Capítulo 1 - Ampulheta!

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Olá, meu nome é Harry! Bom, não temos muita noção de quão complexo é o tempo. Se estamos bem, ele passa depressa; se estamos mal, ele passa devagar. E aqui estou eu agora, vivendo o que nunca imaginei que viveria, e o tempo não está a meu favor. Mais um ano se encerra. Estou de férias e finalmente vou poder ir para a casa do meu avô, chamado Bartolomeu. Irei reencontrar meus dois melhores amigos.

Meu vô vive dizendo que todos os objetos do antiquário dele têm magia e que ele foi um mago no passado. Eu amo magia! Infelizmente, todo mundo julga que ele é só um velho doido e mentiroso. No começo, eu também não acreditava, mas depois que ele mostrou os objetos do antiquário dele, acabei acreditando mais nessa história.

Cheguei nesse fim de mundo. Meu avô vem me receber de braços abertos, com um grande sorriso no rosto, pegando minhas malas e mandando eu ir para meu quarto para descansar um pouco e tomar banho. Na janta, ele acaba mencionando que vai precisar de uma ajuda no antiquário nas férias, já que ele vai ter que ir muitas vezes ao médico. Eu acabo dizendo que posso ficar sem nenhum problema.

Gostaria de ir para o futuro ou o passado. Me pego imaginando como seria. Acredito que a loucura vem de família. Meu vô diz que eu posso aproveitar o tempo no antiquário enquanto ele vai ao médico. Estou ansioso para descobrir as novas coisas mágicas e encantadoras que há lá.

Quando ele saiu de casa, fui imediatamente dar uma olhada nas antigas peças do antiquário para dar aquela nostalgia. Quando mais novo, achava tudo chato. Agora tenho interesse em ver as coisas antigas que meu avô possui em seu acervo.

