Capítulo 2 Bem vinda

1K 47 4
                                    

Tustin — Califórnia, 2029


Faltavam alguns minutos para a chegada da superforte, e como planejado, Beatrice já estava à espreita. Escondida em uma de suas sombras, ela observava tudo o que se passava no lugar. Alison, por sua vez, absorvia todas as informações telepaticamente, mesmo estando a algumas ruas de distância do local armado para a luta. Ariana parecia comer as unhas em tamanho nervosismo e Lanna estava no silêncio de sempre. A criadora de ilusões era insegura. Sua falta de socialização era consequência disso. Ela não confiava nas pessoas, nas circunstâncias, não confiava em si. Alison sabia desse segredo, por isso respeitava o tempo e espaço da menina. A mesma que nunca hesitou em ajudar. Lanna não mostraria a sua sensibilidade tão igual a de Ariana, o seu medo tão parecido com o dela, mas deixava todo mundo ver a sua força de vontade e determinação. Aquilo era tudo o que deixava aparecer.

Depois de escutar o último pensamento de Bea, a telepata avisou que precisavam deixar o loft. Pelo que a menina das sombras viu, a lutadora já havia chegado. Era a hora de seguir para a verdadeira luta. Esperta como era, Bea havia observado que apenas os responsáveis por toda a organização clandestina estavam por lá. Um total de oito homens. Sabendo que três deles tomavam a entrada, teria que colocar suas companheiras de missão para dentro através de suas sombras.

Quando chegou, a telepata avisou mentalmente que já estavam no beco, fazendo Bea surgir de uma das sombras e causar um susto em Ariana. Lanna prendeu o riso.

— Ai meu santinho! Pensei que era a grande lutadora. Eu já estava me preparando para ficar sem cabeça.

— Você viaja muito — reiterou Beatrice.

— O que me diz, Bea? Você acha que a gente consegue? — Alison perguntou.

— Ela é... grande. — As palavras de Bea saíam lentamente e a menina parecia preocupada. — E forte.

— Melhor. — Disse Lanna.

— Como isso pode ser melhor? — Ariana perguntou, assustada. Não estava entendendo mais nada. — Olha o meu tamanho, carambolas!

— Queda.

Ariana não conseguiu entender mesmo que Lanna estivesse gesticulando tanto.

— Não seja mais lerda do que já é. Lanna tá dizendo que quanto maior o tamanho, maior a queda.

— Ah! Agora entendi.

— Continuando... Vou levar uma por uma e faço questão que você seja a primeira, Ariana — a garota da empatia meneou freneticamente em negativo, mantendo os olhos bem arregalados, dando passos para trás. Bea segurou o antebraço dela. — Vou deixar você atrás do armário de equipamentos. Não é para sair até que estejamos todas lá.

Então Bea correu, trazendo Ariana consigo. Foram sugadas por uma enorme sombra em seguida. Lanna continuou encostada na parede fria daquele lugar estreito, aguardando um tanto quanto ansiosa a volta de Bea.

— Você não tem que temer nada — disse Alison, acertando sobre o medo de Lanna. — Estou aqui e não vou deixar nada de ruim acontecer com todas nós.

Um vento não esperado surgiu e elas sabiam que Bea já estava de volta.

— Vem, Lanna.

— Sim.

Depois que deixou Lanna por lá, Bea voltou para buscar Alison. As quatro meninas estavam atrás do grande armário agora. Podiam ouvir os golpes do aquecimento da superforte e se assustaram quando um estrondo soou, fazendo a telepata buscar informações mentais. Somente dessa maneira que Alison descobriu que havia sido mais um saco de pancadas que a maior estourou com seus golpes de força anormal.

A Última legiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora