CAPÍTULO 2

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Todos os dias, a mãe das crianças fazia a mesma pergunta para seus filhos.

— O que fizeram na escola hoje?

Emma desatava a falar.

Arthur sabia que ela não dava a mínima para o que sua irmã tinha feito.

O real motivo da pergunta, era para saber se o menino já tinha feito algum amigo.

"Você precisa de alguém para conversar, meu filho. A bateria e esses cantores cabeludos esquisitos não vão te ajudar em nada", era o que ela dizia repetidamente.

Era verdade.

Arthur se achava chato de mais.

Tão chato ao ponto de achar que ninguém gostaria de conversar com ele, por isso ele nem tentava.

Falar que o garoto não tinha amigos não era justo, ele trocava ideia com os outros participantes quando ia para os torneios de bateria.

Com amigos ou não, Arthur gostava de sua vida exatamente do jeito que ela era.

Quando criança, costumava ir todos os finais de semana para casa de seus avós, comia bolos deliciosos e sempre saia de lá com um suéter novo.

Ele sentia falta daquilo.

Parava constantemente e comparava sua infância com a de sua irmã, que ao invés de se empanturrar com bolos, se sujava de glitter por conta dos cartazes que ela e suas amigas se reuniam para fazer e levar nos shows do The Revolution.

   
Ambos pareciam felizes com suas vidas.

Na TV só se falava uma coisa: A separação da boyband mais famosa do mundo.

Na opinião de Arthur, eles davam ibope de mais para coisas desnecessárias, ele não achava o The Revolutions grande coisa.

Ok, o garoto admitia que algumas músicas não eram de se jogar fora, mas na maioria das vezes estava firmado a falar mal dos meninos só para contrariar sua irmã e todos os outros adolescentes da sua idade.

Ele gostava de ser diferente.

O resto da semana na escola foi bem inusitada.
Todos os meninos pulavam de alegria com a certeza de que seriam escolhidos para assinar um contrato com Jackson Fuller, o produtor de boybands mais famoso do mundo.

— Eu tenho certeza de que Jackson vai me escolher para a nova fase do The Revolution, eu canto super bem — Disse um menino aleatório cercado de amigos no corredor.

— Mas você já se inscreveu para as audições? — Perguntou-lhe um dos garotos.

— Não...

Pelo menos Arthur iria poder tirar boas gargalhadas da situação toda.

O mais importante era que a choradeira tinha acabado, e dado lugar para a esperança.

Enquanto os meninos se iludiam com ideias de entrar no The Revolutions, Arthur treinava incessantemente para o seu torneio de bateria.

A mãe do garoto não conseguia se concentrar com todo aquele batucar

— Para com essa porcaria de bateria! — a mulher gritava.

O garoto não ligava, afinal estava determinado a ganhar o dinheiro. Precisava de baquetas novas.

. . .

Na quarta feira, ao invés de ir direto para casa, resolveu passar antes na antiga residencia de seus avós, que ainda estava para alugar.

Ele gostava de ficar sentando na calçada relembrando os velhos tempos.

Todos tem um lugar para fugir quando se sentem sós, aquele era o dele, na calçada da antiga casa de seus avós.

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⏰ Última atualização: Feb 01, 2022 ⏰

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The Revoluction - A nova era (LARRY)Onde histórias criam vida. Descubra agora