love sketches;

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Sirius odiava as aulas de História. Cara, quem em sã consciência se interessaria pela arte do período da Guerra Fria? Ok, História da Arte Contemporânea era uma matéria importante para o curso de Artes Visuais. Mas, porra, como se concentrar na arte soviética quando divagar sobre Remus Lupin é tão mais interessante? Era automático que seus dedos agarrassem o lápis e trabalhassem nas folhas do caderno até que o amor de Sirius por Remus transbordasse pelas páginas.

Havia vários rascunhos do rapaz em diversas poses, além de pequenas poesias e trechinhos de músicas autorais. O Black trabalhava em sua obra favorita naquele momento: a postura relaxada do rapaz de cicatrizes enquanto tomava café e escrevia algo em alguns papéis. O fato de Remus estar de samba-canção no desenho deixava a obra ainda mais casual. Apenas Remus Lupin tomando seu café da manhã tranquilamente, como em todas as manhãs. Nas laterais, o estudante escrevia mais poesias:

"Eu nunca entendi a fascinação que todos tinham pela Lua

Até que conheci você

Que agracia o céu da minha vida diariamente

Fazendo-me uma estrela cada dia mais feliz"

"Toujours Pur, é o que minha mãe sempre dizia

Virei desonra ao me assumir

Mas se ao te amar, me torno impuro

Te espero no inferno assim que eu cair"

"Suas cicatrizes são a arte mais bela

Que um artista planejado

Jamais poderia fazer"

"Sempre ouvi que um dia eu seria como um príncipe

Ficaria ao lado de uma princesa

E viveria feliz para sempre.

No conto de fadas da minha vida, porém

Posso com toda a certeza afirmar que por nada nesse mundo, eu trocaria meu rei."

"Seus olhos quando o Sol ilumina sua íris

Sua risada quando digo algo idiota

O jeito como você apoia sua xícara no pires

O beijo que me dá quando no piano toco a última nota

Pequenos detalhes que mudam minha vida

Gestos singelos que curam minhas ferid-

— Posso saber o que é tão mais interessante que a minha aula, senhor Black? — a voz divertida do professor chamou sua atenção, o puxando de seu estado de torpor.

Sentiu suas bochechas esquentarem quando percebeu que a turma inteira o encarava fixamente, curiosa. Merda. Merlin, ele tinha vinte e três anos, como a faculdade poderia ser tão igual e diferente do ensino médio ao mesmo tempo?

Se recompôs sorrindo suavemente, estendendo o caderno para o professor com uma tranquilidade invejável.

— Claro, professor Lupin.

Hi(story) • WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora