As aulas já haviam começado à mais ou menos dois meses e graças a Deus este era o meu último ano, bom, graças à Deus não, até porque eu gostava um pouco daquela escola havia tido bons momentos lá, isso sem contar que a vida seria bem mais complicada depois que tudo acabasse, então sim eu sentiria falta da Kaplan Westwood.

Enquanto assistia às aulas chatas do professor de geografia, algo me atormentava: A minha terrível (ou maravilhosa?) noite com o Vinnie, confesso que tinha passado três meses e aquilo não saía da minha cabeça. Durante esse tempo, eu evitei tudo aquilo que me levasse até ele, principalmente aquela ruazinha, quando tinha que ir à casa da Mads para nos encontramos as três (sim eu e a Mads conhecemos uma rapariga que acabou de se mudar para cá, ela é muito fofa) Leonor. Aquela rua era um ótimo atalho, fazia-me chegar nos lugares bem mais rápido, pena que as coisas tiveram que ser assim. Que drama. Às vezes eu via Vinnie de longe e fazia o máximo pra ele não me ver.


Ok, era exagero eu sei, mas acontece que ele era um canalha e mesmo eu sabendo disso fui pra cama com ele, porque eu não tive a capacidade de resistir, ou de inventar uma desculpa do tipo "Eu estou menstruada" e também por causo do Josh. Eu tinha feito tudo pelo Josh, o que fazia eu me sentir mais idiota ainda. Mas ao mesmo tempo, Vinnie tinha-me dado sensações que até então eram desconhecidas em mim. Então, até agora eu não sabia dizer se aquela noite tinha sido terrível ou maravilhosa, estava confusa e quanto mais eu pensava, mais piorava a situação.

-Então, senhorita Beatriz. Não respondeu á minha pergunta. - Ouvi o professor Henrique dizer, e tipo, que pergunta? Ah eu não sabia, porque tinha algo a atormentando. Então arrisquei, foda-se.

-Hã... é 10.- Falei. E pude ouvir o riso de todos da turma.

-Claro, poderia ser 10...- O Professor disse.- Seu eu tivesse perguntado alguma conta e se isto fosse aula de matemática.- Ele respirou fundo pois tinha falado rápido demais, como sempre.- Geografia, senhorita Beatriz, geografia.

-Ah obrigada pelo "Senhorita", me sinto super importante. - O Professor me fuzilou com os olhos, mas logo continuou a sua explicação.

Logo depois bateram na porta da sala e o professor Henrique murmurou algo do tipo: " Droga, adoram interromper a minha aula" e foi abrir.

-Bom dia.- Era a diretora. Mal dia, isso sim.- Espero que estejam a ter uma boa aprendizagem.- Ela disse sendo formal. -Mas vamos direto ao assunto, agora temos um "faz tudo" da escola, ele vai ajudar o professor Carlos de Educação física, monitorar vocês no intervalo, e se quiserem algo tipo de ajuda, podem falar com ele, mas não abusem claro... ele vai ficar connosco mais ou menos seis meses. - Coitada dessa pessoa, deve ser uma pessoa tão boa e vai viver esse inferno. Pensei comigo. A diretora olhou para a porta e fez um sinal com a cabeça para que a pessoa entrasse.- Entre por favor.

PUTA MERDA. Que merda é esta? Por um momento, eu não acreditava no que estava a ver, em um movimento super "ninja", coloquei o meu capuz e fiquei de cabeça baixa. Se eu estava a esconder-me? Não...imagina, mas foi algo inútil. Totalmente inútil.

-Srta Beatriz, está bem? - Pude ouvir a voz do professor. Filho da mãe. E quando levantei a cabeça, todos olhavam para mim, inclusive...

Vinnie, que fez uma cara estranhando o fato do professor ter me chamado de Beatriz, pois eu tinha falado que o meu nome era Ema. Respirei fundo.

