço me empurrando para longe.

- Moça são quarenta dólares, eu realmente preciso ir agora. - Revirei os olhos enquanto ela ficava vermelho.

- Pode ao menos me passar seu número? - Perguntei enquanto entregava algumas notas

- Boa noite, obrigada. - A garota arrumou o seu capacete e então subiu novamente na moto enquanto eu estava com uma cara de paisagem, parada no batente da porta. Assim que eu fechei a mesma, pude escutar as diversas risadas. Literalmente todo mundo estava rindo de mim e eu nunca havia me sentido tão humilhada, merda de desafio. Revirei os olhos e então voltei para o centro da sala enquanto todo mundo me olhava e ria.

- Eu não acredito que vivi para ver Marília Mendonça levando um fora, ainda mais de uma pobretona. - Juliano debochou e eu revirei os olhos.

-Que porra de cantada foi aquela? - Paula riu enquanto os outros a acompanhavam.

- Vocês podem rir o quanto quiser, eu realmente não me importo. - Dei de ombros enquanto eles me encaravam. - Eu não vou desistir assim, aposto cem dólares que eu consigo beijar essa garota.

- Então já pode me devolver o dinheiro que eu te dei. - o dos olhos castanhos debochou.

- Eu também aposto mais duzentos dólares. - Gustavo disse ao tirar as notas do bolso e jogar na mesa

- Eu aposto quatrocentos que ela não consegue. - Juliano debochou e jogou o dinheiro junto com o do Gustavo.

- Ótimo! Setecentos dólares para mim se eu conseguir, se eu não conseguir eu mesma dou setecentos dólares para cada um dos três. - Sorri animada enquanto eles concordavam com a aposta. Aquela garota parecia ser muito boba então ficar com ela seria a coisa mais fácil do mundo. Eu amava apostas e aquela seria mais uma que eu ganharia de lavada.

CONTINUE

pizza girl - malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora