2. Paraiso Luavurino

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No paraíso luavurino todos são iguais, não há sexos, complexos ou remelexos, não há cores, não há cheiros por isso não há odores

No paraíso luavurino os vizinhos são anfíbios  descendentes de castores, hora nadam, hora ficam na beira molhados e satisfeitos, porque não precisam admirar a hipnose da fome

Ninguém ama ninguém, porque o amor tornou-se num clichê ultrapassado

Todos andam de olhos abertos, mas nada pode ser visto, porque a beleza
é casada com a feiúra

Não há militância politizada e polarizada, porque não há humanos, todos são alguma coisa, menos humanos justos e injustiçados

No paraíso luavurino há escuridão, porque é encovado e sem luz, o dinheiro lá não representará mais falsa amizade, porque ninguém terá incapacidade

Todos falam a mesma língua, todos sentem as mesmas emoções desprovidas de decepções, todos se compreendem, pois nada é repetido somente prosseguido 

No paraíso luavurino todos dizem sim, mas ainda assim não são proibidos de dizer não,  porque senão tudo vira padrão

No paraíso luavurino não há céu, chão e reprodução, porque todos já lá estarão, então não adiantará mais um médio, alto ou um anão

Todos estarão perdidos e ninguém quererá ser encontrado, ninguém saberá como foi lá parar, porque não há caminho para lá chegar, somente a morte é a dica que não se justifica

Na verdade e na mentira, o paraíso luavurino só existirá se permanecer nas nossas imaginações, precisamos acreditar no final, não importa o teu bem ou o meu mal.

From Earth to HeavenOnde histórias criam vida. Descubra agora