Qual o tipo de amor que fere a quem se ama?
É de tamanha estupidez
Maltratar o outro e jogar o sentimento na lama
Ainda mais com alguém que tudo por ti fezNão há necessidade dele tratar assim
Diz Ana enquanto conversa
Ela então repara no que diz
E aos prantos se despertaComo eu nunca percebi?
Que isso nunca foi amor
Quase cheguei ao fim
Me perdoe por favorEla pede desculpas a si mesmo
Em uma tentativa falha
De recuperação, isso tudo em frente ao espelhoEnquanto tenta esconder seu olho roxo
Para que seu filho não veja
Ela sucumbe ao desgosto
Ao perceber que seria apenas mais uma sexta feiraSera que ainda há como escapar?
É tudo o que ela almeja
Mesmo que tenha que enfrentar
Um monstro fedendo a cervejaEla pede para que seu filho se esconda
Que não apareça até seu sinal
Para que ela então responda
Se haverá finalmente um finalJá são quase onze horas
Ela treme ao pensar
Como o socorro demora
Será que dá tempo de chegar?O final quase sempre é o mesmo
Uma tragédia sem fim
Quando a cegueira tem em fim seu despejo
Vem uma imensidão de coisas ruinsInfelizmente foi tarde demais
É ruim quando se chega no limite
Mais ainda há outras com casos iguais
Que precisam que alguém denuncie
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Poemas de amor
PoesíaUma coletânea de poemas não tão felizes. Espero que gostem, boa leitura.