Discursão infantil.

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- Afss! Ninguém aguenta você. - dizendo isso sair de cima dela, ela tirou a graça da minha brincadeira - Só eu sou capaz de aturar você e mesmo assim, muito mau.

Ela terminou de rir e me respondeu.

- Ah Narciso, Você sempre faz dlama.

- Eu não faço "drama", Você que me entende todo errado.

- Eu só tava brincando, Igual você, Somos iguais.

- Não, eu estava brincando e você só tava sendo infantil.

- Por que insiste em pensar que sou infantil?

- Deve ser por que sempre vejo você fazendo retardadices. - retruquei

Ela encarava o chão em silêncio, Suspirou profundamente.

- Uma hora você vai ter que levar as coisas mais a sério, ser mais responsável e cuidadosa...Estou dizendo isso pro seu bem.

Ela levantou o olhar e sorriu, fechou os olhos e entortou a cabeça pro lado.

- A sua calça tá caindo.

- A minha o que? - Olhei pra calça no meu corpo, estava bem firme, não sei nem o por que eu conferir - Não, Não tem nada cain...

Nice levantou o moletom e o uniforme dando a visão da calça "dela".
A minha calça nela dava um pouco a baixo da cintura, claramente estava caindo e agora o meu medo é a Nice pagar calcinha na rua... Que aliás era uma azul, que não combinava em nada com o sutiã vermelho.

- Abaixa essa roupa...- pus a mão na ponte do nariz, minha preocupação era o que aconteceria se eu deixasse ela ir assim... Ela diria pra alguém aleatório:
" olha! minha calça tá caindo! "

- Diculpa. - ela disse baixando a roupa.

- Eu não tenho nada menor que você possa vestir.

- Hum... Um cinto. - ela disse de repente muito interessada na mochila dela

- Quer ir pra escola com um cinto masculino?

Ela vasculhava a mochila, que pelos barulhos era recheada de coisas.
Nunca tinha reparado de como a mochila dela é desproporcionalmente grande pra Nice, Era vermelha e azul  de marca famosa.

- Um cinto. - Ela tirou um barbante da mochila.

- Desde de quando você é míope? isso é um barbante.

Ela revirou os olhos.

- Posso usar pra segurar a calça.- Soou como "segular"

- Prefiro você com um cinto masculino... É menos vergonhoso.

- Eu não precisalia de cinto nenhum se você não tivesse me sujado com café.

- Eu não teria te sujado de café se você não entrasse na casa dos outros do nada.

- Eu não entlo na casa dos outros do nada! eu entlei na sua, você quem foi burro o suficiente pra lalgar a xícala... Que aliás... tá rachada - ela confessou isso fazendo biquinho.

Ignorei o comentario sobre a xícara revirando os olhos.

- Por que você não bateu na porta como sempre fez? É mais que óbvio que a culpa é sua.

- Se eu estava com a chaves, pra que vou bater? - ela me perguntou gesticulando nervosa com as mãos - Culpa minha por você ser um cuzão e soltar a xícala enquanto gritava que nem uma galotinha?

- Não foi... A culpa foi do gato! ele já tinha me assustado antes, você não sabe como é aterrorizante morar com esse gato.

- Ah claro, eu acho que você não sabe o significado de "atelolizante". -  ela me olhou no fundo dos olhos - Morar sozinho com um gato não é atelolizante, atelolizante é você não conseguir dolmir por medo...

- Tudo não teria acontecido se você não...- Suspirei profundamente - Esquece não vai dar em nada mesmo, mas não faz isso de novo.

- Fique tranquilo, isso não vai se repetir... - Ela tateou os bolsos da "nossa" calça - E eu esqueçi o chaveilo na outla calça.

Nice me olhou enquanto cruzava os braço na frente do peito.

- Afs, quando chegarmos da escola você pega... Onde está suas roupas?

Ela fez biquinho.

- No seu qualto.

- Hum... E o gato?
- Já tá alimentado, Você tem que cuidar dele Narciso.
- Não Obrigado, quero o máximo de distância possível desse gato.
- Então pede pro seu pai passar a cuidar dele ou a emplegada... Dona Sônia tá bem?

Revirei os olhos, Ela é mais de casa do que eu... Nem sabia o nome da empregada.

-  Afs, tudo culpa do... Cadê aquele gato?... Alias... Vou fazer um churrasco hoje, gostaria que você comesse.- disse em tom de brincadeira.

- ... Se você machucar ele eu vou bater em você.
- Eu faço o qui eu quero, o gato é meu.
- Ele não é seu.
- Era da minha mãe, ser meu, tanto faz.
- Por falar no qui era da sua mãe... Já regou elas hoje? - regou soou como "legou".

- Ah... Não, quase esqueci, lembrei agora.
- Vai lá, aproveita e traz sua mochila e vamos.
- Já volto.

Entrei na cozinha e enchi uma jarra com água.

Caminhei em direção a varanda, um pequeno jardim era preservado desajeitadamente por mim e as vezes pela Nice.
A maioria das plantas morreram e eu não faço ideia do porque... E não ligo muito.
Em um espaço maior um Mine canteiro da mesma flor estava em destaque.
Era as únicas plantas pelas quais eu me importava.

Eram as flores favoritas da minha mãe, e a origem do meu nome.
Narcisos brancos de quintal... Só minha mãe mesmo.

Mas os Narcisos estavam lindos e eu admito que tenho um grande ciúmes deles, eu não sabia muita coisa da minha mãe, mas ela era apaixonada com essa flor.

Reguei com cuidado, pois esse tipo de planta não gosta de muita água, o resto do jarro eu joguei pras outras plantas aleatórias pelas quais não eram muito importantes, Mais tarde a empregada rega as outras.

Os Narcisos não, não aceito ninguém encostando neles além de mim.

Passei no meu quarto pra buscar minha mochila.
A porquinha da Nice havia jogado as roupas dela de qualquer jeito, desorganizando meu quarto.

Ela desorganiza minha vida e minha mente mas meu quarto não mulher.

Dobrei as roupas dela e pus em frente a porta
Catei minha mochila e sair apressado... Droga o perfume.
Por que eu nunca lembro do perfume?
Voltei às pressas e peguei um dos meus perfumes.

Mesmo com pressa tive que trocar de frasco... A Nice tem um nariz muito chatinho pra perfume e perfumes fortes dão dor de cabeça nela.
Essa praga  com dor de cabeça significa dor de cabeça pra mim pois ela fala dobrado.

Passei o perfume e pus o frasco no lugar.
Finalmente peguei minha mochila e sair apressado pro cômodo em que a Nice estava.

ꪀꪖ𝘳ᥴ𝓲𝘴ꪮ𝘴Onde histórias criam vida. Descubra agora