Amaldiçoada Pela Lua

2. "isso pode te matar"

—por que você não anda logo? Humanos são inúteis até nisso?— a garota comenta

Estávamos prestes a sair de casa, porem eu tinha coisas a pegar, como roupas, comidas e até adagas

—céus se você me apressar mais um segundo se quer eu te coloco pra fora de minha casa— ela revira os olhos como se aquilo fosse impossível e continua a mexer a faca prateada entre seus dedos

Certifico se tudo estava em minha mochila e a coloco nas costas

Acredite se quiser mas eu não sei o que estou fazendo, eu posso estar caminhando diretamente para a morte, ou tão perto de um penhasco que mal possa ver

Mas como vou saber?

—estou pronta

—otimo vamos logo— ela diz se levantando da cadeira

—com o que nós vamos?

—nós vamos com a Hydra— ela diz impaciente

—o que seria Hydra

—você consegue ficar um segundo sem fazer perguntas?

Ok

Saímos pro lado de fora da casa e a rua estava tão vazia como nunca

—e cadê essa tal de Hydra?— a garota revira os olhos e começa um assobio suave, como a melodia de uma música calma

Ela fecha seus olhos e os fios de seu cabelo flutuam, as mechas verdes começam a brilhar como uma lanterna intensa, o verde parece ficar cada vez mais cintilante

Ok, o que está acontecendo?

E então ela abre os olhos e da um sorriso, seus olhos estavam verdes assim como o seu cabelo, porem estavam mais claros e brilhantes— se é que isso é possível

Ela estava sorrindo para o meio da rua, então ela caminha para onde estava olhando e para na beirada a calçada

Isso está me assustando

—você não vem?— ela estava com um pequeno sorriso em seus lábios, parece que todo o mal humor dela havia sumido

—ir pra onde?— arqueio as sobrancelhas, eu tenho certeza que o pânico estava expandido em meu rosto

—feche seus olhos— percebo que aquilo não é um pedido e assim faço— " quando você não puder ver algo apenas feche os seus olhos e acredite— ela diz parecendo cantarolar uma musica hipnotizante—
    "Tem algo a sua frente, ele pode te matar ou te salvar então basta acreditar, ele tem um grande rabo que pode ser como uma grande corda, ou pode ter um chifre que realiza seus desejos, então acredite e você verá"

Acreditar

Parece um conto de fadas, se você não acreditar não pode ver

Ok, eu acredito

Abro os meus olhos e vejo a garota a minha frente, ela da um breve sorriso e sai do meu campo de visão

Minha boca se abre tão rapidamente, como se eu não pudesse fazer diferente, dou passos apressados para trás e minha respiração parece parar 

A minha frente está um grande dragão, seu rabo é grande e tem pontas tão afiadas que podem matar, sua cor é extremamente preta, há detalhes vermelhos em se corpo, ele tem chifres, em sua cabeça e corpo a jóias douradas e jóias verdes a qual eu acredito serem esmeraldas

Com apenas um suspiro uma fumaça sai do nariz de quem eu acredito que o nome seja "Hydra"

—sei que ela é linda— a menina de mechas verdes finalmente diz— mas estamos sem tempo então vamos logo— o mal humor está de volta

Eu estou definitivamente indo em direção a morte

Mas não é como se eu tivesse escolha

—me de a mão e eu te ajudo a subir— faço o que ela mandou e em menos de segundos já estamos voando pelos céus

Atravessamos as nuvens e subimos cada vez mais, como se não houvesse fim

Hydra diminui a velocidade anunciando que estamos chegando, onde estamos chegando? Eu não faço ideia

Estamos em um lugar completamente vago, não há nada por perto a não ser nuvens

Mas então uma linda vila aparece, eu não consigo ver muito bem mas acredito que vamos para lá

O dragão finalmente encosta suas patas no chão fazendo tudo se mover

Era lindo

como os sonhos mais doces de uma criança

Haviam casas espalhadas pelos lados e cogumelos imensos como árvores, as luzes eram azuis e tudo brilhava, tinham flores roxas e imensas montanhas brancas, o cheiro era de algodão doce e chiclete

Poderia sentir esse cheiro pra vida toda

Mas uma flor em específica chamou minha atenção, era roxa e verde, no meio dela havia um brilho preto

Como glitter

Eu me abaixo no chão e estico minha mão para pegá-la

—está louca?— a garota de mechas verdes me puxa tão rapidamente me fazendo cair de costas no chão— isso pode matar você, idiota— ela revira os olhos

—como uma coisa tão linda e fofa pode matar alguém, isso tudo parece um sonho

—esse "sonho" pode se tornar seu pior pesadelo, nunca, em lugar nenhum que colocarmos os pés não acredite em nada nem ninguém. O mundo humano pode ser perigoso mas nada se compara a isso

—ok, mas afinal o que vamos fazer aqui e em todos os outros lugares que nós formos— eu nem sei o porque de eu estar aqui, o que e tenho haver com isso?

—resolver o que você causou quando nasceu