O Poder Das Magnólias (O Poder Por Detrás Da Arte)

1. Presente

A casualidade não se encaixa na construção de meu Império.

_ Alan 'elfo

 Semanas depois de Olívia ter completado vinte anos, pela primeira vez em anos o homem que se intitulava seu pai de repente lhe chama para conversar, a primeira palavra que Bernardo se dirige a ela é "como compensação ao anos em que eu e sua mãe ficamos ausente decidimos que lhe dar de presente a Galeria Oleate que por muito tempo é cuidada por nossa família".

Mas é claro que o mesquinho do Bernardo Bouvier não daria uma das galerias novas e grandes, mas sim a menor e a mais antiga que tinham, Olívia conhecia o pai e soube no momento em que recebeu a ligação de Rudolf, secretário chefe do pai, que não estaria ali para ganhar um presente atrasado de aniversário que eles geralmente ignoravam, embora fosse três dias antes do aniversário de casamento deles ou por se importarem muito com ela ao ponto de se sentirem culpados por negligência-la todos aqueles dezoito anos em que o filho mais novo havia sido o centro do holofote da atenção deles de modo que finalmente a dariam algo que realmente queria, claro Olívia molhou a mão de Rudolf bem o bastante para saber os detalhes daquela ridículo encontro nada afetuoso entre pai e filha, aquilo era obviamente um teste para ele finalmente ter motivo para tirá-la da fila de herdeiro, já não bastava ter tirado o primeiro lugar dela agora queria tirá-la da jogada também?

 Olívia se lembra como se fosse ontem a época em que o pai a levava ao escritório dava toda atenção e ensinava tudo sobre os negócios da família, sobre a arte, sobre os artistas e pintores que marcaram gerações, sobre as histórias por trás das esculturas de mármore e o sentimento por trás das linha desenhadas em cada quadro... Bem até Jeremy, seu irmão caçula nascer e tomar tudo que era dela ao ser filha única.

— Olívia, você precisa trazer algo único, inovador e sem igual para celebrar sua estreia, claro que eu e sua mãe concordamos que é de sua escolha a galeria ou academia em que vai aderir a nova obra, sabemos que você é capaz!_    Bernardo cruza os braços, ele encara Olívia que demonstra um total de zero emoção em seu rosto, poderia até mesmo se dizer que ela estava entediada apesar dele estar a presenteando com o que mais queria.

  Olívia já tinha planejado tudo desde o momento em que o secretário de Bernardo lhe mandara mensagem avisando do encontro dias atrás. Olívia já tinha o lugar em mente e a Itália era o lugar certo.

— Tudo bem… obrigada, eu acho… só gostaria de te fazer uma simples pergunta: "Bernardo" e isso já vem me incomodando faz um tempo, porque parou de fazer negócios com a academia de belas artes de Florença?_    Olívia pergunta sem rodeios, ela odiava enrolação e cada segundo que passava com o pai fazia ela sentir calafrios estranhos pelo corpo, talvez pulasse o almoço.

 —... Bem, achei que eles não eram mais necessários já que o que eles tinham não nos interessava… mas o que isso tem haver com seu presente querida!?

  Olívia estremece ao som da palavra “querida” sair da boca dele, aquela palavra não era dirigida a ela pelo pai desde que havia completado dez anos.

 Olívia dá um sorriso amarelo para o pai. — Estou com uma viagem de negócios marcada pelo Júlio para Itália amanhã e por coincidência Douglas Morelli e a academia de belas artes me veio à mente.

 Aquilo não era de todo mentira, claro, ela não iria viajar no dia seguinte e sim no momento que saísse daquela reunião, Tori sua secretária já devia estar no jatinho a esperando com sua mala, e também não era coincidência ela pensar em Douglas já que era para se encontrar com ele que Olívia estava viajando primeiramente.

O escritório do pai fica com um ar estranho mais denso e palpável, Olívia vê o pai gelar ao ouvi-la falar de Júlio e Douglas na mesma frase, Bernardo há muito tempo havia terminado sem motivo algum qualquer negócio com a academia de belas artes e Olívia conhecia bem o motivo e conseguia ver com os próprios olhos o porquê de seu pai estar suando frio aquele momento,  a única pessoa que o fazia suar era ninguém menos que Júlio Darian Bouvier, um dos maiores negociantes no mercado negro da arte, um dos três reis do submundo, pai de Bernardo e avô de Olívia.