O passado que condena

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Eshylle tinha uma vida padrão, com um emprego padrão, e nas redes sociais não era famosa, mas mantinha um número considerável de amigos; trabalhando em um escritório em um estúdio de fotografias editando, e atendendo ligações passava o dia, sempre muito monólogo, ela tomava "o de sempre" na cafeteria do prédio ao lado.
Mas em uma quinta-feira aconteceu algo diferente, Eshylle decidiu que não queria um late com caramelo, e foi almoçar em um restaurante italiano, e o mais curioso vem agora, o garçom que se dirigia a mesa onde se encontrava a moça deu meia volta para a cozinha, e o estranho era q seu rosto não era desconhecido. E foi aí q tudo começou, mas quem vai contar a história não sou eu...
Eu voltei ao escritório após a refeição que outro garçom levara a minha mesa, apesar de ter achado estranho não liguei muito para oquê havia acontecido. E então na manhã do dia seguinte recebi uma carta, havia um envelope vermelho selado com uma margarida, foi quando eu pensei que quem poderia mandar uma carta selada com minha flor favorita? Será um admirador secreto? A letra da carta não me era familiar, e não havia remetente, só havia o silêncio acompanhado de uma frase que me deu um nó no estômago "nós sabemos oque você deixou para trás".
Meditei nessas palavras por horas e não consegui me concentrar no trabalho, e isso me assombrou por dias, porque todos os dias recebia pela manhã o mesmo envelope, com a mesma flor, e a mesma letra e diziam coisas como: "você sabe do que eu estou falando" "eu sei seu segredo" "preste atenção nos detalhes", foi quando eu percebi um código, todas as cartas haviam um número ou letra na parte traseira, e juntando na ordem em que as recebia consegui uma pista de quem mandava essas mensagens atravéz de cartas.
Finalmente recebi uma que dizia "esse é seu último aviso" e finalmente consegui completar o código, que era uma codernada geografica que dava em uma fazenda, na hora eu gelei, porque foi naquele lugar que deixei meu tesouro.
Naquele lugar eu abandonei meu filho com meu marido, eu nunca voltei e me culpei por muito tempo por não ter cuidado do meu filho como uma mãe deveria, então sem pensar duas vezes peguei a chave do carro e fui ao lugar onde tudo começou. As 14:40 eu ouvi uma voz que dizia "oi mamãe você finalmente voltou, o papai..ele esperou por você mas alguém se atrasou e chegou tarde de mais", meus olhos se encheram de lágrimas, o garçom na verdade era meu filho que eu não via a vinte anos, mas é claro, ele tem a cara do pai.
Eu sou Math e agora eu vou contar como tudo aconteceu, eu só tinha cinco anos quando minha mãe me abandonou, com nove anos eu perdi meu pai, uma tia minha cuidou de mim até que eu fizesse dezesseis anos, a partir daí eu tive que me virar, e minha mãe nunca voltou para me dar sequer um feliz aniversário; então a dois anos eu fui atrás dela, descobri onde morava, os lugares que frequentava, na real foi bem intediante, mas mesmo assim eu fui, e agora ela está chorando prostrada no quintal da fazenda onde eu fui abandonado.
Eu só precisava de respostas, e.. quando perguntei o porque dela ter ido ele me disse que nunca quis ir embora e que sempre me amou, mas não podia me dizer o porquê, e eu fui embora com raiva, ela me dizia "fica filho por favor, não me deixe te perder de novo", mas eu a ignorei, maldita hora que eu ignorei minha mãe chorando, porque no dia seguinte ela apareceu morta, e deixou um vídeo, no vídeo a única coisa que eu ouvia era pessoas sussurrando, e respiração ofegante, fora isso Eshylle sentada no chão dizendo em sinal de libras "eu amo você independente de tudo".
Eu não entendi oque de tão importante havia naquele vídeo, até receber um telefonema dizendo que ela não teve morte natural, minha mãe foi assassinada pelo Jorge. Jorge é meu tio que ameaçou quando eu era pequeno me matar caso minha mãe não deixasse a fazenda, mas ele queria ter certeza que minha mãe não passaria a perna nele, então a obrigou a me deixar para trás, mas quando viu que eu estava determinado a descobrir o motivo de minha mãe me deixar, e ver que ela estava aflita com isso mandou que seu empregado desse um jeito em tudo. Não satisfeito fugiu para o México com todas as provas de existência da minha mãe, mas ele se esqueceu que a memória também é uma prova, e eu estava determinado a ir atrás dele.
Podem me chamar de louco, mas minha loucura colocou meu tio atrás das grades, deu orgulho ao meu falecido pai, e honrou a memória da minha falecida mãe.

Ana Vitorya Silva Souza
Ttk: @anav_ofc 

O Passado de EshylleOnde histórias criam vida. Descubra agora