Capítulo Único

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Notas Iniciais:

Bom, estou em um universo novo. Para os leitores de minhas demais histórias, logo eu volto.

Confesso que meu shipp original de TWD é Darlenn( Daryl e Glenn. Eu sei, sou especialista em shipps estranhos), mas os adoráveis Henrique e Thaissa me mostraram a preciosidade que é esse shipp, então aqui vamos nós.

Perdoem a linguagem, mas imagino o Negan como alguém com a boca beeem suja.

Não menciono a idade de Carl, mas imagino por volta dos dezoito.

Boa leitura!
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Se sentia cansado, o gosto de sangue ainda presente em sua boca, assim como o cheiro parecia preso em seu olfato. Aos poucos voltou a si, retomando as sensações de antes. A grama sobre seu corpo, fazendo cócegas em seu rosto e em suas mãos. 

Mãos essas que já não seguravam seu pescoço. Já não continham o fluxo quente e espesso de sua vida se esvaindo. O maldito Rick Grimes.

Ah, aquele filho da puta covarde...

-- Sua mãe não te deu educação? -- Uma voz, terrivelmente familiar, falou de um lugar próximo, e só então notou que falou em voz alta.

Negan não hesitou em abrir os olhos, vendo que estava ainda no mesmo lugar, sob aquela árvore e vitrais, mas Rick e companhia não estavam a vista. Apenas ele. Ele e Carl.

-- Fodido Cristo, um fantasma por aqui. -- Ele sorriu para o garoto, cansado demais para trazer acidez para o comentário.

Carl estava como da última vez que o viu, desde a camisa xadrez ao chapéu ridículo e aquele tapa-olho irritante. Ele retribuiu o sorriso, tão cansado quanto ele e Negan não pode deixar de se perguntar se o garoto já estava mordido quando se ofereceu para morrer pelo seu povo. Ele parecia mais pálido que o normal, o brilho perigoso de seu olho meio apagado. Eu devia ter desconfiado quando o garoto não retribuiu as ameaças, inferno.

Parando sua análise do garoto, fez uma própria. Sua garganta não estava aberta, o que era ótimo. Ele sabia que ela não estava quando Rick a cortou, superficial demais para matá-lo na hora, mas agora ela parecia intacta, assim como sua mão não estava ferida, como se os eventos daquele dia não houvessem ocorrido. Entretanto, o cheiro nauseante de sangue o perseguia, forte demais para passar despercebido, mesmo que ele estivesse limpo. Se sentou com cuidado na grama, vendo Carl observá-lo de onde estava, recostado na árvore.

-- Puta merda, estamos mortos? Simples assim? -- Pediu, vendo o sorriso do garoto se tornar um pouco mais humorado, ironia pura cintilando naquele olho. 

Negan não queria admitir que sentia saudades de emoção no azul do garoto, mesmo que fosse a ameaça mortal que sempre direcionava a ele.

-- Sério isso? -- O garoto perguntou, cruzando os braços. -- O poderoso Negan se entregando tão rápido? E aquele papo de sempre achar uma saída?

Não se impediu de bufar, passando a língua pelos dentes em um hábito automático. Deus, que pestinha insuportável.

-- Eu não se você viu, mas não parece ter uma saída desse lugar. -- Ele sentia isso, sentia que podia correr por dias por ali e não chegar em lugar nenhum enquanto falava devagar. -- Bom, eu não posso te culpar; deve ser difícil ver no geral com um olho só. 

Um Novo Mundo (Carl X Negan)Onde histórias criam vida. Descubra agora