Capítulo 1 (Degustação)

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#DEGUSTAÇÃO

Maya James
SUNVILLE - EUA
A regra da vida é simples e certeira

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Maya James

SUNVILLE - EUA

A regra da vida é simples e certeira. E isso todo mundo pode comprovar.

Os momentos de lazer com certeza sempre passarão em uma velocidade absurda, deixando aquela saudade gostosa de um tempo que não voltará.
Entretanto, as horas dedicadas ao trabalho árduo, aquele que verdadeiramente paga as contas, passam devagar, como se fosse uma tortura.

Por isso sempre me pego olhando o relógio localizado no alto da parede, no fundo da sala de aula, para observar quanto tempo ainda preciso me dedicar aos meus 30 alunos que estão na faixa etária dos 5 anos.
Eles, na verdade, apesar de sugarem toda a minha energia, são maravilhosos. Na maior parte do tempo me divertem com toda inocência e alegria.

E os pais das crianças?

Esses sim me dão muito trabalho. Eles ainda não entenderam que a educação vem de casa.

— Titia Maya.

A voz de Gabriel me chama atenção.

— Oi, príncipe.

— Posso comer minha maçã que sobrou do lanche?

Como sempre, o menino está com fome.

— Pode sim, meu amor.
Ele me passa um sorriso contagiante, e em seguida devora a fruta, enquanto eu, disfarçadamente, levo os meus pensamentos para um outro patamar, que em nada combina com o ambiente do momento.

...

“— Bella donna. — Quando estou caminhando em direção ao elevador pelos corredores vazios da Universidade de Heaven City, ouço a voz do Sr. Black.
— Oi.
Com o seu jeito de um típico italiano safado, másculo, mantendo as mãos nos bolsos, detalhe que deixa em evidência os seus atributos generosos, que vez ou outra tenho o prazer de ter em minha boca, caminha em minha direção, observando cada detalhe do meu corpo, como se pudesse me devorar apenas com o olhar.
Me sinto completamente despida quando ele se aproxima, e eu adoro a sensação de ser tão desejada.
— Eu preciso de você em mia sala, agora.
Preocupada em sermos flagrados, olho para os lados rapidamente, mas por sorte não vejo ninguém.
— Estamos sendo muito descuidados, não acha? Você sabe que se descobrirem que estou transando com o meu chefe, a minha vida se transformará em um inferno.
Ele envolve a minha cintura e me puxa ao seu encontro tão forte que eu acabo gemendo e mordo os lábios.
— Foda-se. Você é minha e eu preciso ter a minha vara sendo engolida por sua boceta agora. Passei o dia pensando em você, gemendo e repetindo o meu nome diversas vezes enquanto goza.
Entre as minhas pernas, fico completamente molhada, e sem resistir...”
...

— Pró...

Sinto um toque em meu braço, que me traz de volta à realidade. Eu, definitivamente, quando me lembro dessa cena que escrevi pensando no ator famoso Lucas Stevens, acabo tendo a mesma reação da personagem.

Como eu queria ser a bella donna do meu livro por um momento. Não custa nada sonhar.

— Oi, meu amor.

Debby aponta em direção ao relógio, em seguida, ao olhar mais uma vez a hora, para o meu alívio, constato que faltam menos de cinco minutos até o final do expediente.

— Já podemos ir para casa?

— Daqui a pouco, mas já pode começar a guardar o seu material.

Voltar para o aconchego do meu lar é o que mais quero.
Se eu estou cansada?
Com certeza.

Além de me sentir moída e revirada do avesso. Até parece que fui atropelada.

Para completar, a minha garganta, sem exagero algum, encontra-se seca e irritada. Se eu não beber um pouco de água nos próximos minutos ou até mesmo chupar uma balinha de menta, capaz de até mais tarde não conseguir falar.

Porém, apesar de tudo, estou verdadeiramente feliz, pois ainda tenho um emprego que paga as minhas contas, até porque, o meu plano B, que deveria ser o A, ultimamente tem ficado cada vez mais dispendioso.

— Pró, amanhã vai ter qual brincadeira?

A preocupação da pequena Melissa é a que eu queria ter na vida.

— Vamos brincar de jogo da memória.
Ela comemora batendo palmas.

— Esse é o meu jogo preferido. Lá em casa eu sempre ganho dos meus pais.

Melissa, só em pensar no próximo dia, já exibe um olhar de satisfação.

— Eu bem sei, princesa. O Sr. e a Sra. Grey sempre fazem questão de me contar como é boa a sua memória.

— Viu só? Eu disse. Eu disse.

Ela fica se exibindo para os coleguinhas, enquanto eu me coloco de pé e caminho até a janela, local onde observo a enorme fileira de carros dos pais se formando.