Chegando lá, encontro um local empoeirado e cheio de teias de aranhas, e cara... Eu odeio aranhas! Achei melhor sair dali, mas me deparei com uma luz azul super forte vindo de uma das caixas que meu vô tem. Fui apenas dar uma olhada, e me deparei com uma ampulheta com uma luz sendo emanada em um tom azul que brilhava ali dentro. Eu nunca vi essa ampulheta aqui antes! Não conseguia parar de olhar para ela. É como se meus olhos penetrassem naquilo. Sei que se eu fizer algo de errado com as coisas do vovô, pode haver consequências para a população, para o mundo e até para o tempo em que vivemos. Mas eu não consegui deixar de jeito nenhum aquela linda ampulheta com as "tralhas" do vovô. Então, guardei a ampulheta na minha bolsa. Não estou roubando. O vovô me disse que eu poderia pegar algo velho do acervo, já que as coisas velhas que tinha lá já não iam servir para nada.
Agora, vou me reencontrar com meus amigos, o Vitor e a Zoe. Estou ansioso para ver a reação deles quando virem a minha nova ampulheta azul.
Quando nos reencontramos, conversamos bastante sobre o que íamos fazer nas férias, mas é claro que não esqueci de falar sobre a minha ampulheta.
- Agora, senhoras e senhores, eu lhes apresento a minha nova ampulheta mágica! - Anunciei empolgado.
- Ampulheta mágica?... - perguntou Zoe desanimada. - Acha que vamos acreditar que ela é mági-
- Que maneiro! - interrompeu Vitor, impressionado. - Onde você pegou isso?
- Eu peguei lá do antiquário do meu vô, vocês sabem que ele é mágico, que já aposentou... Mas, no antiquário dele só tem coisas com magia, então isso com certeza tem magia!
- Seu vô?! Aquele maluco?! - disse Vitor.
- Meu vô não é maluco!
- Harry, - Zoe pegou no meu ombro. - Você acha mesmo que seu vô já foi um mago?
- SIM!
De repente, uma linda jovem de cabelos negros apareceu e colocou os dedos de sua mão direita no queixo de Harry.
- Olá lindinho... - Ela encarou Harry. - Posso ver essa tal de ampulheta mágica?
- É-É, não posso...
- Poxa! É só um pouquinho...
- Tira a mão de mim, - Harry tirou as mãos da garota à força. - E quem é você?!
- Eu conheço o seu vô... Era um grande mago...
- O quê?!
- Agora que somos amigos, por que não me empresta isso um pouco?
- Eu não vou te emprestar a minha ampulheta!
- Que ampulheta, anjo?
Ela rapidamente pegou a ampulheta da minha mão.
- Ei! Eu disse não!
- Garotinho quer ver do que eu sou capaz de fazer com essa ampulheta? Acontece que isso já foi meu uma vez.
- Como assim já foi seu?! Isso estava no antiquário do meu avô!
- Acontece que eu já conheci seu avô há um tempo atrás, era um sujeito muito difícil de enfrentar...
- E-Enfrentar?!
- Enfim, agora que você trouxe a minha ampulheta de volta, eu preciso acertar tudo! Consertar esse mundo!... Boa sorte para vocês três. - Ela disse soltando a ampulheta de sua mão, a deixando cair no chão.
- NÃO! - Harry gritou.
Quando a ampulheta se chocou contra o chão, ela não quebrou, mas fez uma grande explosão, criando um forte clarão que lançou todos para muito longe dali. As únicas palavras que os três jovens escutaram no momento da explosão foram da jovem que roubou a ampulheta, dizendo em um tom de voz alto e grave:
- Agora eu vou controlar o tempo e todos vocês, seus humanos patéticos! - Ela soltou uma risada maléfica que ecoou pela cidade inteira.
Três luzes foram separadas, sendo lançadas para longe, parecendo três meteoros.
De repente, acordo em queda livre de uma altura que certamente nenhum humano sobreviveria. Estava acima das nuvens, gritando desesperadamente. Ao chocar-me com o chão, incrivelmente, só me senti atordoado, pensando que naquele momento estava morto. Olho ao meu redor e vejo apenas um campo sem fim e algumas árvores, então lembro dos meus amigos...
- C-CADÊ A CIDADE!? VITOOOR! ZOEEE!
Nada, nenhum sinal de vida.
- Mas que porcaria está acontecendo!? Meu celular!
Rapidamente mando uma mensagem para a Zoe, mas...
- Sem sinal... É claro, An!? O-O quê!?
Os números da data e horário do meu celular estavam estranhos, eram apenas noves.
- O-O que está acontecendo!? Deve ser algum bug... N-Não! O que estou dizendo!? É óbvio que não é um bug.
Minha barriga ronca de fome.
- Era só o que me faltava... Estou morrendo de fome, vou ter que andar até achar algo... Não é possível que eu esteja sozinho aqui.
A fome está me consumindo, o campo parece interminável e já está escurecendo... Vou acabar morrendo num ciclo sem fim.
Então vejo uma luz ao longe, estreito meus olhos e percebo que é uma casa!
- Até que enfim algo!
Começo a andar rapidamente até a casa, mancando, pois minhas pernas não aguentavam mais correr.
Chegando lá, uma casa simples, bem pequena, no meio do nada. Bato na porta e um homem alto, vestindo um sobretudo preto e calças pretas, abre.
- C-Comida, por fav-
Acabo desmaiando.
Acordo meio tonto, percebendo que estou num quarto, deitado numa cama.
- O quê?... - Me pergunto.
O quarto estava repleto de livros e quadros. Levanto-me e pego um quadro na estante, uma fotografia de um homem e uma linda mulher, provavelmente um casal. Espera, reconheço esse homem. Havia uma faca pendurada na parede, pego-a para me defender caso necessário. Ao sair do quarto, escuto alguém assobiando na cozinha. Vou nas pontas dos pés, para não ser percebido, e quando chego lá, me deparo com um homem de costas cortando algo que não consigo ver. Aproximo-me um pouco, mas ele se vira.
- É-É... - Harry gagueja. - Olha só! Você é o cara do quadro!
Ele olha para mim com a faca na mão.
- Hehehe... - Harry está com uma expressão de pavor. - Não é o que parece...
O homem apenas fica encarando Harry.
- Olha só! Você está melhor? - O homem pergunta a Harry.
- An? Ah! C-claro, eu estou bem.
A barriga de Harry começa a roncar, e ele fica sem graça. O homem volta a virar de costas e retorna para Harry com um prato numa mão, com pedaços de pão fatiados, e um suco na outra.
- Sente-se à mesa e coma.
- Por que está me ajudando?
- Apenas coma logo, você precisa.
- T-Tudo bem!
Enquanto comia as fatias de pão, o homem não parava de olhar para mim, nunca me senti tão incomodado na vida. Fico um tempo sem olhar para ele, para ver se ele para de me encarar. Finjo beber meu suco para disfarçar e olhar para ele, mas quando olho novamente, ele ainda está me encarando.
- HMPH! - Engasgo com o suco.
- Ei! - Paro de beber o suco. - aquele quadro no seu quarto, é sua esposa?
- Hm!? - Os olhos do homem se arregalam.
- Desculpa! Eu falei algo errado!?
- Não... Não é isso, é que ela é minha falecida esposa...
Eu não esperava por isso... Logo percebo que ele ficou para baixo após falar disso.
- E-Eu... Sinto muito... Não fique assim, eu posso fazer algo?
- Está tudo bem... E como está o suco?
- Olha, está ótimo!
- Que bom que gostou...
De repente, fico meio tonto, mas não me importo. Talvez a fome ainda esteja me deixando fraco e zonzo.
- É... Qual... Seu... N-Nome...?
- Está tudo bem?
- E-Está... - Estou suando, minhas mãos estão frias e minha pele está pálida. - Eu... Só estou... Deve ser a fome sabe...
Meus olhos se fecham e caio totalmente da cadeira, apagado.
- Ah... É mesmo... - O homem diz. - Meu nome é Loki, o Deus da Trapaça...
...
- Esplêndido, meu amor... - A linda mulher que vi no quadro aparece repentinamente vindo da sala. - Fez direitinho...
- Sigyn! Meu amor! - Loki dá pulos de alegria. - Você viu como eu sou encantador! Agora vamos para Asgard! Vamos levar esse frangote, vamos ver se ele realmente sabe algo sobre aquela aracnídea idiota...

Continua...

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⏰ Última atualização: Feb 16 ⏰

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