Capítulo 22 - A viagem.

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Jake

Eram quase seis da noite quando me despedi da minha irmã e dirigi até o hotel onde S/n estava me esperando. Mandei uma mensagem pra ela avisando que já tinha chegado e esperei que ela descesse. Ela apareceu um tempo depois carregando bolsas e malas enormes, me surpreendi com a quantidade de coisas que ela carregava.

— Acho que você não sabe o significado do termo "somente o necessário" — comento.

— Está brincando? Isso não é uma parte do que eu preciso. Se pudesse, ainda levava mais.

— Isso tudo nem deve caber no carro.

— Você está exagerando. Vamos, me ajuda a colocar tudo lá dentro.

Depois de arrumarmos todas as malas dentro do carro, fui para o banco do motorista e liguei o carro enquanto eu esperava ela entrar. Quando estávamos prontos, dirigi até a saída da cidade e nos conectamos á estrada. Agora é oficial: S/n e eu vamos morar sozinhos em uma cidade totalmente desconhecida.

— Ei hacker, pra onde está me levando?

— Uma cidadezinha rica chamada Ravenswood.

— Ravenswood? Nunca ouvi falar. Onde fica?

— Fica no sul do país, então se prepare para passar mais frio do que aqui.

— Por que escolheu ela?

— Bom, lá é como se fosse um condomínio somente de famílias ricas, o que é bom pra nós. O policiamento lá é baixo por conta da criminalidade quase inexistente. Não é muita conhecida, não há motivos para desconfiarem dos moradores e ninguém suspeitaria que um cara como eu estivesse lá.

— Parece bom, mas se eu fosse das autoridades, jamais confiaria em ricos.

— Por que não?

— Eles são mais perigosos, bem mais. Mas, como tudo tem um porém, eles tem dinheiro. Podem se livrar de qualquer merda que fizerem e não há um doido que discorde. E para melhorar, a polícia sempre está do lado deles.

— Infelizmente para alguns e felizmente para nós, a polícia nunca desconfia deles.

— O que torna essa cidade ainda melhor pra nós, dois foragidos. Será que mais alguém pensou assim? Deve ter mais criminosos disfarçados de suburbanos por lá.

— Não vamos ter contato com ninguém, de qualquer forma.

— Mas temos que parecer normais, isso é fundamental caso queira que ninguém desconfie de você. Vizinhos novos sempre atraem atenção em qualquer rua.

— É, você deve ter razão.

— Quando chegaremos lá?

— Algumas horas depois de amanhecer, se o trânsito continuar bom.

— Vamos ficar mais de dez horas dentro desse carro?!

— Se você dormir nem vai perceber o tempo passando.

— Sei disso — responde S/n e se afunda no banco. — Aliás, eu não sabia que você dirigia.

— Você sabe?

— Sei. Você pode dirigir metade do caminho, eu dirijo o resto.

— Pode ser.

E as próximas horas foram assim, conversamos sobre inúmeras coisas e revisamos mais algumas coisas sobre o caso da Hannah. Ficamos orgulhosos ao ver quanta coisa a gente conseguiu nesse tempo, talvez seja o bastante para conseguir encontrá-la.

A Verdade Oculta (DUSKWOOD)Onde histórias criam vida. Descubra agora