— Crianças... Mais um dia de aula chegou ao fim, mas não se esqueçam de fazer a lição de casa ainda hoje, e brinquem muito. Estamos combinados?

— Estamos, titia Maya.

Eles literalmente respondem como se fizessem parte de um coro, em seguida correm em direção à saída da sala.

— Até amanhã.

Enquanto observo os últimos saírem do ambiente, lindamente decorado com números divertidos e alguns animais propositalmente infantilizados e fofinhos, recolho a minha bolsa e logo depois, como sempre, caminho entre os corredores em direção à sala dos professores.

O percurso me lembra uma galeria de arte na qual os próprios alunos são os artesãos, pois na parede sempre ficam exibidos os diversos quadros.

Entretanto, antes de chegar ao meu destino, sou surpreendida por Sylvia, a diretora da escola. Como sempre ela exibe um sorriso lindo e veste um vestido de cor caqui, que fica muito destacado em sua pele naturalmente bronzeada.

— Estava ansiosa para te encontrar e desde já adianto, tenho ótimas notícias. Na verdade, muito mais que isso. As suas preces foram atendidas, Maya.

Eu tenho tantos desejos compartilhados em conversas casuais com a Sylvia, por isso realmente não faço ideia do que pode ser. Para completar, provavelmente faço uma expressão de interrogação terrível. Ela até se diverte ao me observar.

— Por favor, não me deixe curiosa. Meu coração não aguenta. Eu peço aos céus tantas coisas que é difícil adivinhar qual oração foi respondida.

Ela gargalha e acena, mais precisamente para o nada.

— O coração de uma jovem de 22 anos, saudável, não suporta alguns segundos de suspense? — Repousa a mão direita na cintura e revira os olhos em um tom de brincadeira. — Okay, não vou te deixar em sofrimento. Um certo dia ouvi, sem querer, uma conversa sua com uma professora sobre o desejo de entrar na universidade, então falei com o reitor da Universidade do Litoral e, enfim, consegui uma bolsa de estudos para você cursar Literatura. Só precisará pagar uma mensalidade equivalente a 50%. Não é muito, e com o salário daqui facilmente você conseguirá pagar.

Fico eufórica com a notícia, mas ao mesmo tempo me pergunto se a Sylvia vive no mesmo mundo que eu.

Se ela ganha cinco vezes mais e ainda assim reclama do salário, como eu, que sequer tenho uma casa própria, pago financiamento, tenho outros custos, vou conseguir arcar com mais uma conta?

— Eu nem sei como te agradecer por conseguir a bolsa. É realmente um dos meus grandes sonhos cursar essa universidade.

Ela repousa a mão em meu ombro e continuamos conversando.

Confesso que não ouço muito, pois em minha cabeça uma grande conta está se formando.

Quinze por cento do meu salário é direcionado para as contas como energia, gás...

Trinta por cento para alimentação, e ela não é das melhores.

Trinta por cento para o financiamento da casa.

E, 20% dividido entre gastos pessoais, com roupas que vez ou outra preciso repor, produtos de higiene e publicidade literária, já que eu me aventuro no mundo literário e autopublico os meus livros de romance eróticos usando um pseudônimo na Amazon.

Mas de lá não consigo muita coisa. Às vezes dá para ir ao cinema e raramente fazer um pedido de jantar delivery.

— Enfim, Maya. Eu sei que estou investindo o meu tempo na pessoa certa, todos os alunos te amam.

Paramos em frente à sala de professores e por um momento percebo que a Sylvia nota uma tatuagem feita em meu ombro. A blusa acabou despencando um pouco, por isso me apresso para cobrir. Eu sei que, mesmo sem expressar a sua opinião, ela não gosta muito desse meu lado.

Para distraí-la, mais uma vez agradeço o cuidado, e depois de finalmente conseguir molhar a garganta na sala dos professores, despeço-me dos meus colegas e vou para casa.

Depois de uma caminhada de 30 minutos, a minha vontade é de apenas tomar uma ducha, comer um sanduíche, deitar e dormir. Mas esse é um luxo que eu ainda não posso me dar.

Entretanto, depois de tomar um banho revigorante e me alimentar com uma comida esquentada no micro-ondas, visto um roupão, sento-me e, após alcançar o MacBook na mesa, começo a digitar.

Dessa vez tendo um pouco mais de fé que das outras vezes.

Quem sabe se eu caprichar na capa, colocando um homem musculoso e um título com a palavra “CEO” eu consiga pagar as contas?

👀👀👀👀

Breve volto com mais um pouco 🤭

Quem aqui tem certeza que eu já usei títulos com o nome CEO para pagar as contas levanta a mão? 🤣🤣🤣

Então gente... O bilhete é verdade rs...

Como escrevi na cartinha, tem muita coisa real por aqui...

Beijinhos ❤️

27.01 na Amazon ❤️


Amor por Processo - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora