Cabana.

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Pov's Charlotte. 11 de março de 2022.

Acordei com os disparos e me desesperei ao perceber que estava presa de todas as formas possíveis, meus pulsos estavam presos com correntes finas que estavam machucando toda a região, havia uma mordaça que cortava minha boca por sua grossura e meus pés estavam acorrentados também, eu estava totalmente nua e com cortes superficiais por todo o abdômen, o lugar era escuro e eu estava sangrando, meus olhos encheram e comecei a gritar sentindo calafrios percorrem todo o meu corpo, juntei meus joelhos e abaixei a cabeça soluçando, fiquei sem voz de tanto gritar e não me ouvirem, eu já estava em desistência e tinha a certeza de que morreria ali e que achariam meu corpo se decompondo, talvez eu exagerasse um pouco as vezes, desmaiei pelo cansaço e acordei sendo desacorrentada, me encolhi chegando para trás e comecei a chorar desesperadamente, Eliot me abraçou fortemente passando as mãos em meus cabelos, aquilo estava me sufocando eu estava exausta e me sentia fraca.

-Se acalma, eu não vou te machucar.-Sorriu beijando minha testa e me pegou nos braços, eu não tinha nenhuma força para reagir a seus atos.-Eu só quero te proteger, meu amor.-Sentir seu toque era como ter resquícios de fogo caindo sobre a minha pele e queimando cada tecido dela, aquilo estava me matando por dentro, estar tão entregue a ele me deixava frágil.

Fui colocada no porta-malas do carro e fiquei ali por um bom tempo ainda com a mordaça na boca e as mãos presas o carro estava em movimento, pouparia minhas energias para seja o que for que ele quisesse aprontar. Eliot provavelmente estava me levando para alguma mata pra me esquartejar caso eu não fique com ele, essa situação e todas essas coisas que aconteceram nos últimos meses...estou fraca, não sou capaz de passar por tudo isso e erguer a cabeça como se estivesse tudo bem, eu já perdi muita coisa e já passei por muita merda, eu quase morri na porra do meu nascimento. Eu estou com medo, sempre estive, mas não fui capaz de demonstrar que precisava de ajuda, estou ciente de que toda essa força e bravura são apenas uma barreira para afastar aqueles que assim como eu não são nada e só colocam uma máscara para esconder todo o pavor que há dentro de suas mentes.

O carro parou de se mover e ele abriu o porta-malas colocando um cobertor em volta de meu corpo. Naquele instante eu percebi que não valia a pena lutar, ele estava no controle.

-Você vai ficar bem, eu prometo, só precisava manter afastado todos aqueles que querem te tirar de mim, você entende não é? A sua mente é pura e eles estão te levando para um mal caminho, meu amor. Eu te perdoo pelo que você fez, todos erram, agora você pode evoluir como eu e se juntar a mim.-Tentou me beijar e eu virei o rosto com a respiração descompassa. Maluco filho da puta. Ele fechou a cara me arrancando bruscamente do carro e me arrastou pelo braço para dentro da cabana, eu não conseguia andar direito devido ao sangue que havia perdido, mesmo que os cortes fossem superficiais eram muitos e tinham profundidade o suficiente para me deixar inconsciente, já era de noite e estava muito frio, estávamos em uma cabana afastada da cidade, muito afastada, para ser realista não havia nada ali além da cabana, Eliot me jogou no porão e eu rolei sobre as escadas, respirei fundo me erguindo com dificuldade e me apoiando no corrimão para subir novamente.-Você tem sido muito Ingrata, está merecendo um castigo.-Fechou a porta na minha cara. Suspirei sentindo uma dor por todo o corpo.

-Por que você está fazendo isso comigo?-Falei em um tom baixo pois minha voz não estava lá aquelas coisas.

-Você sabe o porquê.

-Seu doente, você não me ama, você nem sabe o que é amor, amar é cuidar, e se necessário deixar ir, é o tipo de coisa que você não faz, você só me machuca, mentalmente e fisicamente, já estou cansada de tudo isso.

And If I Love You?Onde histórias criam vida. Descubra agora