capítulo 10

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pov Madison

- Eu não quero morrer, eu não quero morrer!

- A gente não vai morrer.

- Mad, se a gente morrer, eu te mato.

- A gente não vai morrer, cassete!

- Olha a boca... - alertou.

- Para sua informação, cassete significa "pequena caixa onde sons e imagens são registrados".

- Às vezes eu odeio que você seja tão inteligente. - resmungou me encarando com tédio e eu dei o dedo do meio pra ele - Não faz isso porra! Quer matar a gente?!

Revirei os olhos.

Minha mãe tinha me emprestado a chave do carro reserva e Jason estava me ensinando a dirigir. O porém, é que estamos à 30 quilômetros por hora em um estacionamento vazio de um sábado, e mesmo assim, ele está tendo um surto.

- Quer por favor parar de drama? - ralhei enquanto encarava a "pista" - Estamos à uma velocidade que até uma lesma pode ser comparada a Usain Bolt!

- Com você no volante a gente poderia estar no deserto do Saara, a dez quilômetros por hora, que ainda assim seria perigoso. - argumentou.

Viu só? Surtando! E olha que eu nem sou tão horrível assim no volante.

Quer dizer... mais ou menos.

- Lembra daquela velhinha? - apertei os lábios.

- Jason, aquela senhora estava distraída. Não foi nada demais, tenho certeza de que ela está neste exato momento vivinha da Silva alimentando os vários gatos que deve ter em casa.

- Ela viu São Pedro, Mad! Eu senti que ela viu. - falou com indignação.

- Aliás, fica esperta ein, vai que ela morreu e pode vir puxar seu pé durante a noite. - deu de ombros.

- Tá, tá, agora fica quieto e me deixa dirigir. - adoraria dizer que ele obedeceu, mas a fifi aqui não passou mais do que dois minutos calado.

- Você soube da última?

Infelizmente não posso dizer que Jason é fofoqueiro sozinho...

- Qual? - o encarei.

- Olha o poste! - girei o volante para a esquerda, alarmada, fazendo o pneu zumbir e uma baliza não intencional acontecer.

Quando olhei para o lado, a porcaria do poste estava à uns três metros de distância! Voltei a o encarar com sangue nos olhos e ele deu de ombros.

- Ao menos você fez uma baliza. - pôs a cabeça para fora, verificando se o carro não ganhou algum arranhão.

Tirei o pé do acelerador e puxei o freio de mão.

- Conta logo o que foi.

- Não sei se você está merecendo saber. - tamborilou os dedos na janela aberta.

Me inclinei no banco de trás do carro, para pegar o guarda-chuva que estava ali e ameaçar bater nele com o mesmo, até que sua mão me puxou, me fazendo voltar ao lugar.

Falando nisso, não fazia ideia do porque isso estava ali. Estamos no período das secas, então é praticamente impossível precisarmos dele.

- Está vendo só, muito mal educada. - apontou e eu ameacei tirar o tênis para bater nele - Aí já é tentativa assassinato.

Abri a boca indignada.

- Seu... - pulei em seu pescoço, sacudindo sua cabeça de um lado para o outro.

Desculpa ter Esperado ChoverOnde histórias criam vida. Descubra agora