Park Chaeyoung era um prodígio quando se tratava do balé. Em uma noite tudo mudou. Um grave acidente lhe tirou completamente a vontade de viver. Presa em sua bolha impenetrável, ela se fechou para tudo e, todos. Até conhecer a irreverente Lalisa Man...
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Procurei por você a minha vida inteira Agora que te encontrei Nunca iremos dizer adeus Não posso parar esse sentimento Não há nada o que eu possa fazer Pois vejo tudo Quando olho pra você
- When I look Into Your Eyes — FireHouse
🩰
Melbourne, Austrália — 15 de setembro de 2021
Park Chaeyoung
Eu queria ser imune à dor e ao sofrimento, a vida seria mais fácil. A garota aspirante a sonhadora, de dezesseis anos, havia ficado para trás; perdida em alguma dimensão escura demais para ser encontrada.
As pessoas tinham a maldita mania de dizer; vai dar tudo certo, apenas seja você! O problema, é que eu mal sei quem sou na maior parte do tempo.
Pior do que perder alguém, é perder a si mesma.
Entre perdoar os outros e, perdoar a si mesma, sabe qual é o mais difícil? Perdoar a si mesma! A culpa me devorava viva todos os dias, desde aquele maldito acidente.
Eu convivo com mil personalidades brigando dentro de mim, eu era fragmentada, mas de uma forma ruim. Imagina o quão difícil é, ter tantas personalidades dentro de você brigando para ver quem te domina e, todas elas são amarguradas com tendências suicidas? Definitivamente, não existe nada pior!
A coisa que eu mais odeio no mundo é quando alguém me olha como se eu fosse uma coitada e pergunta como eu estou! A vontade que tenho de responder; cansada, acabada, destruída, arrasada e outros mil adjetivos depreciativos, é muito grande. Mas, de forma alguma eu vou me expor a esse papel de pobre coitada, que necessita se vitimizar para que as pessoas entrem em minha vida e se achem no direito de opinar em algo.
Minha mente vai e volta, me levando por várias vezes àquela noite, repassando todas as piores imagens que já pude presenciar na vida. Se existe um dia marcado por alguma força do universo para nos matar, o meu, com toda certeza, foi naquela noite! Eu morri? Não, meu corpo está aqui, mas a minha alma se foi juntamente com minha vontade de viver.
Dançar, para mim, era muito mais que um passatempo! A cada movimento que eu fazia me sentia nova, pronta para qualquer obstáculo que viesse a surgir em meu caminho, a dança era meu escape, meu ponto de paz; e eu também perdi. Olhava para minha sala de prática, para minhas roupas e sapatilhas, sentia uma dor rascante atravessar meu corpo e se prender em minha garganta, o choro era sempre previsível, a cada vez que eu constatava o óbvio; não conseguiria mais dançar.