- Dois; O garoto das flores -

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Chat Noir permanecia distraído, sentado no telhado de uma casa conhecida por ele, bem longe do centro de Paris. Ele observava tranquilamente o verde das plantas e o colorido das flores daquela região. Adrien gostava daquele lugar. E balançando as pernas no parapeito, depois da patrulha, ele se pôs a pensar em Marinette. Em casa rosa que ela recebia, ele estava lá, escondido a observando de longe, vendo suas bochechas corarem a cada bilhete, vendo a morder o lábio inferior de tanta curiosidade. Como ele queria poder beijá-la sempre que ela fazia aquilo. E o loiro esperava que quando desse a última rosa a ela ele pudesse finalmente sentir os lábios dela contra os dele.

Pensando em beijá-la, ele sorriu bobamente sem reparar na presença de Ladybug ao seu lado, curiosa com a feição apaixonada que ele tinha rosto.

- Chat? - o chamou cautelosa para não assustá-lo.

O garoto balançou a cabeça olhando para ela, ainda um pouco distraído.

- Hm? Ah, oi, my lady. - ele sorriu amigavelmente para ela e voltou a encarar o campo de flores em sua frente.

- O que você tá pensando? Parece no mundo da lua. - perguntou seguindo o olhar dele para as flores.

- Em alguém da minha vida civil. - respondeu simplório.

A heroína vermelha viu o sorriso dele aumentar.

- Alguém que você gosta? - a garota ansiou pela resposta.

- Bastante até.

- Espera, você tá apaixonado?

- Por que? Tá com medo que eu deixe de amar você? - olhou para ela com um sorriso brincalhão e os olhos brilhantes de diversão.

- Chat Noir! - ela o empurrou levemente para o lado. - Não seja bobo! Eu tô falando sério. Nós somos amigos, não somos?! Amigos perguntam esse tipo de coisa. - Ladybug tentou esconder o nervosismo de sua desculpa. Comprimiu os lábios.

- Amigos normais perguntam esse tipo de coisa, nós, definitivamente, não somos normais. Eu nem sei o seu verdadeiro nome. - o garoto permaneceu brincando a fazendo rir mais um vez.

- Sério, Chat. - ela parou de rir e o encarou.

- Pra ser sincero, eu tô apaixonado por alguém sim. - suspirou sem tirar o sorriso do rosto. - Ela é incrível, é linda, talentosa. Ela é tantas coisas que eu não posso falar pra você, sabe identidades secretas e tudo mais, mas se eu pudesse falaria sobre ela o resto do dia. - encarava o pôr do sol no horizonte. - Às vezes eu acho que nunca vou ser bom o suficiente pra ela. Ela tem tantas qualidades e eu, só sou eu. - olhou para os próprios pés, envergonhado.

Por um segundo a joaninha se lembrou dos dizeres no bilhete da rosa azul:

"Às vezes eu a vejo assim, como alguém que eu não consigo alcançar."

Aquilo poderia ser coincidência, certo?! Sentiu-se tão nervosa que não tinha certeza se queria ou não uma resposta para aquela pergunta.

- Não diga isso, Chat. Você é incrível, tem tantas qualidades que eu não consigo descrever todas. Você é engraçado, tem um senso de humor bem duvidoso, mas isso só faz de você mais especial do que já é. Você sempre esteve do meu lado me apoiando. Eu aposto que essa menina, seja ela quem for, vai amar você do jeitinho que você é. - Ladybug só se deu conta de que estava dizendo aquilo para si mesma quando terminou de falar. Nunca tinha ficado tão claro a proporção de seus próprios sentimentos quanto agora que havia falado em voz alta.

O herói a encarou, emocionado pelas palavras da parceira.

- Obrigado por isso, Ladybug. Eu espero que você esteja certa.

Flowers BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora