Park Chaeyoung era um prodígio quando se tratava do balé. Em uma noite tudo mudou. Um grave acidente lhe tirou completamente a vontade de viver. Presa em sua bolha impenetrável, ela se fechou para tudo e, todos. Até conhecer a irreverente Lalisa Man...
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Quando você disse seu último adeus Eu morri um pouco por dentro Eu deito e choro durante a noite inteira Sozinho, sem você ao meu lado Mas se você me amava
Por que você me deixou?
All I Want — Kodaline
🩰
Chaeyoung
Melbourne, Austrália — 15 de setembro de 2017
Eu já ouvi, não uma, não duas e com certeza já perdi as contas de quantas vezes a frase "o tempo cura tudo" ecoou em minha mente.
Dois anos se passaram e eu me sinto presa ao passado como se o tempo não tivesse passado, já que a dor ainda continuava a existir e me martirizava da mesma maneira.
Eu só queria poder mudar o passado e tê-la aqui comigo...
Todo mundo já ouviu aquelas duas frases típicas pelo menos uma vez na vida: nem sempre temos tudo o que queremos ou querer não é poder.
Parando para analisar a questão, realmente viveríamos num caos completo se todos tivessem esse poder de escolha, visto que, nem todo mundo possui bom senso para saber escolher o que não irá interferir na vida das pessoas. E, pasmem, eu fiz tantas escolhas ruins ao longo desses seis anos, que a culpa irá me acompanhar até os meus últimos dias.
Existe uma linha tênue entre o amor e o ódio, a razão e a emoção, e eu não sabia lidar com nada disso. Às vezes eu me sentia como uma casca; oca e vazia. Nada atraente aos olhos dos outros, se bem, que a sociedade é hipócrita por só julgar o exterior das pessoas e fazer pouco caso de suas lutas internas!
Eu sempre ouvia aquelas drogas de discursos otimistas: você está viva, agradeça! Você está cega, mas não está morta! Você precisa aprender a enxergar a vida de uma outra maneira —, com o coração — para ser mais específica.
A pergunta é: que coração? Eu não sinto que tenha um batendo aqui dentro há muito tempo.
Já dizia Clarice Lispector; saudade é um sentimento urgente.
Estou deitada em minha cama fitando o teto branco e pensando em nada, ou em tudo, não saberia dizer. All I want, do Kodaline, tocava relativamente baixo, apenas para que eu pudesse apreciar e sentir a tristeza me abraçar, como sempre acontecia ao ouvir esta canção.
Era uma das favoritas dela...
De repente, vejo seu sorriso lindo quando olho para a poltrona ao lado da minha cama: ela estava lá, sorrindo para mim e desejando boa sorte em mais uma apresentação.
