A Herdeira do Trono : O Despertar - Degustação

Capítulo 3 - O pesadelo

Capítulo 3 - O Pesadelo

Luna jurava que nunca tinha tido um sono tão bom quanto aquele, acordou às cinco horas disposta e feliz, o pesadelo não tinha a atrapalhado mais. Estava radiante naquela manhã, mas estranhou o comportamento de sua mãe, que estava mais séria do que o normal. Finalmente conseguiu se desculpar com sua amiga e contou a dificuldade que estava tendo, mas que agora parecia que estava tudo bem.

Quando o sinal tocou, saiu devagar, uma sensação de perigo se apossando de seu corpo e sua mente. Estava tudo normal, os alunos correndo para chegarem em suas casas, alguns aproveitando o tempo de espera dos pais para conversar, e ela parecia ter parado no tempo. 'Tava bom demais pra ser verdade.

Saiu a passos lentos, observando o comportamento de todos à sua volta, ninguém parecia que iria lhe causar mal, mas porque aquela sensação? Ao passar do portão escolar, a sensação aumentou, junto com o frio na barriga e o arrepio em sua espinha. Ela tinha certeza que algo iria acontecer!

A manhã estava fria, a tempestade estava chegando e as pessoas já tinham tirado suas roupas de frio do guarda-roupa. Luna, mesmo com toda sua roupa de frio no corpo, se tremia por inteira, mas não pelo vento gélido, e sim pelo medo. Deveria ter escutado sua mãe, que a pediu para que ficasse em casa, por um motivo que ela não sabia e a mais velha também não quis falar.

A menina arregalou os olhos observando o céu ficar totalmente negro, como se o dia virasse noite; e então ela olhou para o lado, e ofegou. Lá estava o local escuro que vira no pesadelo, era o mesmo. Não era qualquer local, era um beco sem saída, e da calçada mesmo ela viu o sangue espalhado pelo chão.

Começou a rir sozinha em incredulidade, mas o seu riso parou quando ouviu um gemido de dor, e foi aí que se tocou no que iria acontecer. Ela tinha certeza que não havia nenhum animal ali - ainda -, então entrou no beco sem pensar duas vezes, ela tinha que dar um jeito de ajudar aquele homem. O encontrou em estado deplorável, e teve que segurar a ânsia de vômito que estava lhe atingindo; o local estava com uma grande poça de sangue, e no fim do beco estava o homem sentado e choramingando de dor. Luna chegou mais perto, observando os machucados que havia no corpo do senhor. Engoliu o choro de horror quando viu várias partes do corpo dele arrancadas, havia fraturas expostas em todos os lugares do corpo dele.

Apressou seus passos e se colocou diante do homem, que a fitou com esperança, ela queria o ajudar, só não sabia como, mesmo que ele morresse na cama do hospital, ela queria pelo menos tentar. Ela sabia que ele não sobreviveria, ele havia perdido mais sangue do que uma pessoa normal teria no corpo, se perguntava como ele ainda estava vivo e acordado.

— Senhor, se estiver me escutando pisque os olhos duas vezes — Luna falou calma, querendo transparecer conforto ao homem, o qual piscou duas vezes. — Certo, irei chamar uma ambulância, ok?

O homem tentou murmurar algo para ela, com os olhos arregalados, mas nada da garganta dele saia, e a mesma estava concentrada em ligar para o hospital mais próximo. Foi quando o bafo quente bateu em suas costas, e os olhos da menina se arregalaram ainda fitando a tela do celular, e ofegou, como se tivesse perdido o ar em seus pulmões.

Virou a cabeça lentamente, mas se deparou com dentes afiados e sujos de sangue, junto com pedaços de carne, além do cheiro horrível que tinha. Era o mesmo lobo de seu pesadelo, não era um lobo normal, ele tinha com certeza mais de dois metros de altura, se perguntava como ninguém havia visto um ser daquele tamanho por ali.

Os olhos vermelhos do lobo estavam focados em si, como se ela sim fosse a verdadeira presa dele. Luna ouviu um choro baixo, foi quando seu olhar caiu sobre a mulher, que estava atrás do lobo, então associou o que estava acontecendo, o lobo levava suas presas para aquele beco e os matava ali, era um local que quase ninguém ia. Mas se ele estava ali, qual aberração havia atacado a cidade nobre?