O Passado de Eshylle

amores e recomeços

Muito tempo se passou desde o acontecimento que nos levou a um mistério, hoje Valentina e seu irmão já não são mais crianças, Arthur acaba de sair da faculdade, e Valentina..bom Valentina já se encontra no 2• grau da escola, ela está em uma fase onde começa a descoberta de novos gostos, e..garotos, sim sabíamos que essa fase víria, mas ninguém estava totalmente preparado para chegada desse momento...
Eu sei que meus pais querem que  eu tenha uma vida boa, mas eles poderiam pelo menos terem me perguntado o que EU quero antes de me mandarem estudar em New York; atualmente estou dividindo quarto com uma líder de torcida britânica que mal conheço e a partir daí começa o meu conflito romântico.
Os únicos amigos que tinha do Brasil são Lian e Mel, nós fazíamos tipo tudo juntos, desde skin care até cursso de teatro. Uma segunda de manhã qualquer Mel doidinha do jeito que é entrou no meu dormitório e sem mais nem menos me arrastou até seu quarto ainda de pijama, e adivinha, só para falar do novo garoto que havia entrado na escola, todas as meninas estavam falando de como ele era lindo, e realmente era, mas não achava de fato necessário todo aquele escândalo por um garoto.
Alguns dias depois quando caminhava pela biblioteca, senti algo bater em meu ombro derramando suco em mim, logo me virei e era ele, o tal garoto novo, não me era estranha sua aparência mas isso não importava no momento, o que importava era que minha camiseta estava manchada de suco, ele logo se desculpou e se apresentou, eu querendo sair daquela situação disse não me importar e fui embora carregando em mãos "Trono Destruído". Mais tarde ouvi um barulho em minha porta era ele, só que..dessa vez ele falava português (português do Brasil), e era da minha cidade, seu nome era Beijamin, e nossa como ele é atraente de perto. Ele havia ido se desculpar mais uma vez só que dessa vez com flores e um convite para ir ao café mais famoso da cidade. Durante esse passeio ele me disse que me conhecia e eu confusa o questionei, foi quando me mostrou as fotos, ele era meu vizinho, quando crianças éramos "carne e osso" mas ele se mudou, desde então nunca nos vimos até o momento, e agora nos encontramos rindo relembrando histórias muito boas.
O tempo se passou, eu e Beijamin ficamos mais próximos; logo Lian ficou sabendo das intenções de Beijamin e não ficou muito contente..
Ele deu um jeito de descobrir a data em que Beijamin me diria de seus sentimentos e me chamou para sair antes. Eu achei estranho ele ter me chamado para sair sem a Mel, ela sempre saí com a gente, então se aproximando, disse que me amava e não deixaria de dizer antes que Beijamin pudesse ter a oportunidade, eu por não ter reação deixei que me beijasse, mas não sentia nada, eu não o amava, não desse jeito.
O tempo se passou e aquilo ia se alimentando, mas eu, continuava sem sentir nada além de amor de amigo. Eu só não queria quebrar seu coração, mesmo que isso deixasse o meu em pedacinhos, até que... Um dia eu disse que não dava mais, que eu não me sentia bem ali, quando me vi, estava chorando no colo de Mel, eu só queria poder controlar a situação mas não posso, Beijamin não queria me ver sofrer então nem teve coragem de se declarar.
Anos se passaram e já estávamos formados a quase um ano, quando soube que voltaria ao Brasil, Beijamin foi ao meu encontro e me contou o tempo que me amava mas não podia dizer, me contou todas as cartas escritas que não foram entregues, me contou cada oração das madrugadas, ele disse que alguém como eu merecia coisa melhor mas que não podia deixar de se abrir, eu logo me emocionei e para mim naquele momento todos os beijos que já senti foram anulados, porque aquele beijo tinha a sensação de primeira vez, com uma mistura de certeza que será o melhor de todos, e eu não queria nunca que aquele momento acabasse nem agora nem nunca, mas se acabou, até hoje me pergunto se verei novamente o homem da minha vida que me tirou o beijo mais sincero dos lábios, e enquanto escrevo ouço um barulho na porta, é ele, Beijamin, o amor da minha vida, e pai dos meus filhos.

Ana Vitorya Silva Souza
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