-Sim, só um pouco de dor de cabeça. P-pode continuar.- Gaguejei quando os meus olhos se encontraram com os de Vinnie, ele estava parado ao lado da diretora com os braços cruzados, usava uma camisa preta simples, e umas calças jeans escuras, o que era raro. O cabelo estava perfeitamente arrumado.

Ele olhou-me e deu um sorriso sacana bem discreto. Desviei o olhar, que diabos ele estava a fazer aqui? Pode ter certeza que o que ele menos precisa é do dinheiro que a escola oferece, porque boatos dizem que ele vem de uma família canadense que possui um poder aquisitivo, aí tem algum dedo podre... Pode ter certeza.

Pude ver as garotas a babar enquanto Vinnie se apresentava. Ridículo. Inclusive ela, a rainha das rainhas das putas, Carla. Eu odio esta garota. Odio.

-Então...- Ele tentou ser um pouco formal, mas isso não combinava com ele. - Eu vou estar aqui para o que vocês precisarem, qualquer coisa já sabem, procurem-me.- Vinnie falava com um ar do tipo " Para tudo mesmo, inclusive sexo".

Enquanto ouvia Vinnie falar, evitava totalmente contatos visuais, tentava me concentrar nos rabiscos que eu tinha feito no meu caderno.

Aquilo estava estranho o suficiente.

-Para tudo o que a gente precisar mesmo, Sr. Hacker? - Carla disse o olhando maliciosamente, e Vinnie retribui o olhar. Daqui a uma semana todas as garotas desta escola estariam na sua cama. Ah sem contar que Sr. Hacker, não combina nada com o Vinnie.

-Sr. Hacker? Humm... Gostei.- Ele disse.- E sim, para tudo aquilo que precisarem mesmo. - Vinnie sorriu e deu uma piscadinha.


- Ele é gostoso pra caramba, ter uma noite com ele é tudo o que eu mais quero agora. - Ouvi uma garota a falar atrás de mim. Eu poderia simplesmente me aparecer e dizer: " Chupem, eu já tive esse privilégio" mas eu era humilde.... E aquilo não era um privilégio. Mal sabiam elas o tipo de pessoa que Vinnie era.

-E você...- Vinnie disse e apontou para ninguém mais, ninguém menos do que... Eu.- Tens alguma pergunta?- Ele deu um sorriso, Pois ele estava a fazer aquilo por pura implicância, óbvio.

-Não.- Respondi severamente.

-Tens a certeza?- Ele insistiu e pude ver a diversão em seus olhos.

-Absoluta.- O encarei confiante e levantei uma sobrancelha, ele ficou me olhando profundamente por alguns segundos, piscou e desviou o olhar. Estremeci, droga.

Vinnie logo se retirou da sala com a diretora, que se duvidasse, até ela ele, comia. E possibilitou o professor a continuar a sua aula.

-Srta Beatriz, pode fazer-me um favor?- O Professor perguntou.
-Sim...- Respondi.

-Vá á secretária e traga-me algo que preste para que eu possa escrever na porcaria deste quadro.- Senti irritação na sua voz, quase ri.

-Ok.- Levantei-me e saí da sala, desci algumas escadas meio que a correr, porque eu simplesmente adorava fazer isso, mas desta vez não foi uma ideia boa, pois pisei em um degrau em falso e caí escada abaixo.

-Merda!- Falei alto, não tinha me aleijado muito, só havia causado uma dor insuportável em meu tornozelo.

-Tu estás bem?- Uma voz rouca disse entre risadas, enquanto eu tentava me levantar com certa dificuldade.- Tu és uma anta mesmo. Como conseguiste cair desse jeito.- Hacker riu mais uma vez.- Eu queria que o corredor estivesse cheio para ver todos rir da tua cara.

-Idiota.




-Malta espero que estejam a gostar! Podem ir dando dicar para melhorar, <333

Sequestrada pelos mafiosos- ☆ Vinnie Hacker ☆Onde histórias criam vida. Descubra agora